Foi o dia de Ilan. O melhor jogador do Atlético em campo contra o Londrina, comandou o time dentro de campo e marcou o gol que manteve a invencibilidade no campeonato paranaense. Com o 1 a 1, ontem, no Estádio do Café, na primeira partida da semifinal, o Rubro-Negro continua com a vantagem de continuar jogando por empates para ser campeão da competição. O jogo de volta está programado para domingo, na Arena.
Apesar do retrospecto favorável ao time da Baixada, foi só começar a partida para o Tubarão mostrar estar mais ambientado com o gramado alto e com o calor de Londrina. Por sua vez, o Atlético ficou sem Adriano (machucado no pé direito) e não conseguiu fazer a marcação necessária no esperto meio-de-campo adversário. Os meias Carlos Alberto e Eduardo Neves alugaram o meio-de-campo deram as cartas. O goleiro Diego teve que se desdobrar para segurar o marcador.
Nas poucas chances, Washington e Marcão levaram pouco perigo ao gol de Marcelo. No entanto, com o apoio da torcida, o Londrina pressionou e chegou ao gol através de Nem. Ele cobrou uma falta com precisão e não deu chances para Diego. Com o gol, o time do Norte se tranqüilizou e manteve o perigo, enquanto a equipe de Mário Sérgio tentava se achar em campo. As falhas de marcação na defesa voltaram a acontecer e obrigaram o treinador atleticano mexer na formação.
“Não podemos ficar no marasmo. Temos que tocar mais a bola”, apontou o atacante Washington. Seu companheiro de ataque, Ilan, foi na mesma linha. “A gente não acertou o posicionamento de marcação”, destacou. O meia Jádson disse que faltou encaixar os contra-ataques para o time empatar a partida. Para reverter esse cenário, Mário Sérgio tirou William e Washington e colocou André Luís e Bruno Lança, respectivamente.
Com a nova configuração, Bruno e Alan ficaram na marcação de meio-de-campo e Fernandinho foi jogar ao lado de Ilan, no ataque. As mudanças surtiram o efeito desejado. Apesar do sufoco, o gol demorou a sair. O meia Jádson cobrou uma falta na trave, Ilan teve boas oportunidades, enquanto o Tubarão foi enfraquecendo aos poucos e deixando o Furacão tomar conta do jogo.
A partida ficou truncada no meio-de-campo e Mário trocou Jádson por Fabrício. O sangue novo deu mais consistência ao time e foi justamente dos pés de Fabrício que saiu o empate. Ele cobrou uma falta na cabeça de Ilan, que cabeceou. A bola ainda bateu no peito de Tiago Matias antes de entrar. “No segundo tempo, nós vencemos na técnica e na vontade”, analisou Ilan, ao final do jogo. Para ele, o importante foi que todo o time cresceu no segundo tempo e empate foi conseqüência disso.
Time frouxo e críticas à arbitragem
O empate por 1 a 1 entre Atlético e Londrina deixou indignado o técnico Mário Sérgio. Irritado com as acusações de Raul Plassmann contra a arbitragem e com a atuação da própria equipe no primeiro tempo, ele não poupou ninguém e disparou a metralhadora para todos os lados. Atirou contra o árbitro e ainda disse que o Rubro-Negro jogou como “veado” no primeiro tempo da partida contra o Tubarão, ontem, no Estádio do Café.
Ao final do jogo, o técnico do Londrina foi reclamar nos microfones da atuação de Francisco Carlos Vieira. O treinador atleticano não perdoou o ex-colega de gramados e de “latinha” pela atitude. “É assim desde o tempo que eu jogava. Ele continua dando queixa para a imprensa”, disparou. No entanto, ele também aproveitou para criticar o homem do apito. “A gente não podia encostar neles, que era falta. Eles davam porrada na gente e ele (o árbitro) não fazia nada. Isso vem acontecendo o campeonato inteiro e eu quero ver quando o juiz vai apitar um jogo do Atlético com imparcialidade”, esbravejou.
O técnico do Atlético ainda pediu aos dirigentes da Federação Paranaense de Futebol para rever a forma de atuar dos árbitros que estão trabalhando no estadual. “Eu estou falando isso depois de um campeonato inteiro. É que o meu time nunca deu chance para o árbitro. Mete dois, três, quatro e não dá chance. Quando dá uma chance, como deu, ele (o árbitro) muda”, continua. Mário disse que se o árbitro do jogo de volta for assim, ele teme pela classificação do Furacão. “Estou com pavor do próximo jogo contra o Londrina. Se for um cara (árbitro) como esse, eu estou morto.”
Time
A equipe também não escapou das declarações de Mário Sérgio. “O Atlético jogou como homem no segundo tempo. No primeiro tempo, não. Nós entramos que nem veado. No segundo tempo, não. Nós fomos machos, fomos homens, o time está de parabéns e eu tenho orgulho do que eles fizeram no segundo tempo”, declarou. O treinador se surpreendeu com o bom futebol do Tubarão. “Eles fizeram uma boa partida, mas só que o nosso time foi melhor. No primeiro tempo, eles tiveram tempo para fazer tabelas e, no segundo, a liberdade acabou e o pau comeu dos dois lados. Aí, prevaleceu quem tinha mais (silêncio) roxo”, completou.
CAMPEONATO PARANAENSE
Semifinal – jogo de ida
Local: Estádio do Café (Londrina)
Arbitragem: Francisco Carlos Vieira, assistido por Francisco Aurélio do Prado e José Amílton Pontarolo
Gol: Nem aos 15 do 1.º tempo; Ilan aos 47 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Réferson, Tiago Matias, Bruno Lança, Ilan, Rocha
Renda: R$ 49.369,00
Público pagante: 6.693
Público total: 8.979
LONDRINA
1x 1
ATLÉTICO
LONDRINA
Marcelo, Carlos Alberto, Tiago Matias, Rodrigo, Réferson, Rocha, Rogério (Jean), Eduardo Neves, Nem (Luisinho), Cahê, Léo (Márcio) Técnico: Raul Plassmann
ATLÉTICO
Diego, Alessandro Lopes, Ígor, Rogério Correia, William (André Luís), Alan Bahia, Jádson (Fabrício), Fernandinho, Marcão, Ilan, Washington (Bruno Lança) Técnico: Mário Sérgio