Atlético reencontra a vitória jogando na Arena

Foi suado, sofrido e com um gol de pênalti. Mas os necessários três pontos para o Furacão abandonar a zona de rebaixamento vieram e com as bênçãos do folclórico massagista Bolinha, que retornou ao banco de reservas após mais de meio ano afastado. A vitória por 1 a 0 devolveu a alegria à torcida atleticana que compareceu em bom número para empurrar seu time e, principalmente, serviu para aumentar a auto-estima dos jogadores para o restante da competição. O Rubro-Negro volta a campo na quarta-feira contra o Goiás, em Goiânia.

O ambiente positivo para o resgate do Atlético no Brasileirão foi criado antes mesmo da bola rolar. Crianças das escolinhas de futebol do clube entraram no gramado e formaram um corredor receptivo aos jogadores, que também foram saudados por uma queima de fogos de artifício, dignos das melhores fases do Furacão. Para energizar o grupo, quase 15 mil pessoas aplaudiram a equipe na entrada e a cada jogada. E para dar o toque final, o místico massagista, que posou para a fotografia com os atletas no meio-campo, se dirigiu ao banco de reservas, local onde não ficava desde fevereiro deste ano. O reconhecimento ao profissional veio das arquibancadas, de onde ecoou o conhecido e velho apelido.

Valquir Aureliano
O folclórico Bolinha foi o destaque, com a torcida gritando seu nome nas arquibancadas.

Jogo

Tudo em ordem fora de campo, mas dentro dele o Atlético tinha a difícil tarefa de encarar o homônimo mineiro, time extremamente rápido e perigoso nos contra-ataques. Adotando uma nova formação tática com três zagueiros, o técnico Ney Franco lançou a sua sorte.

O Furacão partiu para o ataque e, apoiado pela massa rubro-negra, inflamou-se e passou a usar as laterais, o que não se via há um bom tempo. Foram bons cruzamentos de Jancarlos e também de Claiton, que caía de vez em quando pelos flancos. E foi de um cruzamento da direita que se originou a jogada do gol. Aos 29 minutos, Valencia aproveitou a sobra de bola e emendou um chute de primeira, na entrada da área mineira. Marquinhos interceptou a trajetória da bola com a mão e o árbitro assinalou pênalti. Com categoria, Ramon deslocou o goleiro e abriu o marcador. O Galo também ameaçou o gol atleticano, principalmente em cobranças de falta e também nas estocadas de Eder Luís aproveitando o espaço deixado por Jancarlos quando apoiava.

O incessante ritmo de jogo imposto nos primeiros 45 minutos permaneceu no 2.º tempo. O Galo passou a Ter mais a bola nos pés e a articular jogadas com perigo. Entretanto, o time paranaense era rápido nos contra-ataques e quase chegou ao segundo gol aos 17 minutos, numa tabela entre Pedro Oldoni e Ramon. O artilheiro desperdiçou a chance.

Logo em seguida, tiveram início as substituições por cansaço e esquema tático, que deram novas alternativas ao jogo. Mas coube ao time paranaense criar e perder as melhores chances de ampliar com Ramon e Alan Bahia. O toque de dramaticidade no jogo ficou por conta da contusão de Geílson aos 40 minutos. Como não poderia mais substituir, o Furacão teve que segurar o rival por 10 minutos e com um homem a menos.

No final tudo transcorreu como planejado por Ney Franco e, onze quilos mais magro, o pé-quente Bolinha pôde comemorar com o grupo e teve novamente seu nome gritado pela torcida, assim como o goleiro Viáfara.

Vitória muda o ambiente

A vitória melhorou o astral dos jogadores, que tiraram o primeiro de muitos pesos que carregam atualmente nas costas. O capitão Danilo demonstrava satisfação ao término do confronto e afirmou que o resultado foi a cara do Atlético, destacando a energia que foi passada pela torcida. ?Hoje ficou demonstrado que tem que parar com essas briguinhas (envolvendo diretoria e torcida), pois quem perde é o Atlético. O momento é de união e só assim podemos buscar sonhos maiores do que ficar apenas brigando para sair do rebaixamento?, realçou o zagueiro.

Claiton, uma das principais figuras do jogo, destacou o apoio da torcida e disse que o time se portou muito bem, não dando espaços para o adversário jogar. Também citou a importância do técnico Ney Franco e a presença de Alberto Maculan – que recentemente assumiu o cargo de diretor de futebol do clube – junto aos atletas.

Jancarlos enfatizou a união do grupo e a mudança na atitude de todos, que não agüentavam mais a pressão pelos maus resultados. ?Agora temos que manter o ritmo até o final?, declarou.

O treinador Ney Franco elogiou seus jogadores e a constante entrega deles no jogo e nos treinamentos que foram realizados na semana. Sobre o esquema com três zagueiros contou que, atualmente, é a melhor maneira do Atlético jogar, devido às características dos jogadores, pois o time ganhou mais consistência no ataque e na defesa. ?O jogo mostrou que estamos no caminho certo e esperamos uma seqüência de bons jogos e vitórias?, afirmou.

Para Ney, a vitória contra o Galo foi de suma importância porque dá moral e cria confiança no elenco para enfrentar qualquer adversário, dentro ou fora da Arena.

23.ª Rodada do Campeonato Brasileiro

Atlético/PR 1 x 0 Atlético/MG

Local: Estádio Joaquim Américo, Arena da Baixada, em Curitiba

Atlético/PR: Viáfara, Rhodolfo, Danilo e Antônio Carlos (Erandir aos 27? do 2.º); Jancarlos, Valencia (Alan Bahia aos 19? do 2.º), Ramon, Claiton e Edno; Ferreira e Pedro Oldoni (Geilson aos 18? do 2º). Técnico: Ney Franco

Atlético/MG: Édson; Coelho, Leandro Almeida, Marcos e Thiago Feltri; Xaves, Vinicius (Galvão aos 21? do 2º), Marquinhos (Amilton aos 49 do 2.º) e Danilinho; Vanderlei e Éder Luis (Tchô aos 27? do 2.º). Técnico: Emerson Leão

Árbitro: Rodrigo Martins Cintra-SP

Auxiliares: Márcio Luiz Augusto (SP) e Marcelo Bertanha Barison (RS)

Gol: Ramon (A) aos 29? do 1.º

Cartões amarelos: Claiton, Alan Bahia e Jancarlos (CAP), Vinicius e Xaves (CAM)

Público pagante: 13.266

Público total: 14.653

Renda: R$ 205.882,50

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