O “extracampo” envolvendo Atlético e São Paulo começa a esquentar o clima para o jogo de domingo, às 18h30, na Arena. Devido à possibilidade de decidir a final da Libertadores na quarta-feira que vem (11), diante do Chivas, no México, foi cogitada ontem a possibilidade do clube paulista pleitear um acerto para não jogar no fim de semana pelo Campeonato Brasileiro, evitando assim desgaste ainda maior pela longa viagem para a América do Norte.
O pedido seria feito à CBF, mas necessitaria do aval do clube adversário e da emissora de televisão detentora dos direitos de transmissão. O vice de futebol do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, confirmou que há um consenso com o Internacional (outro semifinalista da Libertadores) para tentar a transferência das partidas das duas equipes no fim de semana.
“Está havendo um entendimento por parte da própria televisão no sentido de adiar esses jogos”, afirmou Leco ao portal UOL. E justificou o pedido. “A viagem (ao México) é muito longa e teremos que embarcar já no domingo à noite”.
Acontece que o adversário deste domingo do tricolor paulista é o Atlético-PR, clubes que decidiram a mesma Libertadores há exatos cinco anos. E a história daquela final não é bem aceita pela torcida rubro-negra.
Rusgas à parte, a diretoria de futebol do Atlético já se manifestou contrária a qualquer alteração da data do jogo do Brasileirão. “O regulamento proíbe. São necessários 10 dias de antecedência para comunicar qualquer alteração. Não tem a menor possibilidade de acontecer (mudança)”, disse o gerente Ocimar Bolicenho.
História
No último ano até houve uma reaproximação entre as diretorias de Atlético e São Paulo. Porém, a rixa era forte, principalmente pelo lado rubro-negro. Os atleticanos nunca aceitaram o fato de não poderem atuar em seu estádio no jogo mais importante da história do clube: a final da Libertadores em 2005.
Naquele ano, Furacão e Tricolor chegaram à decisão e o time paulista se sagrou campeão após empatar o primeiro e vencer o segundo jogo. O confronto de ida, porém, não aconteceu no estádio atleticano, que é a principal arma do clube em qualquer competição. Já o jogo de volta foi disputado no Morumbi.
Na ocasião, o clube paranaense fez tudo que tinha ao alcance para atuar em sua casa, mas teve o estádio vetado pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Nos bastidores, cogitou-se que o São Paulo teria usado sua força política para influenciar a Conmebol e impedir o uso da Arena da Baixada, enfraquecendo o Furacão.
No final das contas, o Atlético teve que mandar seu jogo no Beira-Rio, em Porto Alegre, e, sem a pressão da torcida, apenas empatou. Essa história passou a ser verdade aos olhos dos atleticanos e a rivalidade com o São Paulo só aumentou. Desde então vencer o Tricolor paulista na Arena, em Curitiba, soa como obrigação ao torcedor rubro-negro.
Além desse probleminha na final de 2005, o Atlético também se vê prejudicado devido ao suposto assédio cometido pelo Tricolor aos jogadores rubro-negros. Os atacantes Dagoberto e Aloísio saíram do Furacão em litígio e foram jogar no Morumbi. Mesmo caminho seguido depois pelo lateral Jancarlos. Detalhes do mundo da bola que servem como combustível para a torcida vermelha e preta desde então.