Em momentos difíceis recorre-se à experiência. E foi exatamente isso que Ney Franco fez nesse período complicado. Perambulando pela zona de rebaixamento, o Atlético partirá para o confronto contra o Palmeiras, amanhã, na Arena, com várias novidades e, dentre elas, dois veteranos. Marcelo Ramos, recém-contratado pelo Furacão, treinou ontem como titular, fez gol e já está escalado. O seu companheiro de ataque é que ainda não foi definido pelo treinador – Ferreira é o mais provável. ?Tô preparado para jogar. Treinei com o grupo e me senti muito bem. Espero marcar muitos gols por aqui e fazer minha estréia com o pé-direito?, afirmou Marcelo Ramos, que tem 399 gols na carreira e passagens por importantes clubes brasileiros como Cruzeiro, Corinthians e São Paulo.
O outro experiente jogador que retorna à equipe titular é bem conhecido da galera rubro-negra, mas não estava sendo aproveitado pelos últimos treinadores que passaram pelo CT do Caju. O zagueiro Rogério Correa, que ao lado de Alex Mineiro são os únicos campeões brasileiros que permanecem no elenco, ganhou mais uma chance de mostrar seu futebol graças às ausências de Rhodolfo – que cumprirá suspensão pelo 3.º amarelo – e Gustavo, que machucou o joelho no jogo pela Sul-Americana e foi vetado pelo departamento médico. Rogério vai compor o sistema defensivo juntamente com Danilo e Antônio Carlos.
Mas as mudanças no time não param por aí. No meio-campo, o articulador Ramon está fora devido a fissura em uma costela. Ele deverá ser substituído por Netinho. A outra opção de Ney Franco será recuar Ferreira para o meio e lançar Willian na frente.
Outra grande surpresa apresentada no treinamento de ontem foi na ala esquerda. O desconhecido Piauí barrou Edno, que não vinha atuando bem, e deverá fazer sua estréia no Furacão. ?Treinou muito bem e me surpreendeu?, afirmou o treinador Ney Franco ao término dos trabalhos com bola. O novo ala é jovem e, no auge de seus 20 anos, deixou a modéstia de lado para se apresentar. Contou que começou como juvenil, atuando pelo Porto (PE), e no início do ano fez um bom campeonato pernambucano, despertando o interesse do Santa Cruz. ?Fui considerado um dos melhores jogadores do campeonato?, disse orgulhoso. O ala está em Curitiba desde a última sexta-feira e afirmou que quer fazer história no Atlético.
Do ostracismo pra zaga
As estréias de Marcelo Ramos e Piauí não chamaram tanta atenção quanto a escalação de Rogério Correa. Os dois primeiros foram contratados na semana passada para suprir posições carentes do elenco, bem diferente da situação do zagueiro, que possui uma boa história no Furacão, mas vinha sendo desprestigiado pelos últimos técnicos que passaram pelo CT do Caju.
Rogério ganha a chance que esperava, há tempos, para provar que ainda tem qualidade para integrar o grupo principal do Atlético. Com a incumbência de retribuir a confiança depositada por Ney Franco e de mostrar a si próprio que tem potencial, o zagueiro volta a vestir a camisa rubro-negra depois de quase cinco meses de ostracismo. O atleta jogou pela última vez na derrota para o Paraná, dentro da Arena, em partida válida pela semifinal do Paranaense. Na ocasião, Rogério fez um gol contra e foi muito criticado.
?Quando cheguei, disse que daria oportunidade a todos. Do grupo que treinava em separado, retirei o Willian, que vem correspondendo, e o Rogério Correa. Agora, ficamos na expectativa de que ele, com toda sua experiência, nos ajude nesse momento delicado?, explicou Ney Franco.
Torcedor rubro-negro dará a sua resposta
Cahuê Miranda
Foto: Fábio Alexandre |
Atlético precisa do apoio da sua fanática torcida para tentar reagir no Brasileirão. Uma das chances é amanhã na Baixada, contra o Palmeiras. |
Chegou a hora da verdade. Desafiada pelos rivais e pela própria diretoria rubro-negra, a torcida do Atlético se prepara para dar a resposta amanhã, na Baixada, contra o Palmeiras. A expectativa é de estádio lotado e muita pressão, para empurrar o time rumo à virada no Brasileirão.
Ontem, a procura por ingressos foi grande e filas chegaram a se formar no Joaquim Américo e no CT do Caju. Cerca de 5 mil bilhetes já foram vendidos e o movimento deve continuar hoje. Prenúncio que o duelo com o alviverde paulista entrará para a lista dos maiores públicos no Estado em 2007.
Até agora, o jogo que atraiu mais gente aos estádios paranaenses foi entre Atlético e Fluminense. No dia 9 de maio, 24.496 torcedores pagaram para ver o Furacão perder por 1 a 0 para o tricolor carioca e dar adeus à Copa do Brasil.
Mesmo assim, a força da galera rubro-negra está sendo questionada. Afinal, levando em conta apenas os jogos do Brasileirão, os públicos dos jogos do Furacão são decepcionantes. Até agora, o time da Baixada levou em média 7.507 pagantes a seus jogos pela Série A. Número superado pelo Coritiba, com média de 10.415 na Série B, e pelo Paraná Clube, com 7.767.
No Brasileirão, o maior público em jogos do Atlético foi de 13.266, contra o Atlético-MG, no último dia 2. Na Segundona, o Coxa conseguiu levar 16.418 pessoas ao Couto Pereira contra o Santa Cruz-PE. A melhor bilheteria do Paraná na competição foi de 12.063 torcedores, contra o Botafogo, no dia 5 de agosto.
Provocação
A pouca presença dos atleticanos nos jogos do Brasileirão rendeu provocações e desafios durante a semana. A diretoria do Coxa lançou uma polêmica campanha, dizendo que torcida se mede no estádio e chamando os rubro-negros de ?falacianos?, em referência a um termo usado pelo presidente do Furacão, Mário Celso Petraglia.
O próprio Petraglia voltou a provocar a torcida ontem, no endereço oficial do clube na internet. ?É hora de provar que a torcida atleticana é a mais forte. Provem a mim, provem a vocês mesmos. É hora de provar que não existe falácia, mas existe uma verdade chamada Atlético Paranaense?, conclama.