Atlético recomeça do zero após derrota para o Botafogo

Roberto Fernandes deixa o comando técnico do Atlético após a 17.ª rodada do Brasileirão, a duas para o término do 1.º turno. O clube está numa situação difícil, na zona de rebaixamento, e com opções reduzidas no elenco para a montagem de uma equipe competitiva – inclusive com jogadores importantes no departamento médico.

A queda à Segundona ainda é muito precoce, mas é uma possibilidade real devido ao desempenho apresentado até o momento. Por isso, após a demissão de Fernandes, é imprescindível que a diretoria acerte na nomeação do novo comandante técnico para o Furacão.

A decadência do Atlético já estava anunciada, tanto que a diretoria veio a público informar que terá que refazer o planejamento idealizado no final de 2007 no qual almejava um ano cheio de conquistas. Finalmente constataram que o elenco não tinha toda a qualidade que eles acreditavam e que contratações foram feitas de forma errada.

Queda

As conquistas anunciadas pela direção começaram a se escassear ainda no 1.º semestre com a desclassificação da Copa do Brasil, na 1.ª rodada, e a perda do título Estadual para o rival Coritiba.

Isso custou a cabeça de Ney Franco e revelou várias deficiências técnicas do grupo. Inclusive o treinador mineiro já havia alertado que o elenco necessitava se fortalecer, tanto que durante sua passagem foi obrigado a lançar vários atletas juniores.

Novos jogadores chegaram, porém em pouco tempo acabaram deixados de lado e colocados para treinar em separado ou negociados. O próprio presidente Mário Celso Petraglia reconheceu que algumas contratações foram equivocadas e que a prateleira estava cheia de atletas meia-boca.

Roberto Fernandes assumiu o comando e novos atletas foram contratados. Porém os que desembarcaram no CT do Caju não apresentavam condições de contribuir imediatamente.

Alguns precisavam melhorar o condicionamento físico enquanto outros necessitavam esperar liberação para atuar (abertura da janela de transferências internacionais).

Isso também atrapalhou a possibilidade da equipe ganhar conjunto e demonstrar qualidade técnica. E as dispensas na alta cúpula do clube revelam que não é apenas o futebol da equipe que estava em baixa.

Erros

Outra incoerência da diretoria foi quanto ao comando técnico. Se futebol resume-se a resultados, como muitos afirmam, mandar Ney Franco embora e dar tanto tempo para Roberto Fernandes tentar acertar a equipe, apesar de inúmeros fracassos, foi um equívoco detectado porém com muito atraso.

O Atlético não conseguiu manter uma base na formação, muito menos algum padrão tático e técnico. O treinador mineiro teve um aproveitamento melhor que seu sucessor, principalmente na Arena, sem a chance de ter sob seu comando nenhum reforço de peso.

Agora cabe ao Atlético praticamente recomeçar do zero, com um novo técnico e com atletas ainda para estrear. E a equipe tem uma semana para se preparar e não dar vexame na Sul-Americana – o Furacão joga contra o São Paulo dia 12 de agosto – e quatro meses para desempenhar um papel digno no Brasileirão. Resta saber se o Rubro-Negro conseguirá juntar os cacos para ter um ano ainda com alguma coisa para comemorar.

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