Instruções do técnico Mário Sérgio para o jogo de hoje. O Atlético faz experiência. |
Há mais mistérios na cabeça do técnico Mário Sérgio do que julga a vã filosofia do torcedor atleticano. Após confirmar o time que enfrenta o Guarani hoje, às 17h, na Arena da Baixada, na terça-feira, o treinador mudou de idéia. Abre mais uma vez mão de Ricardinho no ataque e dá uma nova chance ao meia Fabrício e saca Michel Bastos para dar passagem ao volante Isaías, que jogará mais aberto pelo lado esquerdo – função que ele cumpriu no decorrer da partida contra o Bahia.
A justificativa para ter começado a partida em Salvador, contra o Bahia, com Alex Mineiro isolado no ataque, era explorar a situação do adversário: deixando o time bem fechado, provocaria a ansiedade do Bahia e o time poderia se valer dos contra-ataques para vencer o jogo. A estratégia deu certo, mas quando Mário Sérgio retornou a Curitiba, deixou claro que iria colocar o time para frente com Ricardinho, que foi bem contra o São Paulo e entrou arrebentando contra o Bahia.
A mudança de última hora, ao que parece, tem a ver com o planejamento para 2004. É de conhecimento geral que o treinador tem participado de reuniões seguidas com a diretoria e os três últimos jogos podem decidir o futuro de alguns atletas no ano que vem: pode ser o caso de Fabrício e Isaías, que poucas oportunidades tiveram em 2003. “Tem que dar chance para quem jogou pouco”, diz Mário Sérgio.
O uso dos últimos compromissos para realizar algumas observações deixam transparecer que, apesar de o time ainda ter chances matemáticas de conquistar uma vaga na Copa Sul-Americana, o treinador não está obcecado com a idéia. Quer sim que o time vença os três próximos jogos, mas com enfoque para as avaliações em torno do elenco. Ele quer que a equipe feche o campeonato com chave de ouro. “Essa competição não acrescenta nada no momento. Seria diferente se buscássemos o título. É muito subjetivo comemorar uma vaga de uma competição que pode nem ser internacional para algumas equipes. Estamos pensando no presente”, diz Mário.
Para Fabrício, 3 jogos podem valer ano de 2004
O meia Fabrício recebeu a notícia que que será titular na partida de hoje à tarde, contra o Guarani, com muita satisfação. A última partida em que ele vestiu a camisa rubro-negra foi há mais de um mês – no dia 25 de outubro, contra o Corinthians. De lá para cá, Fabrício amargou o banco de reservas.
Entretanto, mesmo sabendo que inicialmente a idéia do treinador era utilizar Ricardinho no ataque, ele não se surpreendeu com a notícia. “Tenho consciência de que me sai bem quando tive oportunidade. Estava aguardando uma nova chance e ela chegou”, disse. Apesar de saber que o treinador deixou claro que está dando mais uma chance para os atletas que não foram muito utilizados, ele não acredita que a partida – e as subseqüentes – sirvam como uma prova de fogo para a permanência no elenco no ano que vem, mesmo porque ele tem contrato até 2006. “O treinador conhece bem os atletas que tem em mão e não são três jogos que vão dizer se o jogador serve para ficar no grupo”, acredita.
Fabrício começou o campeonato na condição de titular, mas perdeu espaço. Para complicar a sua situação, ele passou por uma suspensão de cinco jogos, devido a uma expulsão. “Foi complicado ficar tanto tempo de fora. Enquanto eu não podia jogar, outros atletas tiveram oportunidade e foram mostrando o seu valor.” Quando foi liberado, Fabrício passou a ter participações esporádicas e ele acredita que tenha sido isso o que o prejudicou. “Faltou seqüência de jogos. No futebol, a continuidade é fundamental para se desenvolver um bom trabalho.” Por isso mesmo, ele torce para que permaneça na equipe nos próximos jogos.
Time
Como o único atacante de ofício da equipe será Alex Mineiro, Fabrício terá um pouco mais de liberdade para enconstar no ataque do que o normal, mas não fará o papel efetivo de atacante. “O Adriano tem mais facilidade na frente e ele deve encostar mais no Alex”, diz o meia.
O avanço dos meio-campistas será possível graças à defesa reforçada. Mário Sérgio manteve os três zagueiros que atuaram em Salvador – Rogério Correia, Daniel e Alessandro Lopes – e dois volantes – Luciano Santos e Alan Bahia. Jogando com três zagueiros, os laterais Alessandro e Isaías terão mais liberdade para armar jogadas ofensivas pelas laterais.