O Atlético terá que conquistar um novo público consumidor após a reinauguração da Arena da Baixada. A partir do dia 7 de setembro, data da volta em definitivo do torcedor para a sua casa após um longo período de afastamento (as obras e a punição do STJD), os torcedores encontrarão uma nova realidade. Aliás, com valores de mensalidades reajustadas desde março, o torcedor já sente na carteira o novo padrão que o Rubro-Negro pretende implantar.

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O plano da diretoria é cobrar por um ingresso avulso o mesmo valor de uma mensalidade. Ou seja, se o valor do plano tradicional custa R$ 150 por mês, o ingresso para um jogo naquele mesmo setor custará R$ 150. Partidário da elitização do futebol, o presidente Mário Celso Petraglia admite que o novo estádio terá que cativar um tipo de torcedor diferente do que o clube estava acostumado a agradar. Dentro do projeto traçado na última eleição, para manter contas em dia e o projeto de valorização do time e projeção de títulos, os ingressos e preços de associação terão um valor diferenciado.

“Com a vinda da Copa, e nós brigamos por isso para ajudar a reforma e modernização do nosso futebol, há uma dúvida se o novo torcedor, esse novo pessoal que irá ao estádio, terá a disposição de pagar os preços que estimamos que serão cobrados. Para que aconteça isso, o público terá que ser outro, não mais o público acostumado com o cincão. Com ingressos a cinco reais”, disse Petraglia em entrevista à ESPN.

O plano de sócios mais barato é o Mundi, com valor de R$ 40. Contudo, para ter acesso ao benefício de pagar meia entrada em qualquer setor, o torcedor tem que obrigatoriamente morar distante de Curitiba. Quem quiser ir ao estádio em um setor mais em conta pode ir no espaço destinado à torcida Os Fanáticos. O plano sócio Fan pagará R$ 100 por mês. O plano tradicional custa R$ 150 e abrange a maioria dos espaços. Quem estiver disposto a pagar um pouco mais por certos privilégios vai gastar R$ 250 no plano Plus ou R$ 800 no VIP.

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O preços mais salgados são necessários, segundo Petraglia, para manter o time competitivo. “Investimos em marca, formação de atletas, construímos um CT e em 99 inauguramos nosso estádio. Ou seja, para buscar um grupo que tenha condições aquisitivas melhores, que participe do entretenimento com valores no seu orçamento, para que o Atlético pudesse ter rendas maiores para compensar a marca”, disse. “Se teremos público para preços que o futebol internacional cobra e que obrigatoriamente precisará ser cobrado para pagar investimentos, ou custeio dos estádios, a manutenção do estádio, é uma incógnita. Ainda não sabemos se acontecerá”, concluiu.

A política de valorização dos sócios para garantir uma renda fixa tem pelo menos 15 anos no Atlético. O clube chegou a ter 25 mil sócios em seu melhor momento, mas hoje tem aproximadamente 20 mil. Durante as obras o número caiu, mas nunca ficou abaixo dos 14 mil, segundo o próprio clube. De 2008 a 2011 a média de ocupação da Arena em dias de jogos ficou em 63%.

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Visitantes

O clube já sabe onde vai acomodar os torcedores dos times visitantes: as arquibancadas inferiores do setor localizado do lado da rua Coronel Dulcídio (mesmo lugar ocupado pela torcida do Corinthians durante o jogo teste para a Copa). Torcidas dos times visitantes deverão pagar R$ 150. O Estatuto do Torcedor prevê que os valores dos visitantes terão que ser correspondentes ao que é cobrado dos torcedores anfitriões em setores semelhantes. Se o preço do setor Fan for o pretendido pela torcida (R$ 100) os valores terão que ser revistos.