Antônio Lopes diz que o jogo contra o Paraná Clube é tão relevante quanto qualquer outro que o Rubro-Negro ainda terá pela frente no Brasileirão. Do outro lado, Pintado também só revela a escalação minutos antes da partida. Toda essa precaução dos treinadores, por mais que não deixem transparecer, revela a importância do clássico de hoje. Para o Atlético, uma vitória significa a demonstração que o time realmente tomou forma, embalou no campeonato e, principalmente, tem condições de se manter na parte de cima da tabela. Além disso, os três pontos em um clássico dão moral para voltar a vencer na Arena da Baixada – tudo o que a torcida atleticana mais quer. Para o Tricolor, a vitória representa o retorno à liderança do campeonato e a certeza de que o grupo é competitivo. Clássico é definido nos detalhes, segundo os entendidos do futebol. Então, o que se viu nas duas equipes, durante toda a semana, foi muito trabalho tático e ensaio de jogadas. No Atlético, um dia antes do confronto, o Delegado ainda treinou passes, cobranças de falta e finalizações, sempre simulando situações de jogo. Para Lopes, o trabalho à exaustão, inclusive dos fundamentos do futebol, é a fórmula para que o Atlético se reencontre em campo e volte a trilhar um caminho vencedor. Durante a semana, o técnico revelou sua forma de trabalhar. ?Treinamos jogadas ofensivas – que saíram bem no jogo (contra o Palmeiras) – e também aquilo que a equipe erra.
Se perdeu gols, tem que treinar finalização à beça. Se está errando muito passe, tem que treinar passe. Trabalho é para isso?, explicou.
Lopes esconde o time, mas vai pra cima do Paraná
Foto: Valquir Aureliano |
Denis Marques tem boas recordações do duelo contra o Tricolor e quer balançar a rede hoje novamente. |
Hoje é dia de manter o retrospecto de invicto fora de casa e, para tanto, o Atlético vai pra cima do Paraná. Mas a escalação rubro-negra é guardada a sete chaves e só será conhecida pela imprensa e torcida pouco antes da partida. Mudanças são possíveis, pois Antônio Lopes tem o costume de montar a sua equipe de acordo com o adversário que enfrenta e, nas últimas partidas, o Delegado tem surpreendido. No entanto, o time não deverá sofrer tantas alterações como diante do Palmeiras.
Pelas declarações do treinador, se houver mudança, será em apenas uma posição. Lopes afirmou que gostou do comportamento da zaga em São Paulo, formada por Danilo e Gustavo, porque pela 1.ª vez na competição o Furacão não levou gol. Na lateral direita, Jancarlos e Nei brigam pela preferência do técnico, sendo que o primeiro leva vantagem por ser um bom batedor de falta, arma que vem sendo pouco aproveitada pelo Furacão. No lado esquerdo, Michel é o único lateral de que o Atlético dispõe no momento.
Edno quer atuar como meia e não deve ser sacado devido à boa apresentação contra o Palmeiras. No restante do setor, Valencia e Alan Bahia se garantiram como volantes. Desta maneira, sobra uma vaga para Cristian, Válber ou André Rocha. Na frente, está confirmada a dupla goleadora Alex Mineiro e Denis Marques.
Gols
O ataque, por sinal, será a grande vedete deste clássico. Do lado paranista está o artilheiro do Brasileirão, Josiel.
O homem-gol tricolor está a dois jogos sem marcar, mas tem a média de um gol por partida. Pelo Atlético, Alex Mineiro é o vice-artilheiro do campeonato (5 gols) e quer deixar sua marca, pois, em 2007, ainda não balançou a rede do Paraná. Mas é Denis Marques quem tem boas lembranças desse clássico. No Brasileirão de 2006, fez um golaço contra o Tricolor, o que lhe rendeu uma placa na Arena. No Estadual deste ano, fez dois gols na vitória atleticana por 3 a 0 na Vila Capanema.
Sobre o sorteio de Héber Roberto Lopes para apitar o clássico, o treinador atleticano disse que se o árbitro prejudicou o Furacão em outras oportunidades, a diretoria fez bem em protestar – a carta emitida pelo Atlético ganhou repercussão nacional. Mas quanto à comissão técnica e aos jogadores, o importante é a preparação feita para o jogo. ?Não temos que nos preocupar com o árbitro?, finalizou o Delegado.