Atlético preparado para a dureza do River Plate

O Atlético espera uma parada duríssima amanhã, contra o River Plate, pela Copa Sul-Americana, na Baixada. Mesmo com a vantagem de ter vencido a primeira partida por 1 a 0, em Buenos Aires, o time rubro-negro sabe que não terá facilidade contra os argentinos.

A expectativa dos atleticanos é encontrar um adversário motivado pela vitória de 3 a 1 sobre o rival Boca Juniors, no último domingo, e que vai partir para cima em busca de uma vitória. E desta vez, o River deve colocar em campo sua força máxima, ao contrário do jogo no Monumental de Nuñez, quando vários titulares foram poupados.

Por isso, os jogadores do Furacão estão se preparando para uma partida ainda mais difícil do que a disputada em território argentino. ?Pudemos acompanhar o clássico no final de semana. Eles venceram e vêm motivados. Jogadores que não atuaram na primeira partida, provavelmente vão jogar e dar mais qualidade ainda à equipe deles. Temos que estar atentos, porque eles vão vir para o tudo ou nada?, alerta o volante Marcelo Silva.

Mas, apesar das dificuldades, o elenco atleticano mostra confiança para conquistar mais uma vitória. ?Vai ser complicado, mas precisamos ter consciência que temos capacidade de passar pelo River Plate. Temos que ter inteligência e não tomar aquela pressão que tomamos em Buenos Aires.

É difícil uma partida onde a gente fica só se defendendo. Temos que ter outra atitude e segurar a bola lá na frente, para nossa zaga respirar?, afirma o goleiro Cléber.

Um empate basta para o Atlético garantir a classificação para as quartas-de-final.

Mas a vitória será o objetivo.

?A vantagem é mínima. Não podemos acreditar que só jogar atrás, para não sofrer gols, será o suficiente. Temos que saber nos defender bem, mas de nenhuma maneira abdicar de atacar?, ressalta o técnico Vadão.

O time que entra em campo amanhã já é conhecido dos atleticanos. A única novidade é o retorno do volante Erandir, que cumpriu suspensão no último domingo, no empate em 1 a 1 com o Cruzeiro.

O zagueiro João Leonardo, que era dúvida, treinou normalmente ontem e está confirmado ao lado de Danilo na zaga.

Torcida prepara mais um mosaico, que sempre dá sorte

A Baixada vai viver mais um momento histórico amanhã. O Atlético terá a oportunidade de eliminar o River Plate da Sul-Americana. Para incentivar os jogadores, a torcida está preparando uma festa inesquecível, que terá como um dos pontos altos mais uma edição do Mosaico Furacão.

Uma imensa imagem será formada pelos torcedores no setor Buenos Aires superior. O desenho é um segredo guardado a sete chaves, que só será revelado quando o Atlético entrar em campo.

Mas quem acompanha os jogos do Furacão na Arena já tem uma idéia do espetáculo. Será a quinta vez que o mosaico vai colorir o estádio rubro-negro. A primeira foi no dia 20 de agosto de 2005, quando o Atlético enfrentou o São Paulo. As iniciais CAP (de Clube Atlético Paranaense) foram formadas por milhares de painéis plásticos levantados pelos torcedores.

Depois, a festa se repetiu contra o Flamengo (2/10/2005), com as estrelas que representam os títulos nacionais do Furacão, e contra o Paraná Clube (30/10/2005), formando uma imensa bandeira do estado do Paraná, mas nas cores vermelho e preto. A última edição do mosaico foi no dia 5 de fevereiro deste ano, contra o Galo Maringá, quando a bandeira da Alemanha invadiu a Arena para homenagear o então treinador Lothar Matthäus.

Por trás da bela festa, está a dedicação de um grupo de abnegados atleticanos, que tiveram a idéia de trazer para o Brasil o que já é uma tradição nos estádios europeus.

?A idéia surgiu entre eu, o Sílvio Toaldo Júnior e o Luiz Souza, conversando sobre mosaicos e festas promovidas pelas torcidas européias.

Na verdade, antes disso eu acompanhava os campeonatos europeus e imaginava que poderíamos adaptar à realidade do Atlético. Começamos a organizar em 2004 e em 2005 estávamos fazendo o primeiro mosaico?, recorda Thiago Henk, 25 anos, desenhista industrial e presidente da comissão responsável pelos mosaicos.

Para a montagem do primeiro foram muitas dificuldades. ?O nosso maior problema foi o tempo. Mesmo com o projeto pronto, tínhamos que ter aprovação do Atlético. Por isso, ainda não tínhamos nem dinheiro e nem material comprado. Tivemos exatamente seis dias para fazer as arrecadações e comprar o material.

A condição imposta pelo Atlético é que o mosaico deveria sair exatamente no próximo jogo do clube em casa, contra o São Paulo, que seria a revanche da final da Libertadores?, diz Sílvio, 31 anos, administrador de empresa e vice da comissão.

Arrecadar recursos para comprar o material foi, desde o início, um desafio. ?Já fizemos de tudo para arrecadar fundos. Campanhas de arrecadação, patrocinadores… Fizemos um sorteio com a camisa do ex-goleiro Diego, um leilão com a camisa do ex-zagueiro Paulo André e, por último, um bolão da Copa do Mundo?, afirma Toaldo, lembrando que uma ferramenta fundamental para a organização da equipe e a arrecadação de fundos foi o fórum do site furacao.com.

Desde o início, a idéia foi um sucesso absoluto entre os atleticanos e encontrou apoio também das torcidas organizadas do clube. Uma parceria com as facções Os Fanáticos e Ultras deve propiciar em breve a ampliação do mosaico para outros setores da Arena. Para o jogo de amanhã, mais uma esperança da galera é a fama de ?pé quente? do mosaico. Em todos os jogos que o espetáculo foi organizado, o Atlético saiu vencedor.

Tem bilhete na Rua das Flores pra Sul-Americana

Carlos Simon

Ingressos para Atlético x River Plate estão esgotados. Menos no calçadão da Rua das Flores, onde um cambista revendia, ontem, entradas para o jogo, com direito a cartaz grudado no poste. Às 18 horas ainda havia cerca de dez bilhetes para os setores atrás dos gols e das curvas. A entrada inteira custava R$ 40 (na bilheteria, R$ 25), e a meia, R$ 25 (R$ 12,50). ?Tá meio fraco. Amanhã (hoje) vende melhor?, contou o cambista, que disse ter negociado ?de uns 20 para mais? ingressos até então.

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