Somar três pontos e se afastar da temida zona de rebaixamento. É com esse objetivo único que Atlético e Paraná se enfrentam no próximo domingo, na Arena. As duas equipes até que têm munições para provocar a rivalidade, porém preferem não polemizar e focar no decisivo confronto. Quem vencer dá um empurrãozinho no rival pra cair à Série B.
O técnico atleticano foi comedido em suas declarações. ?Temos que entrar em campo motivados e atentos, focados em jogar futebol. Não deixar que fatores extra-campo nos prejudiquem em relação à concentração e equilíbrio?, afirmou Ney Franco, já prevenindo a sua equipe de eventuais ?ataques? paranistas no decorrer da semana.
Para o jogo contra o Tricolor, o Furacão está praticamente definido e sem surpresas. O zagueiro Danilo é a única baixa devido ao terceiro cartão amarelo. Em seu lugar entra Rhodolfo, que retorna de suspensão. ?Estou preparado. Num clássico, os dois times dão a vida. Mas precisamos de um bom resultado devido à posição incômoda?, declarou o zagueiro.
No meio-campo é praticamente certa a permanência de Netinho como o responsável pela armação da equipe. O experiente Ramon não treinou com o restante do grupo e ontem fez trabalhos de musculação. Hoje deverá ser liberado pelo departamento médico, entretanto Ney Franco adiantou que dificilmente o jogador retornará ao time para o clássico. ?Prefiro não definir nada, pois Ramon teve uma fissura na costela. Mas quero contar com ele quando estiver 100%?, disse.
Netinho foi um dos destaques da vitória diante do Palmeiras.
Rubro-Negro não quer nem ouvir falar no árbitro paranaense pro clássico
Foto: Valquir Aureliano |
Héber apitou os dois últimos jogos entre Atlético e Paraná e, coincidentemente, o Furacão não venceu. |
Nos dois últimos jogos envolvendo Atlético e Paraná, o Furacão reclamou muito da atuação da arbitragem. Coincidentemente, em ambos os casos, o Atlético não conseguiu vencer e o responsável pelo apito foi Héber Roberto Lopes.
No 1.º confronto, válido pela semifinal do Paranaense, o Rubro-Negro perdeu por 3 a 1, foi desclassificado da competição e ainda viu os paranistas comemorarem sua única vitória dentro da Arena. Os atleticanos reclamaram que Héber amarrou a equipe em campo e expulsou Netinho num lance bobo. No jogo seguinte, o Furacão empatou com o Tricolor, na Vila Capanema, porém atuou grande parte do clássico com dez jogadores, graças à expulsão do zagueiro Danilo.
Para o clássico de domingo, a Comissão de Arbitragem da CBF deverá realizar o sorteio somente amanhã, mas o Atlético espera que o nome de Héber nem conste na escala.
Diante da polêmica, Ney Franco preferiu não opinar sobre a possível escalação de Héber para o comando da partida. ?Não vivenciei nenhum clássico com árbitros locais. Mas se a diretoria do Atlético veta é porque tem argumentos para tomar essa decisão. Prefiro deixar isso a cargo da diretoria. Prefiro ficar com a parte tática da equipe?, explicou.
Conforme a cartolagem atleticana, Héber carrega consigo o histórico ruim ao apitar jogos do Furacão. Entretanto, ele tem sido muito elogiado pela mídia nacional, pelas últimas atuações que teve em grandes jogos, como no clássico Grenal, no fim de semana.
O apitador paranaense também é o terceiro árbitro que mais apitou no Brasileirão, ao lado de Sérgio da Silva Carvalho, com 11 jogos.
Atlético livre da ?bomba?
Carlos Simon
Como já era esperado, o Atlético livrou-se de ser punido pela bomba lançada na Arena na partida contra o Figueirense, em 18 de agosto. A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva confirmou ontem o arquivamento do caso.
O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, disse ter recebido um ofício do 2.º Distrito Policial de Curitiba, que apura o caso. ?A delegacia dá conta que testemunhas apontam o suspeito detido como autor do lançamento do artefato?, afirmou. Apesar de o suspeito negar ter arremessado o explosivo, a simples apresentação do boletim de ocorrência tem sido suficiente para livrar os clubes da ameaça de perda de mando de campo. O prazo para apresentação de denúncia no caso do Atlético venceu ontem.
Se o episódio fosse levado adiante, o Furacão correria o risco de ser enquadrado no artigo 213 do Código Desportivo de Justiça Brasileira (CBJD), que prevê a perda de um a três mandos de campo e multa de R$ 10 mil a R$ 200 mil.