Atlético precisa vencer, para evitar mais problemas

O Atlético entra em campo hoje para buscar a reabilitação e evitar que a crise possa voltar a rondar o CT do Caju.

Após perder na estréia do campeonato brasileiro para a Ponte Preta, o rubro-negro enfrenta o Juventude na busca dos primeiros pontos na competição. Uma missão difícil devido aos vários desfalques, mas considerada possível pelo técnico Edinho Nazareth e pelos jogadores após a semana de descanso e treinamentos. A única novidade no Furacão será o meia Fabrício, que retorna após se recuperar de uma lesão. O confronto contra os gaúchos está programado para as 16 horas.

Apesar da boa campanha na Copa Libertadores da América e do título no campeonato paranaense, a possibilidade de uma lista de dispensas e novas contratações agitou o clube nos últimos dias. A derrota para a Macaca e a percepção do mau preparo físico colocaram em xeque o planejamento da equipe para a temporada e nova derrota poderá deixar o clima tenso. Tanto que os jogadores não falam em outro resultado que não seja a vitória.

?Vamos em busca da vitória porque uma derrota para o Juventude e o Santos depois poderá gerar uma crise aqui dentro?, apontou o meia Fabrício, em entrevista à Rádio Paraná. Para ele, a semana sem jogos foi fundamental para a equipe se preparar adequadamente para enfrentar o Juventude. ?O Edinho pôde passar o que queria para a gente e agora é só entrar em campo e fazer o que a gente sabe?, disse.

Muito mais do que técnicos, a semana foi de trabalhos físicos. Com várias competições sendo disputadas ao mesmo tempo, com jogos no meio de semana, o time sentiu o desgaste e mostrou que precisava se recuperar. Foi o que aconteceu na maior parte do tempo. Sob os cuidados do preparador físico Márcio Meira, o Atlético treinou mais fisicamente e já deverá apresentar uma melhora na partida de hoje.

Por sua vez, Edinho realizou apenas um coletivo na quinta-feira e definiu a equipe. Sem poder contar com o zagueiro Marcão, os alas Etto e Jancarlos, o meia Fernandinho e os atacantes Jorge Henrique, Aloísio e Dênis Marques, ele praticamente repetiu o time que enfrentou a Ponte. A única diferença é a volta de Fabrício ao meio, com Jorge Henrique saindo do time devido a uma fratura num osso do pé esquerdo.

A aposta é de que os meias Cléverson, pela direita, e Leandro, pela esquerda, mostrem um melhor entrosamento e possam desempenhar as funções pedidas pelo treinador. Apesar de atuarem pelas alas, eles terão a liberdade de armarem as jogadas pelo meio quando o time tiver a posse de bola.

CAMPEONATO BRASILEIRO
2a. RODADA

Juventude: Doni; Chicão, Antônio Carlos e Naldo; Magal, Bruno Lança, Leandro Moreno, William e Edu Silva; Zé Carlos e Enílton. Técnico: Ivo Wortmann.

Atlético: Diego; Baloy, Danilo e Durval; Cléverson, Alan Bahia, Ticão, Fabrício e Leandro; Lima e Maciel. Técnico: Edinho Nazareth.

Súmula
Local: Alfredo Jaconi (Caxias do Sul)
Horário: 16h
Árbitro: Elvécio Zequetto (MS).
Assistentes: Celso Barros da Silva e Ezequiel Barbosa Alves (MS).

Capital está aumentando

O Atlético fechou o ano de 2004 com um déficit de R$ 18.139,00, mas mostra um crescente aumento de capital nos últimos anos. Este é um dos resultados do relatório anual de administração publicado pela diretoria do rubro-negro. O resultado mostra uma melhoria nas finanças dos clube que fechou o ano anterior com prejuízo de R$ 480.732,00. De acordo com o balanço, os números não foram melhores devido ao aumento dos custos e a diminuição de receitas referentes à venda de direitos federativos de jogadores.

De acordo com o texto explicativo, destinado aos sócios, parceiros comerciais e torcedores, a elevação dos custos da atividade esportiva ficou em 11% e a redução na transação de atletas em 32,62%. Por isso, o prejuízo de pouco mais de R$ 18 mil. Em 2003, esse prejuízo foi de quase R$ 500 mil e, em 2002, o clube havia amargado um passivo de mais de R$ 4 milhões.

?O custo de manutenção do elenco de atletas profissionais apresentou uma elevação na ordem de 9,8% em relação ao ano anterior, face a elevação nas despesas de pessoal e de viagens para fazer frente a excelente campanha que o clube realizou no campeonato brasileiro de 2004?, explica a nota assinada pelo diretor superintendente Alberto Maculan e pela diretora financeira Cida Gonçalves.

Apesar dos números caminharem para o equilíbrio, o Atlético tem dívidas com a previdência social, de contas a serem pagas e de ações trabalhistas. Com o governo, o montante está em R$ 3.844.074,00. Para pagar fornecedores e empréstimos efetuados, o valor está em R$ 8.319.343,00 e as ações trabalhistas estão em R$ 9.688.583,00, mas este valor é passível de negociação e pode ser reduzido, bem como as dívidas anteriores estão parceladas e sendo pagas regularmente.

Segundo Maculan e Cida, o crescimento da economia brasileira deverá beneficiar o segmento do futebol e ajudar, consequentemente, o Atlético. O clube foi campeão paranaense, está disputando a Copa Libertadores da América e campeonato brasileiro e está investindo no CT do Caju, além de ter firmado uma parceria com a Kyocera para a Arena. ?O clube manterá a mesma política na formação do plantel profissional, mesclando com os atletas que se destacarem nas categorias de base, preparados com a metodologia e tecnologia utilizada pelo Atlético, objetivando conquistar as primeiras colocações nas competições que irá disputar em 2005?, finalizam os diretores. (RS)

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