O Corinthians falava em jogo crucial para as pretensões no time no Campeonato Brasileiro. Campeão paulista e da Copa do Brasil, imaginava estender o prazo de validade da desejada tríplice coroa com uma vitória neste sábado sobre o Atlético Paranaense, no Pacaembu. No entanto, a volta ao palco em que fora goleado pelo Goiás, duas rodadas atrás, nada teve de empolgante. Perdeu por 3 a 1 e viu caducar a esperança de faturar sua terceira taça na temporada. Continua em 9.º lugar. “Tivemos um primeiro semestre fantástico, mas, agora, a realidade é outra”, resumiu Ronaldo no fim do jogo. É bem por aí.
O meio de campo ideal de Mano Menezes, com Marcelo Mattos, Elias e o estreante Edno, deixou a desejar. Além da natural falta de entrosamento, pecou na marcação e deu muita liberdade aos adversários. O Atlético tirou proveito e acabou com o jogo nos contra-ataques.
O Corinthians controlava a posse de bola, mas o Atlético buscava sempre responder em velocidade. E, por vezes, assustou a meta de Felipe. Numa delas, aos 22 minutos, o meia Marcinho finalizou rente à trave direita do goleiro corintiano. Um prenúncio do que viria pela frente. “Não adianta todo mundo sair para atacar e tentar resolver o jogo. Estamos dando muitas brechas na defesa”, alertava o goleiro no intervalo.
Se o vovô Paulo Baier articulava os lances pelo Atlético, Edno tentava criar oportunidades para o Corinthians. Aos 30 minutos, lançou Ronaldo perto da área. O atacante dominou e bateu a gol, mas foi bloqueado. Seis minutos depois, Dentinho desviou de cabeça e levou perigo.
Mesmo assim, os atleticanos demonstravam confiança em sair do Pacaembu com um bom resultado. “Estamos bem e vamos manter o ritmo no segundo tempo. A estratégia é cansar o Ronaldo”, avisou Marcinho.
Ronaldo até tentou. Mas, além de ter sido bem marcado, faltou-lhe sorte em alguns lances. Especialmente no segundo tempo, quando os times voltaram mais ousados. Em apenas dois minutos, houve uma grande ocasião para cada lado.
Até que, aos 6, Paulo Baier emendou com categoria passe de Wallyson e abriu o placar. O goleiro Felipe ficou enfurecido. Não restava outra opção ao Corinthians senão encurralar o rival. Elias quase empatou. Dentinho tentou de bicicleta. A torcida despertou. O nome de Defederico ecoava das arquibancadas.
Em seguida, contudo, Wallyson tabelou com Paulo Baier, que lhe deixou na cara do gol: o atacante fez o segundo do Atlético. Mano Menezes, que não é surdo nem louco, fez o que a torcida pediu. Colocou Defederico. E também Souza e Jucilei, responsável pelo gol solitário corintiano.
Mas, nos acréscimos, Wesley fez o terceiro do Atlético, em falha de Felipe. Agora, o Corinthians volta a campo contra o lanterna Fluminense, na próxima quarta-feira, no Maracanã.
Ficha técnica
Corinthians 1 x 3 Atlético-PR
Corinthians – Felipe; Alessandro, Paulo André, Renato e Marcinho (Souza); Marcelo Mattos (Jucilei), Elias e Edno (Defederico); Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo. Técnico: Mano Menezes.
Atlético-PR – Galatto; Nei, Manoel, Rodolpho (Chico) e Márcio Azevedo; Rafael Miranda (Alecssandro), Valencia, Marcinho (Netinho) e Paulo Baier; Wesley e Wallyson. Técnico: Antônio Lopes.
Gols – Paulo Baier, aos 6, Wallyson, aos 22, Jucilei, aos 37, e Wesley, aos 47 minutos do segundo tempo.
Árbitro – André Luiz de Freitas Castro (GO).
Cartões amarelos – Alessandro (Corinthians); Márcio Azevedo, Manoel, Nei e Alecssandro (Atlético-PR).
Renda – R$ 918.926,00.
Público – 26.842 pagantes.
Local – Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).