Atlético pode ser punido pela morte de torcedor

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Eduardo caiuo no fosso, ficou dois dias
no Hospital Cajuru, mas morreu ontem.

O Procon vai abrir investigação para apurar a morte do torcedor do Atlético Eduardo Michel Domingues de Oliveira. Ele caiu no fosso da Arena antes da partida contra o Botafogo e acabou morrendo em decorrência de traumatismo craniano. O clube pode ser multado em até R$ 3 milhões e seus dirigentes destituídos ou suspensos caso se comprove que houve negligência da segurança nas arquibancadas do estádio no dia da partida.

"Na semana que vem, provavelmente na segunda-feira à tarde, o Procon vai instaurar um ato de autoridade para investigar o caso", disse Algaci Túlio, presidente da entidade. De acordo com ele, essa investigação será aberta para ver se o clube cumpriu as normas do Estatuto do Torcedor e do Código de Defesa do Consumidor. "O torcedor passou para o outro lado da grade e caiu. Deveria ter um segurança para impedir isso", apontou.

O Estatuto do Torcedor (artigo 13) diz que o torcedor tem direito à segurança nos locais onde são realizados os eventos esportivos antes, durante e após a realização das partidas. Além disso, (artigo 14) a responsabilidade pela segurança do torcedor em evento esportivo é da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo e de seus dirigentes. O Procon também quer saber se o clube cumpriu o artigo 16, que prevê a contratação de um seguro de acidentes pessoais, tendo como beneficiário o torcedor portador de ingresso, válido a partir do momento em que ingressar no estádio.

Se comprovada alguma irregularidade, os dirigentes poderão ser suspensos por seis meses ou até destituídos, além do clube levar uma multa de até R$ 3 milhões e ainda ficar sem receber repasses de recursos públicos federais da administração direta e indireta. Se algum diretor tentar prejudicar a investigação, este poderá ser destituído do cargo temporariamente para que as diligências avancem.

Apesar do alarde de Algaci Túlio, o presidente João Augusto Fleury da Rocha garante que o clube está tranqüilo sobre a questão. "Nós estamos acompanhando o caso desde o primeiro dia, mas lamentavelmente, o torcedor morreu. Agora, ele (Túlio) está no direito e que faça a investigação dentro da lei", declarou. Para o dirigente, só a Arena é que passa freqüentemente por estas investigações. "Gostaria de ver outros estádios serem investigados também, como o de São Januário", finalizou.

Atleticano não resiste

Depois de passar dois dias internado no Hospital Cajuru, o torcedor do Atlético Paranaense Eduardo Michel Domingues de Oliveira, 19 anos, não resistiu aos ferimentos provocados em sua queda no fosso da Arena da Baixada, e morreu ontem, às 6h15. O acidente aconteceu no domingo, quando o jovem despencou, momentos antes do início da partida contra o Botafogo.

De acordo com informações passadas pelo clube paranaense, o circuito interno de tv registrou o momento em que Eduardo caiu no fosso. O jovem teria escalado a grade, de cerca de 1,50m, que separa as cadeiras do gramado. Com metade do corpo penso, Eduardo estaria se apoiando com uma das mãos, enquanto gesticulava com a outra. No momento em que retirou as duas mãos da grade, ele teria se desequilibrado e caído de uma altura de aproximada de 4,5m. Segundo a assessoria de imprensa do Atlético, há cordas que tentam impedir os torcedores de ficarem pendurados nas grades, porém a maioria não as respeita e a situação torna-se corriqueira no estádio.

Socorro

Logo após a queda, o torcedor foi prontamente atendido por médicos do clube e encaminhado ao hospital, onde passou a respirar através de aparelhos. Eduardo teve traumatismo crânio-encefálico e ferimentos nos braços e nas pernas. Ainda, de acordo com a assessoria de imprensa do Atlético, o corpo só foi identificado na segunda-feira, porque a família de Eduardo não sabia que ele tinha ido ao jogo. O clube informou que, desde o momento que aconteceu o acidente, foi prestado atendimento imediato ao torcedor e que está à disposição da família para prestar qualquer tipo de ajuda, inclusive financeira.

Levir Culpi foi embora, criticando o presidente

O técnico Levir Culpi se despediu ontem do Atlético trocando farpas com o presidente João Augusto Fleury da Rocha. Enquanto o treinador acusou o dirigente de ser passional demais, o dirigente insinuou que o treinador mudou de ares apenas por dinheiro.

Rusgas à parte, o profissional garante que realizou uma grande temporada rubro-negro, tanto que deverá levar consigo alguns dos jogadores vice-campeões no campeonato brasileiro para o Cruzeiro.

"Eu não conhecia o Fleury. Conversamos muito pouco. Fiquei magoado, mas apenas um pouco com as declarações dele", desabafou Levir. O treinador não gostou dos comentários do dirigente, que reprovou o abraço dele no técnico e nos jogadores do Botafogo após a partida de domingo. "O Fleury é mais torcedor do que profissional. Se nós pudéssemos matar o Botafogo, nós mataríamos aos 45 do 2.º tempo", garantiu.

Como exemplo, ele revelou que não foi à festa de aniversário da sobrinha Maria Letícia, no sábado, justamente por se tratar da filha de sua irmã com Luiz Roberto Matter, coordenador de futebol do clube carioca. "Não fui para evitar essa conversinha de como seria o jogo e outros comentários", destacou.

As explicações de Levir, no entanto, não convenceram Fleury. Mesmo enaltecendo o trabalho do treinador que foi embora, o dirigente voltou a disparar contra ele. "Os torcedores do Atlético vêem o jogo com o coração, não com o bolso", atirou.

Esse, aliás, foi o principal motivo que fez Levir trocar o CT do Caju pela Toca da Raposa. "Eu ficaria no Atlético com prazer, para disputar a copa libertadores, mas tem o envolvimento financeiro", admitiu. Além disso, ele também disse que se sente melhor trabalhando longe de Curitiba, sua cidade natal. "Eu tenho outras complicações aqui que são os negócios e a família. Fora daqui, eu me sinto mais à vontade", apontou.

De qualquer forma, ele considerou positiva a sua segunda passagem pela Baixada. "Foi uma temporada muito boa para todos nós e as portas continuam abertas. O final é que poderia ter sido um pouco melhor", ponderou. Ele é mais a considerar que a partida em Erechim foi decisiva. "Eu acho que a parte psicológica pesou após a partida contra o Grêmio, mas todos os times passam por isso ao longo do campeonato", analisou.

Do Atlético, Levir deverá levar consigo o volante Fabiano e o zagueiro Marinho, que não tiveram seus contratos renovados. Outros nomes, ainda vinculados ao rubro-negro, também deverão ser indicados.

Geninho pode estar voltando ao clube

"Geninho. Ai que bom seria, se você voltasse um dia." A frase estampada nas arquibancadas pelos torcedores do Atlético agradecendo o título dado pelo treinador poderá se concretizar em breve. Com a recusa de Paulo Bonamigo (Botafogo) e com a rejeição ao nome de Cuca (ex-São Paulo), o ex-profissional do Vasco poderá repetir 2002 e comandar mais uma vez o rubro-negro na copa Libertadores da América.

"Talvez. Eu gosto do Geninho como profissional", despista o presidente João Augusto Fleury da Rocha. Mesmo aprovando a volta dele, o dirigente garante que não foi feito nenhum contato com nenhum nome. "Estamos pensando primeiro na remontagem do grupo de trabalho (entenda-se comissão técnica)", destaca. O dirigente não confirma, mas o preparador físico Riva Carli e o preparador de goleiros Almir Domingues também podem retornar ao clube em 2005.

Além do Atlético, Geninho está sendo sondado por Flamengo e o futebol da Arábia Saudita. Após deixar o Vasco da Gama, ainda durante o campeonato brasileiro, o treinador voltou para Santos e não aceitou mais nenhum convite.

Reforços

O clube não conseguiu acertar a renovação de contrato do zagueiro Marinho e do volante Fabiano e eles não fazem mais parte do elenco atleticano. Em compensação poderá trazer de volta o volante Cocito. O jogador está deixando o Grêmio e interessa ao Atlético. Os dirigentes também estão sondando o atacante Alemão, que tem contrato com o Coritiba até o final deste mês. "Qualquer jogador que conclua seu contrato no dia 31 de dezembro pode vir para o Atlético", aponta.

Rogério Correia é homem sério

Acostumado a marcar meias e atacantes e subir ao ataque para tentar marcar seus golzinhos, o zagueiro Rogério Correia agora vive o papel inverso, sendo marcado, mas na vida a dois. Ontem, ele enfrentou o altar para assinar seu mais importante contrato, não com o Atlético (clube que defende desde 2001), mas com a estudante de jornalismo Mariáh Domachowski. A cerimônia, realizada na igreja Imaculado Coração de Maria, no Rebouças, contou com a presença de amigos e familiares. Desde que chegou ao rubro-negro, o jogador se tornou um dos mais vitoriosos na história do clube. Participou das conquistas do campeonato brasileiro em 2001 e do campeonato paranaense de 2002, além de ter sido vice-campeão da copa Sul-Minas em 2002 e do nacional este ano.

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