O Atlético enfrentará uma dura batalha esta tarde, a partir das 14h, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O clube foi denunciado por incidentes na partida contra o Corinthians, no dia 29 de abril, pela Copa do Brasil e pode ser punido com multa e perda de mandos de campo.
A conduta irresponsável de alguns torcedores pode novamente prejudicar o Furacão. O árbitro do confronto com o Timão, o carioca Nielson Nogueira Dias, relatou na súmula que quatro bombas foram arremessadas pela torcida do Atlético em direção ao espaço reservado aos corintianos.
O relato rendeu ao Atlético denúncias em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): 213 (“deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto”) e 184 (“quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica duas ou mais infrações”). O Corinthians foi enquadrado no artigo 213.
Segundo o advogado do Furacão, Domingos Moro, o processo será “longo, demorado e complicado”. “Estou preocupado. São muitas denúncias e o artigo 184 determina, para cada conduta, uma apenação. Como se tratam de quatro bombas, cada uma é considerada uma infração diferente”, afirma.
As penas previstas no artigo 213 chegam a R$ 200 mil de multa e perda de um a dez mandos de campo. No cenário mais desfavorável, o Atlético pode ser condenado a pagar R$ 800 mil de multa e perder o mando de 40 partidas. A pena seria cumprida em partidas da Copa do Brasil.
Estranho
A denúncia de clubes por incidentes ocorridos nas arquibancadas é rara. Normalmente, as equipes só são denunciadas quando ocorrem incidentes que prejudicam o andamento da partida ou colocam em risco os jogadores, como o lançamento de objetos no gramado.
Uma exceção foi o jogo entre Goiás e Cruzeiro, no Brasileirão do ano passado. Na ocasião, o clube goiano perdeu um mando de campo. “Mas naquela oportunidade, o jogo foi paralisado. O que não aconteceu desta vez”, destaca Moro.
Outro fato raro é o relato do árbitro do depoimento de policiais que estavam nas arquibancadas. “Isso nos surpreendeu. É muito incomum. Acho estranho, pois o arremesso de bombas evidencia uma falha da própria polícia militar, que é responsável pela revista dos torcedores”, diz o advogado.
Sem vítimas
Mesmo preocupado com a situação, Moro tenta tranquilizar a torcida. “Estamos juntando documentos, fazendo todo o possível para tentar descaracterizar essa denúncia”, garante.
A defesa destacará o fato de que as explosões não causaram vítimas nem prejudicaram o andamento da partida. “Tenho um vídeo em que se escuta uma explosão. Imediatamente, a imagem muda para o local e mostra que não houve nada. Essas bombas, se existiram, não produziram nenhum prejuízo. Ninguém se machucou”, conclui Moro. O Paraná-Online tentou ouvir o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, mas ele não atendeu às ligações da reportagem.