O Atlético diminuiu o compasso na contratação do novo técnico, mas a expectativa é de que o substituto de Sérgio Soares seja confirmado até o início da semana. Dentre todas as especulações, o nome de Emerson Leão apareceu na tarde de ontem com mais força nos bastidores.
Apesar de ser o preferido de muitos dirigentes atleticanos, alguns pontos ainda pesam contra sua contratação. Leão está dentro do perfil que o Furacão procura. Com pulso firme, chegaria preparado para colocar a casa em ordem, como a diretoria de futebol mesmo afirma.
“É hora de trazer o bandido, chega de mocinhos e bonzinhos”, repetem em uníssono, o diretor de futebol Valmor Zimermann e o gerente de futebol Ocimar Bolicenho.
Em 2009, após a saída de Waldemar Lemos, em junho, Leão foi um dos treinadores procurados pelo Atlético, mas recusou a proposta. Na sequência, Antônio Lopes foi convidado e ficou no Furacão até março de 2010.
Polêmico, sempre com alguma história forte deixada para trás nos clubes por onde passou, o técnico tem ainda a seu favor o peso da amizade com o vice-presidente Enio Fornea, homem que participa das decisões junto com o presidente Marcos Malucelli.
O treinador é também velho conhecido no CT do Caju. Passou pelo clube em 1996, juntamente com Ademir Adur, que fazia parte do grupo gestor naquela época e hoje é novamente homem forte e importante do futebol rubro-negro.
Quando passou pelo Atlético, Leão também ficou na memória do torcedor pela forte campanha que fez junto aos dirigentes para que o terreno onde hoje está o CT do Caju fosse adquirido.
Por outro lado, a falta de consenso em torno da contração e o alto salário seriam alguns dos empecilhos para o clube, que não quer treinador com valores salariais elevados. “Não há um teto, mas vamos trabalhar com nomes que não tenham salários altos”, reforçou Ocimar Bolicenho.
Leão assegura que ainda não teve nenhum contato com o Furacão, mas também não descarta qualquer possibilidade. “A única coisa que posso te falar é que não teve nada. Fiquei sabendo apenas agora”, disse o treinador, que ontem estava em São Paulo, e que desde o Goiás, no ano passado, não trabalhou em outro clube.
Questionado sobre ter o perfil procurado pelo Atlético, por ter fama de ser disciplinador e pulso firme, Leão se mostra interessado na atual situação do Furacão.
“Mas o que houve aí, a casa está muito fora de ordem?”, perguntou, antes de voltar a repetir que não conversou com qualquer pessoa ligada ao clube. “Não tem nada não. Não é esconder o jogo, mas não fui procurado”, disse.
Mesmo com o técnico sendo um nome sugerido por conselheiros e alguns dirigentes, o Atlético trabalha ainda com outros dois nomes. PC Gusmão, ex-Vasco, e Hélio dos Anjos, do Vila Nova-GO, também estão na lista.