O Paranaense foi humilhado em plena Arena da Baixada em sua estréia na Copa Sul-americana. Atuando com um time misto, o Vasco sapecou 4 a 2 e acabou com o tabu de nunca ter vencido no ?novo? estádio rubro-negro. O resultado, que praticamente elimina o time paranaense da competição continental, exaltou os ânimos da torcida que mais uma vez vaiou a equipe e xingou o ?dono? do Atlético – Mário Celso Petraglia. Se a situação do Furacão não era das melhores, devido a pífia campanha no Brasileirão, com a vexatória derrota em casa, a crise instalou-se de vez no Joaquim Américo.
A pressão inicial foi toda do Atlético. Aos oito e dez minutos Silvio Luiz evitou que o time paranaense abrisse o marcador, defendendo o chute de Edno e abafando a cabeçada de Dinei. A bola só não entrou porque Rubens Júnior salvou quase em cima da linha. Com um bom toque de bola no meio-campo, o Furacão dominou as ações obrigando o Vasco a descer o sarrafo. Foram várias faltas em seqüência que mereceram ser punidas com cartões amarelos, porém o árbitro contemporizou. Diante da complacência de Seneme, a zaga rubro-negra devolveu a botinada, tornando o jogo feio e viril. Danilo e Enilton se estranharam e deveriam ser expulsos.
| Foto: Valquir Aureliano |
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| Derrota foi demais para a torcida, que tentou até invadir o vestiário, mas foi contida pelos seguranças. |
Em meio a truculência, o Atlético conseguiu inaugurar o placar. Dinei ganhou uma dividida no meio e avançou sem marcação. Quase na entrada da área mandou um chutaço que, graças a contribuição de Silvio Luiz, balançou as redes vascaínas. O Atlético passou a dominar o jogo, mas como em outras partidas, o sistema defensivo bobeou. Aos 32 minutos, num erro de posicionamento, Andrade achou Rubens Júnior sozinho avançando pela lateral esquerda. O lateral só precisou ajeitar e tocar a bola por cima de Viáfara para empatar o jogo. Com o gol, o time carioca ganhou moral e conseguiu a virada. Aos 38?, Marcelinho, com total liberdade no meio-campo, achou Abuda sozinho dentro da área que só teve o trabalho de fuzilar a meta atleticana. Novamente a defesa rubro-negra falhou.
Em desvantagem, o Atlético tentou partir pra cima na etapa complementar, mas ficou só na vontade. Nem mesmo a estréia do talentoso Ramon deu jeito ao time. O Vasco, bem posicionado em campo, não demorou para aumentar a vantagem e destruir as esperanças de reação do Atlético. Foram duas estocadas e dois gols marcados por Andrade e Conca. O desordenado Furacão só conseguiu diminuir a goleada no final da partida, com um gol de Alan Bahia.
Delegado na corda bamba
A vexatória derrota para o time misto do Vasco balançou o cargo do treinador Antônio Lopes, apesar de ele considerar a ira da torcida um fato normal no futebol. ?Quando a equipe perde o torcedor tem que reclamar mesmo. Mas quanto ao boato da minha saída, não tem fundamento. Mas isso tem que perguntar para o presidente (Petraglia)?, afirmou o Delegado que, pelos resultados alcançados até o momento, não vem desempenhando um bom trabalho à frente do Atlético.
Diante da postura de seu time em campo, Lopes disse que os jogadores poderiam ter se aplicado mais e classificou a derrota como uma noite negra, ?onde tudo deu errado?.
Para tentar reverter a situação e tirar o Atlético do atoleiro no qual se encontra, o técnico prega mais trabalho. Essa é a mesma receita passada pelo recém-contratado Ramon, que defendeu a comissão técnica quanto à péssima atuação do grupo. ?Temos que voltar a vencer. Quando se vence não se fala muito. Vou trabalhar para honrar a camisa do Atlético?, finalizou.
O Rubro-Negro volta a campo no próximo sábado para enfrentar o Figueirense, na Arena. Diante da crise instalada, Lopes terá que trabalhar muito para, ao menos, dar uma direção ao seu atabalhoado grupo.
Copa Sul-Americana
Atlético PR 2 x 4 Vasco
Local: Estádio Joaquim Américo, Arena da Baixada, em Curitiba
Atlético: Viáfara, Nei, Danilo, Rhodolfo e Edno; Valencia, Roberto (Alan Bahia aos 23? do 2), Netinho (Ramon aos 16? do 2) e Ferreira; Dinei (Pedro Oldoni aos 9? do 2) e Marcelo. Técnico: Antônio Lopes
Vasco: Silvio Luiz, Eduardo, Jorge Luiz, Júlio Santos e Rubens Júnior; Amaral, Andrade (Vilson aos 35? do 2), Roberto Lopes e Marcelinho (Perdigão aos 36?do 2); Abuda (Conca aos 31? do 2) e Enilton. Técnico: Celso Roth
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP)
Auxliares: Ednilson Corona (SP) e Valter Reis (SP)
Gols: Dinei (A) aos 23?; Rubens Júnior (V) aos 32?; Abuda (V) aos 38? do 1; Andrade (V) aos 20? e Conca (V) aos 35? e Alan Bahia (A) aos 41? do 2
Cartões Amarelos: Danilo, Nei, Ramon (A), Roberto Lopes, Rubens Júnior, Amaral (V),
Público pagante: 5005
Público total: 6289
Renda: R$ 134.092,00
