Novamente o torcedor do Atlético terá que vestir a camisa de outro time para se manter na liderança do campeonato brasileiro. Hoje, a torcida será pelo Flamengo, que recebe o Santos no Maracanã, e precisa vencer para fugir da zona de rebaixamento e ajudar o Furacão a continuar na ponta da tabela.
Este, por sua vez, empacou na competição e já não vence há quatro jogos. Ontem, foi a vez do Goiás tirar uma casquinha do primeiro colocado e fazer 2 a 0, no Serra Dourada. O próximo compromisso do time da Baixada será o Internacional, às 20h30 de sábado, também em Goiânia.
Dependendo apenas de si para se manter na liderança do Nacional, o Atlético voltou a entrar em campo com uma postura mais defensiva do que ofensiva. Com Raulen na ala-direita e Fernandinho no meio, o técnico Levir Culpi tentou repetir o mesmo time que enfrentou o Paraná Clube, só não contava com mais uma péssima atuação de Jádson. O meia voltou a errar passes demais e nem nas bolas paradas conseguiu fazer a diferença.
O Atlético até que teve algumas boas chances. Raulen perdeu logo no início uma boa chance, Dênis Marques e Washington também chegaram na cara do gol, mas perderam. Do outro lado, por sua vez, o Goiás martelou até encontrar o seu gol. Depois de tentar várias vezes carregando a bola até dentro da área, Josué resolveu arriscar do meio da rua e acertou uma bola no ângulo esquerdo de Diego. Um golaço. No mais, um festival de pontapés e cartões para o lado rubro-negro.
Quem esperava uma maior atitude do Furacão teve que se contentar com chutes de Alan Bahia e Raulen que, se não têm grande técnica, pelo menos mostraram vontade de empatar a partida. Até a sorte ajudou e os goianos perderam um gol incrível. Três vezes seguidas. Num contra-ataque, Alex Dias chutou para Diego rebater, Leandro pegou o rebote e chutou no travessão e, na volta, Jadílson chutou para Marinho salvar de cabeça.
Pressentindo a ineficácia de seu esquema, Levir trocou Fabiano por William e passou o Atlético para o 4-4-2. Em vão. O time continuou perdendo muitas bolas na meia-cancha e propiciou vários contra-ataques para o time de Celso Roth. E foi um Deus-nos-acuda novamente. Enquanto o Atlético tinha dificuldades para chegar na área de Harlei, quando o Goiás chegava deixava os defensores rubro-negros em polvorosa. Teve até bola na trave novamente e William salvando o time em cima da linha. Era questão de tempo a pá de cal quando, já no finalzinho, Jadílson cruzou para Somália (que entrou no lugar do artilheiro Alex Dias) só completar no cantinho e contrapé de Diego.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Serra Dourada (Goiânia)
Árbitro: Cléver Assunção Gonçalves (MG)
Assistentes: Marco Antônio Gomes (MG) e Guilherme Dias Camilo (MG)
Gol: Josué aos 33 do 1.º tempo; Somália aos 44 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Marinho, Marcão, Josué
Goiás 2 x 0 Atlético
Goiás
Harlei; André Dias, Renato e Asprilla; Paulo Baier, Simão, Josué, Rodrigo Tabata (Danilo Tabata) e Jadílson; Alex Dias (Somália) e Lenadro (Jorge Mutt). Técnico: Celso Roth
Atlético
Diego; Marinho, Fabiano (William) e Marcão; Raulen (Morais), Alan Bahia, Fernandinho, Jádson e Ivan; Dênis Marques e Washington. Técnico: Levir Culpi
Zveiter ajuda Botafogo e deixa Atlético na mão
Gisele Rech
O Atlético mais uma vez se deu mal e não conseguiu obter o efeito suspensivo do julgamento no qual foi penalizado com perda de mando de dois jogos, na útlima sexta-feira. Na manhã de ontem, o presidente do STJD, Luiz Zveiter, se pronunciou e só aceitou o pedido suspensivo solicitado pelo Botafogo, do Rio. Curiosamente, Zveiter é conhecidamente torcedor do alvinegro carioca, o que gerou um certo mal-estar nos bastidores. O Atlético Mineiro, penalizado com perda de três mandos, também teve o pedido de efeito suspensivo negado.
Desta forma, a partida entre Atlético e Internacional, no sábado, está marcada para o estádio Serra Dourada, em Goiânia. “Apesar de nova derrota, ainda não desistimos. Ainda temos um recurso para ser julgado, que pode resultar em redução de pena ou absolvição.Vamos aguardar”, diz o advogado do clube, Gil Justen. A intenção da defesa do rubro-negro é ao menos tentar reduzir a pena, garantindo que a partida contra o Criciúma, na 41.ª rodada, aconteça na Arena.
Segundo Justen, a alegação de Zveiter para conceder o efeito suspensivo ao Fogo e negar ao Furacão e ao Galo foi feito com base em uma análise numérica. “Ele alegou que o Botafogo teve apenas um objeto atirado no gramado (uma garrafa plástica) e o torcedor que o atirou foi identificado”, diz. Em caso semelhante, o STJD não puniu o Vitória. Na partida do turno contra o próprio Botafogo, no Barradão, um morteiro foi disparado sobre torcedores do time carioca. Como o agressor foi detido, o clube baiano não foi punido pelo tribunal.
No caso do Atlético Paranaense, a Polícia Militar também efetuou detenções, mas Zveiter entendeu que pela quantidade de objetos arremessados no gramado, o número de prisões foi reduzido. “A polícia prendeu três torcedores e o doutor Zveiter entendeu que essas detenções não foram suficientes para evitar que mais objetos fossem atirados ao gramado.”