O Atlético perdeu o mando de campo de uma partida, ontem, no STJD, mas o Atletiba do Fome Zero está mantido para a Arena da Baixada.
O tribunal, em conjunto com a CBF, entenderam que não havia prazo legal para efetuar uma mudança e mantiveram o clássico para o Estádio Joaquim Américo. Além da punição ao clube, que terá que jogar contra o Vitória longe de casa, os desembargadores também deram um gancho no zagueiro Tiago e no volante Douglas pelas expulsões na partida contra o Cruzeiro, dia 13 de setembro.
Como já era de se esperar, o Rubro-Negro não escapou de ser punido na sessão de ontem do STJD. O clube estava incurso no artigo 300, que previa perda de mando por até três partidas por não ter tomado providências e impedir desordens na praça de desporto. O árbitro carregou na súmula e mesmo com relatórios do representante e da Polícia Militar os advogados do Atlético não conseguiram inocentar o clube. Com isso, pegou a pena de perda de um mando de jogo e deverá atuar contra o Vitória, dia 23 deste mês, no interior do Estado.
“Nós temos que reconhecer que os torcedores realmente atiraram copos no gramado e pedimos para que não façam mais isso”, declarou Gil Justen Santana, um dos advogados do clube. Existia a expectativa de que essa partida fosse cumprida já contra o Coritiba, mas não havia prazo legal para tanto. O Estatuto do Torcedor prevê que qualquer mudança na tabela tenha que acontecer com, no mínimo, oito dias de antecipação.
“O Tribunal dá a pena e a diretoria técnica da CBF acabou usando o bom senso”, comemorou o diretor-superintendente Alberto Maculan. Segundo ele, um clássico como o Atletiba e que fará parte da campanha para arrecadar alimentos para o Fome Zero não poderia sair de Curitiba. Agora, o dirigente deverá se reunir com o presidente Mário Celso Petraglia para definir o local da partida contra os baianos. “Tem Cascavel, tem Londrina, tem Maringá, mas vamos ver com calma porque temos duas semanas para definir”, apontou.
Além do clube, o zagueiro Tiago pegou duas partidas de gancho pela expulsão por atitude contrária à disciplina ou à moral e o volante Douglas Silva ficará três jogos sem atuar.
Atlético explica as dívidas com o INSS
Dez dirigentes do Atlético explicaram ontem que não passa de má interpretação o envolvimento do clube com o caso de corrupção do INSS. De acordo com as informações, o clube renegociou suas dívidas.
“Ao tomar conhecimento do noticiário, o próprio Atlético foi ao órgão, levou os documentos e se colocou à disposição do INSS e pedindo prioridade numa fiscalização junto ao clube”, explicou o advogado Marcos Malucelli. As dívidas entre 1983 e 1993 foram parceladas através de descontos de uma taxa de 5% de todos os borderôs dos jogos do clube. “Essa prática seguiu até 2002, quando, pelas contas do clube, a dívida estava paga”, explicou.
Após isso, o clube parcelou um montante de cerca de R$ 2 milhões, através do Refis II e está pagando mensalmente. “As parcelas, vencidas mês a mês, estão absolutamente em dia”, apontou. “O INSS acha que aquele parcelamento de 1993 ainda tem um saldo, que a Federação Paranaense de Futebol (responsável pelo recolhimento) não teria repassado”, esclareceu.