Atlético perde mais uma, agora, fora

Se a tábua de salvação eram os jogos fora de casa, nem isso mais vale pro Atlético no Campeonato Brasileiro. Desta vez foi o São Caetano quem tirou uma casquinha do Rubro-Negro, que continua em crise e vê a situação do técnico Givanildo de Oliveira cada vez mais difícil à frente da equipe. Com a derrota para o Azulão por 2 a 1, ontem, no Anacleto Campanella, o Atlético já começa a ser ameaçado pela zona de rebaixamento e mostra uma das piores defesas da competição. O próximo compromisso do Furacão é o Juventude, sábado, na Baixada.

Na reedição da decisão de 2001, o modesto estádio do ABC Paulista nem lembrava aquele caldeirão que pulsou para ver a festa da torcida rubro-negra. Alguns gatos pingados apenas nas arquibancadas presenciaram o Atlético começar melhor a partida, com um festival de gols perdidos. Só dos pés de Ferreira, uns três. Dois na cara do goleiro Luiz, que defendeu um deles e viu a outra quase acertar os refletores. Seu conterrâneo, Herrera, ainda tentou encobrir o arqueiro e pôde dizer que o arqueiro fez grande defesa.

Restou a Giva chutar o gramado e lamentar a péssima pontaria. Os cruzamentos dos alas ou as subidas dos zagueiros também contribuíram para a estatística nada favorável. Mas não foi só isso. Os buracos na zaga e as bolas aéreas continuaram e o Azulão fez a festa. Primeiro, Ânderson Lima cobrou falta da direita, Fábio Luiz cabeceou para trás, Cléber tentou salvar mas a bola sobrou na medida pra Fabiano Gadelha, que marcou de cabeça.

Poderia ser pior se a arbitragem não tivesse marcado um impedimento depois que o mesmo Gadelha mandou a bola no ângulo. Sua posição era normal. ?Está faltando um pouco de atenção?, apontou o volante Alan Bahia. Desesperado, Givanildo começou a rever o jogo de sábado passado. ?Foi a mesma coisa. Eles tiveram uma chance e fizeram?, desabafou para a tevê. Pena que fora as jogadas perdidas, o time não mostre nenhum entrosamento tático.

Para completar a derrocada, o treinador atleticano ainda esperou o São Caetano fazer o segundo no início do segundo tempo, com um tirambaço de Leandro Lima, para mexer na equipe. Quando mexeu, o time até que ganhou uma nova vida com Dênis Marques e Fabrício e o esquema 4-4-2. No entanto, Nelsinho Baptista foi fechando o time e reforçando a marcação e dificultou mais ainda as coisas para o Furacão. Restou ao volante Alan Bahia arriscar de longe e torcer para o goleirão aceitar. E ele aceitou um verdadeiro peru. Depois disso, só o São Caetano perdendo mais gols e Jancarlos sendo expulso.

Diretoria rubro-negra em silêncio

E agora? Será que Givanildo de Oliveira pediu demissão outra vez? Será que a diretoria vai aceitar ou mantém prestigiado o técnico por mais um tempo? Ontem, mais uma vez, nem ele, nem nenhum dirigente quis falar com a imprensa após a derrota para o São Caetano por 2 a 1. Restou aos jogadores segurarem o rojão para tentar explicar os motivos dessa crise que não larga o Rubro-Negro. Hoje, a delegação retorna para Curitiba e já deverá treinar à tarde no CT do Caju.

?Ele (Giva) nunca comentou em sair. Ele sempre comenta que confia muito no grupo e que pretende trabalhar para a gente sair dessa situação?, analisou o zagueiro Alex. Para o jogador, todos estão apoiando a permanência do treinador no comando da equipe. ?A gente confia muito nele, o trabalho dele pode mudar e só em cima disso a gente vai conseguir sair (da crise)?, declarou. No entanto, para outros jogadores a permanência ou não do pernambucano é problema da diretoria. ?Não é o jogador quem decide, então não tenho nada a ver com isso aí?, disse o meia Evandro.

Hoje, a diretoria deve analisar a situação do treinador e tomar uma decisão. No Rio de Janeiro, o técnico Carlos Roberto revelou que recebeu contato de pessoas ligadas ao clube e pode acertar assim que Givanildo for embora. Pelo sim, pelo não, os jogadores prometem corrigir os erros e querem fazer da partida contra os gaúchos uma final de Copa do Mundo. ?A gente cria oportunidades, vem tocando muito bem a bola e acaba perdendo. Precisamos trabalhar para sair dessa situação?, projetou o zagueiro Danilo.

CAMPEONATO BRASILEIRO
7.ª Rodada
Local: Anacleto Campanella (São Caetano do Sul)
Árbitro: Lourival Dias Lima F.º (BA)
Assistentes: Alessandro Rocha (Fifa/BA) e Ádson Márcio Lopes Leal (BA)
Gol: Fabiano Gadelha aos 30 do 1.º tempo; Leandro Lima aos 8 e Alan Bahia aos 29 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Ânderson Lima, Rafael Muçamba, Erandir, Gustavo, Alex, Paulo André, Zé Luiz
Expulsão: Jancarlos
Renda: R$ 2.700,00
Público pagante: 353

São Caetano 2 x 1 Atlético

São Caetano
Luiz; Ânderson Lima, Gustavo, Thiago e Triguinho; Rafael Muçamba, Zé Luiz, Élton (Preto) e Leandro Lima (Wellington Amorim); Fábio Luís (Marcelinho) e Fabiano Gadelha. Técnico: Nelsinho Baptista

Atlético
Cléber; Danilo (Fabrício), Alex e Paulo André; Jancarlos, Erandir, Alan Bahia, Evandro e Ivan; Ferreira (Dênis Marques) e Herrera (Jônatas). Técnico: Givanildo de Oliveira.

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