O Ventania deixou o abacaxi na mão do Furacão. O time B do Atlético perdeu ontem à noite para o Paranavaí, por 2 a 1, e deixou para os titulares a missão de vencer o Atletiba, no domingo, para manter o clube entre os oito primeiros do Paranaense.
O público que foi ao Estádio Waldemiro Wagner assistiu a uma verdadeira batalha, que terminou com cinco jogadores expulsos, além do técnico rubro-negro Ivo Secchi. Pior para o Atlético, que encerrou o jogo com oito atletas em campo e tomou o segundo gol aos 49? do segundo tempo.
Desde o início, a partida foi muito movimentada.
O Ventania era melhor em campo, com Rogerinho e Evandro criando boas chances. Mas aos 18?, a zaga rubro-negra mostrou que não entende nada de bola parada. Após cobrança de escanteio, Diego Corrêa colocou mais um gol de cabeça na conta atleticana e o Paranavaí na frente.
O time da Baixada só conseguiu empatar no segundo tempo, depois que Ederson e Di Marcelus, do Vermelhinho, e Erandir, do Rubro-Negro, haviam recebido cartão vermelho. Aos 33?, Ricardinho passou pela marcação e tocou para Evandro estufar a rede.
O Atlético ainda teria mais dois jogadores expulsos até o final do jogo: os atacantes Ricardinho e Rogerinho. E, já aos 49?, o Paranavaí garantiu a vitória. Após rápido contra-ataque, Rafael Pulga ficou cara a cara com o goleiro Vagner e tocou por cobertura.
Com a derrota, o Atlético continua na sexta posição, com 11 pontos. Na cola, estão Coritiba, também com 11, Paraná e Cascavel, com 10, e Iguaçu, com 9. Assim, o Rubro-Negro precisa mais do que nunca de uma vitória no Atletiba de domingo, quando o Furacão volta à cena na Baixada.
CAMPEONATO PARANAENSE 2007
1.ª fase 8.ª rodada
Gols: Diego Corrêa, aos 18? do 1.º tempo. Evandro, aos 33?, e Rafael Pulga, aos 49? do 2.º tempo.
Árbitro: Edivaldo Elias da Silva
Assistentes: Ivan Carlos Bonh e Fernando Pereira
Cartões amarelos: Márcio, Di Marcelus (Paranavaí), Alex, Rodrigues, Ricardinho, Gustavo (Atlético)
Cartões vermelhos: Erandir (Atlético 10? 2.º), Edenílson (Paranavaí 10? 2.º), Di Marcelus (Paranavaí 22? 2.º), Ricardinho (Atlético 38? 2.º), Rogerinho (Atlético 41? 2.º).
Local: Waldemiro Wagner (Felipão), em Paranavaí (PR)
Público e renda: não divulgados.
PARANAVAÍ 2 x 1 ATLÉTICO
Paranavaí
Danilo; Neilor, Di Marcelus e Diego Corrêa; Gilberto Flores, Rafael Pulga, Márcio, Edison (Rones 27? 2.º) e Roque; Edenílson e Thiago. Técnico: Amauri Knevitz.
Atlético
Vagner; Alex, Gustavo e Erandir; Nei, Chico, Wellington (Jonatas 41? 2.º), Evandro e Stanley (Rodrigues int.); Rogerinho e Dinei (Ricardinho int.). Técnico: Ivo Secchi.
A caminho da Arábia
O atacante Rodrigão pode trocar o Atlético pelo futebol da Arábia Saudita. Ele foi cortado de última hora do jogo de ontem, contra o Paranavaí e deve acertar nos próximos dias sua transferência para o Oriente Médio.
Aos 28 anos, Rodrigão pouco jogou pelo Furacão, apesar de estar no clube desde o início de 2006. Poucas semanas depois de assinar com o time da Baixada, ele foi contaminado pelo vírus da hepatite C, que o afastou dos gramados por quase dez meses.
Depois de uma intensa preparação no CT do Caju, o atacante voltou a atuar no Paranaense, pelo time B. Chegou a marcar dois gols, contra J. Malucelli e Paranavaí, mas sentiu a falta de ritmo de jogo e teve atuações criticadas pela torcida.
Mesmo assim, uma proposta do futebol árabe teria surgido para Rodrigão. Sua transferência já estaria praticamente definida, o que justifica sua ausência do jogo de ontem.
Terreno está livre pro Furacão terminar o estádio
Desde ontem, o Atlético está definitivamente livre para concluir a Arena da Baixada.
O Colégio Expoente inaugurou na última noite sua nova sede, deixando livre o terreno em que o Furacão irá erguer a parte final de seu estádio. Agora, só falta a diretoria rubro-negra definir quando e como iniciará as obras.
Segundo o diretor-presidente do Expoente, Armindo Angerer, o Atlético já tem a posse da área que era ocupada pela instituição de ensino. ?Informalmente, já entregamos o terreno.
Mas o marketing do Atlético vai anunciar nos próximos dias uma data para fazermos uma entrega formal e simbólica?, explica.
A idéia de uma grande festa para marcar a transferência do imóvel para o Furacão foi revelada pelo presidente do conselho deliberativo, Mário Celso Petraglia, em entrevista coletiva no dia 29 de fevereiro. ?Nos próximos meses apresentaremos os projetos à torcida. Em fevereiro, vamos organizar uma cerimônia para comemorar a posse do terreno do Expoente?, afirmou Petraglia na ocasião.
A festa vai marcar o fim de uma disputa que durou mais de uma década. Desde de 1994, quando o Atlético comprou 50% do terreno, que era alugado pelo colégio, a briga foi parar na Justiça, com o Expoente entrando com uma ação para renovar a locação da área. Irada, a torcida rubro-negra passou a organizar campanhas e protestos pedindo a saída da escola do local.
Depois de muito desentendimento, clube e colégio chegaram a um acordo em julho de 2005. Classificado para a final da Libertadores, o Atlético tentou aumentar emergencialmente a capacidade da Baixada para 40 mil pessoas, como exige o regulamento da competição. De última hora, conseguiu convencer o Expoente a entregar parte do terreno, onde foram erguidas arquibancadas tubulares.
Mas a empreitada não serviu para o Furacão jogar em casa a decisão continental, pois a Conmebol vetou as tubulares e marcou o jogo para o Beira-Rio, em Porto Alegre, o que valeu para derrubar o odiado muro que separava o colégio do estádio. E para colocar um ponto final na disputa. Ou quase…
Para ficar definitivamente com o terreno, o Atlético ainda precisou da ajuda da Câmara Municipal de Curitiba. Os vereadores mudaram a Lei de Zoneamento das áreas ao redor dos estádios de futebol, permitindo ao colégio utilizar o terreno escolhido para sua nova sede, na Rua Pedro Barreto Monclaro, a cerca de 300 metros da Arena.
Até então, o local era proibido para construções deste porte.
Encerrada a ?Novela Expoente?, falta agora o Furacão definir de onde vai tirar o dinheiro para terminar o estádio. O desafio rubro-negro está diretamente ligado à realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O Atlético espera por uma linha de crédito que seria aberta pelo governo federal ou por um investidor que pode vir de fora do País. ?Uma coisa é certa: a Arena ficará pronta mais cedo ou mais tarde. Mas não podemos investir milhões para terminar a Arena agora, na base do sacrifício, e daqui a um ano ficar assistindo ao poder público distribuir dinheiro para clubes reformarem ou construírem estádios modernos?, afirmou Petraglia na coletiva do mês passado.