O Atlético começa a viver uma rotina de mais perder do que ganhar. Desde setembro do ano passado sem vencer fora de casa pelo campeonato brasileiro, o time foi a Salvador, mas a sina se manteve diante do Vitória. Apesar de reforçado com os jogadores da seleção brasileira – Kléberson, Adriano e Ilan – o Atlético voltou a decepcionar e perdeu pela sétima vez no campeonato brasileiro deste ano. Jogando um futebol irreconhecível, o Rubro-Negro foi envolvido facilmente pelos baianos e retorna da Boa Terra com um 1 a 0 contra e a queda para a 18.ª posição na tabela da competição.
Após uma semana de indefinições e passeios de jogadores pela Europa, o técnico Osvaldo Alvarez não pôde treinar a melhor formação e o reflexo apareceu em campo. Um time desorganizado, cansado e sem nenhum alma. Mesmo com a pouca categoria do adversário, apenas esforçado, o Furacão nem de longe lembrou os velhos tempos, apesar de dar mostras de que poderia empatar, quando estava com um jogador a menos.
O único que mostrou estar ligado foi o goleiro Diego. E como mostrou. Não fosse o arqueiro atleticano o vexame seria bem maior. Logo no início, Diego teve que mostrar serviço e salvar o time da seqüência de lambanças. Se ele mantinha a regularidade, o resto da equipe desafinava. A grande expectativa em torno do volante Isaías não deu em nada. Mostrando nervosismo de vestir a camisa 5 e substituir Leomar, o jogador colocou a mão na bola dentro da área, fez faltas desnecessárias, errou chutes e acabou levando o cartão vermelho. O resto do time não ficou muito longe e o único momento de perigo ao gol de Paulo Musse foi através de um chute de Adriano. No mais, apenas reclamações em cima da arbitragem sobre os critérios de aplicação de cartão.
Mesmo com um a menos, o Atlético esboçou ir mais à frente e tentar o gol. “Vamos manter o Kléberson e o Luciano Santos na cabeça de área e os dois atacantes lá na frente”, prometeu Vadão. Já o atacante Ilan acredita que bastava o time se ligar para buscar a vitória. “A receita é jogar”, apostava.
A receita era a acertada, mas a realização só aconteceu após o time da Baixada tomar o gol e quase levar o segundo também. Em mais uma falha da defesa! O lateral-esquerdo Almir cobrou uma falta da direita, ninguém achou a bola pelo alto e Nádson teve que se esticar para apenas tocar com o pé esquerdo para dentro da meta atleticana. Sem reação e com o treinador assistindo passivamente à partida, o goleiro Diego ainda salvou outra bola cabeceada por Alexsandro.
Quando resolveu modificar a equipe, saíram os medalhões Kléberson e Ilan e entraram os jovens Rodriguinho e Fernandinho. Com o recuo dos baianos, o Atlético foi mais para cima e, com mais gás, esteve perto do empate, mas esbarrou em suas próprias pernas e em Paulo Musse. Aos 44, Vadão pôs Selmir para tentar nas bolas altas, mas ele nem pegou na bola.
Só vitória sobre Timão afasta ameaça de crise
O Atlético saiu do gramado do estádio Barradão apostando suas fichas numa reabilitação diante do Corinthians, domingo, na Arena. Com mais uma derrota no campeonato brasileiro e com o desenrolar da competição, o time vê a possibilidade de alcançar os líderes ficar cada vez mais distante. Para o próximo jogo, uma vitória será fundamental para evitar que uma crise se instale no clube.
“Hoje (ontem), a equipe acreditou do começo ao fim, mas é complicado. Pecamos numa cobrança de falta e perdemos”, tentou explicar o pentacampeão Kléberson. Apesar de atuar o segundo tempo com um jogador a menos, o técnico Osvaldo Alvarez apostava num resultado melhor. “Na minha ótica, jogamos melhor com dez do que com 11”, arriscou.
Mas, o goleiro Diego não concordou. “Tivemos que correr dobrado, a equipe deles foi mais eficiente e fez o resultado, mas nós lutamos”, destacou. Para o zagueiro e capitão Capone, o negócio agora é buscar a vitória diante do alvinegro paulista. “Futebol é isso aí e contra o Corinthians vamos tentar a reabilitação”, promete.
Fantasma
O time vai precisar mesmo dos três pontos se quiser manter, pelo menos, a regularidade em casa. Com mais uma derrota no Brasileirão, a equipe de Vadão baixou o aproveitamento para apenas 40,5% na competição. Muito pouco para quem projetava 70% para se tornar bicampeão nacional. Além disso, o Furacão já perdeu duas partidas seguidas e mais uma derrota para o Corinthians pode desencadear uma insatisfação da torcida com seu treinador, principalmente porque no banco do adversário estará sentado o comandante do título brasileiro: Geninho.
