Atlético pega o Figueirense sonhando alto

Hoje o Atlético inicia uma longa jornada de 38 rodadas – que se estenderá até dezembro – em busca de um velho sonho: voltar à Libertadores.

O primeiro desafio no Brasileirão é encarar um algoz rubro-negro e fora de casa, mais precisamente no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis. Para o confronto diante do Figueirense, às 18h10, Vadão ainda não poderá contar com Denis Marques, que permanece no departamento médico. Assim, o Furacão viajou a Santa Catarina ainda com a formação indefinida. Logo após o treino realizado na manhã de ontem, o treinador afirmou que a base do time será mantida e que ainda não decidiu qual fórmula vai adotar para obter uma vitória na casa do adversário. ?Ou entramos com Netinho, da mesma forma que atuamos aqui (contra o Fluminense pela Copa do Brasil) ou temos a opção de colocar mais um atacante?, explicou o treinador. Nesse caso, o escolhido deve ser Pedro Oldoni.

Vadão espera um campeonato muito acirrado porque, segundo ele, são quatro ou cinco equipes que, hoje, podem fazer grandes investimentos em contratações. ?O importante é ter o grupo motivado, conscientizado e comprometido para que a gente supere todos os obstáculos a nível individual e técnico?, explicou. O Atlético, nessa avaliação, brigaria por posições objetivando a vaga para a Libertadores. ?Temos condições de brigar, principalmente se a gente mantiver, no início da competição (até a 10.ª rodada), um aproveitamento acima dos 50%?, finalizou.

Taí o inimigo

O comandante do Figueirense é um velho conhecido da torcida atleticana. Mário Sérgio, 56 anos, já dirigiu o Rubro-Negro por duas oportunidades e teve passagens conturbadas devido a sua ?filosofia de trabalho?. A primeira vez que assumiu o Furacão foi em 2001, saindo do clube após 10 rodadas do Brasileirão. Alguns creditam a ele a formação da base para o time que tornou-se campeão brasileiro naquele ano, sob o comando de Geninho. Mário Sérgio retornou em 2003, curiosamente substituindo Vadão durante o campeonato nacional no início de agosto, na vitória contra o Paraná, por 1 a 0, na Baixada. O treinador permaneceu até o encerramento do Paranaense de 2004 quando perdeu a final para o Coritiba e foi muito contestado.

Bom trabalho

Na equipe catarinense, Mário Sérgio está realizando um bom trabalho. Assumiu em fevereiro deste ano substituindo Heriberto da Cunha, que fazia uma terrível campanha no Catarinense. O time subiu de produção, mas não conseguiu classificação às finais. Porém, na Copa do Brasil, o técnico levou sua equipe à inédita semifinal, que ainda será disputada contra o Botafogo.

Gabiru

Outro conhecido rubro-negro que veste a camisa do Figueirense é Adriano Gabiru, 29 anos. Ele assinou contrato na última terça-feira e durante sua apresentação disse querer ser campeão brasileiro pelo clube catarinense. No Atlético, Adriano participou da campanha vitoriosa de 2001, quando o Furacão levantou a primeira taça nacional da 1.ª divisão. O jogador não deve ser relacionado pelo técnico Mário Sérgio para o confronto de hoje.

Brasileiro – Série A
1º Turno – 1ª Rodada
Súmula
Local: Orlando Scarpelli (Florianópolis-SC)
Horário: 18h10
Árbitro: Vinícius Costa da Costa (RS)
Assistentes: José Otávio Dias Bitencourt (RS) e Luiz Roberto Porto Guaranha (RS)

FIGUEIRENSE X ATLÉTICO

Figueirense
Wilson; Felipe Santana, Chicão e Edson (Vinícius); Ruy (Anderson Luiz), Diogo, Henrique, Cleiton Xavier e André Santos; Victor Simões e Ramon (Léo). Técnico: Mário Sérgio

Atlético
Guilherme, Jancarlos, Danilo, Marcão e Nei; Erandir, Alan Bahia, Evandro e Ferreira; Alex Mineiro e Netinho (Pedro Oldoni). Técnico: Vadão

Principal objetivo é o torneio continental

Oswaldo Alvarez assumiu o comando do Atlético, pela 3.ª vez em sua carreira, durante o decorrer do Campeonato Brasileiro de 2006, na partida contra o Flamengo, na Baixada, e permanece após quase dez meses de trabalho. A estréia foi vitoriosa – 1 a 0. Ele dirigiu a equipe a partir da 14.ª rodada e o Rubro-Negro fez uma campanha irregular, terminando a competição em 13.º lugar, mas classificando-se para a Copa Sul-americana. O treinador concedeu entrevista ao Paraná-Online antes de viajar com a delegação para Santa Catarina e falou sobre suas expectativas para este ano.

Paraná-Online: Quais as pretensões do Atlético neste Brasileiro?
Vadão: É brigar pela Libertadores. Acho que temos que ter consciência que algumas equipes tiveram investimentos maiores e são favoritas. Mas isso não impede que sejamos campeões brasileiros. Nossa meta pré-determinada é brigar pela Libertadores, e quem briga pela Libertadores está muito próximo da 1.ª colocação.

Paraná-Online: Você concorda que o conjunto do Atlético ainda não rendeu o que poderia render? E  que falta para o meio-de-campo jogar um pouco mais?
Vadão: Quando falam que o meio não está jogando, há uma controvérsia. Nós somos um dos melhores ataques do Brasil. Óbvio que precisamos melhorar. Se tivéssemos errado menos, teríamos superado, inclusive, os erros de arbitragem. Os aspectos positivos são maiores que os negativos. E os negativos, vamos trabalhar e tentar dar uma consistência maior, para ter um rendimento melhor.

Paraná-Online: A chegada de reforços amenizaria os problemas na formação do time?
Vadão: Os reforços se fazem necessários, mas chegarão não só no Atlético como em outras equipes. Isso é normal. No Paranaense foi feita uma filtragem e testes. O Atlético trabalhou corretamente. Esperou o término dos estaduais para pegar os destaques, buscar promessas que podem ser úteis. O clube não tem condições, hoje, de contratar jogadores de salários altos. A diretoria não vai fazer loucura e também não adianta ficar iludindo o torcedor.

O Atlético tem uma base e reforços chegarão. O que temos aqui, no momento, dá para melhorar e é isso que nós vamos cobrar.

Paraná-Online: Falta um meia-armador com mais qualidade? Quais as carências da equipe?
Vadão: Acho que falta um pouco mais de opções para o time. Isso foi discutido com a diretoria e está sendo providenciado. Reforços ajudarão, mas nós temos que melhorar independentemente de quem for chegar.

Paraná-Online: Qual deve ser a postura dos jogadores nessa competição?
Vadão: Temos que encarar o Brasileiro como se fosse a Copa do Brasil. Todo jogo é decisivo. Quem conseguir manter esse nível de conscientização, durante as 38 rodadas, serão as equipes com mais sucesso dentro da competição.

Paraná-Online: Você se sente confortável no Atlético ou pressionado pelos resultados e desclassificações?
Vadão: No Atlético me sinto confortável por um motivo simples. Existe, entre a comissão técnica e a diretoria, uma confiabilidade muito grande. Não temos nem contrato, não existe multa. Se a direção entender que tá bom, seguimos com o trabalho. Se não, troca-se e voltamos em outra oportunidade, como já aconteceu. Não me sinto pressionado devido à confiabilidade. Existe a pressão normal de quem trabalha em um time grande.

Paraná-Online: O que falta para sua carreira, um título nacional?
Vadão: Quase chegou o da Copa do Brasil, mas realmente falta um título nacional de grande expressão.

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