Atlético pega duas seguidas fora de casa

Dois jogos, na seqüência, longe da pressão da torcida. Talvez isso seja o que o Atlético necessita para reencontrar a unidade e voltar a se apresentar bem. Com menos cobrança e mais tempo para trabalhar, o técnico Antônio Lopes pode implementar sua filosofia de jogo e recuperar os atletas que não vêm rendendo em campo. O primeiro desafio será no domingo contra o também pressionado Palmeiras. Depois encara o rival Paraná, dia 30, na Vila Capanema. A tensão é grande, pois não somar pontos nesses dois confrontos pode representar o flerte com a zona de rebaixamento no Brasileirão. O incentivo para a partida de domingo no Parque Antarctica é que o Furacão ainda não perdeu jogando fora da Arena – vitória contra o Figueirense, em Florianópolis, e empate com o Galo, em Belo Horizonte. As campanhas de Atlético e Palmeiras são idênticas – ambos com 44% de aproveitamento – e o time paranaense ocupa uma posição à frente na tabela (10.º lugar) graças ao ataque mais positivo que seu oponente. Mas se atuar fora da Arena pode ser uma vantagem, enfrentar um time que também vive um mau momento não é o que o Rubro-Negro gostaria.

?Às vezes, a pressão em cima de uma equipe mexe com o brio dos jogadores e acaba sendo uma arma positiva para eles?, analisou Lopes.

No entanto, o treinador ressalta que o Atlético não tem que pensar nos problemas enfrentados pelo rival, mas concentrar-se numa boa preparação para alcançar a vitória. O Delegado tem como hábito armar sua equipe em função do adversário e, portanto, novas surpresas podem aparecer. ?Cada jogo é uma história diferente.

O Palmeiras não é igual ao Fluminense, tem suas próprias características?, exemplificou o treinador rubro-negro. O elenco viaja para São Paulo no final da tarde de hoje, após realizar mais um treinamento coletivo no CT do Caju.

Dificuldades

O ala-esquerdo Edno, que atuou no futebol paulista até o mês passado, jogando pelo Noroeste, destacou a força do Palmeiras, mas mesmo assim o Furacão tentará obter três pontos na casa do adversário. ?Contra o Palmeiras vamos buscar o resultado positivo. Nesse jogo, com uma vitória, já podemos reverter essa situação incômoda?, afirmou Edno referindo-se à má fase da equipe que está há quatro jogos sem vencer.

Para o volante André Rocha, o importante é jogar bem dentro e fora de casa e que sentir, ou não, a pressão da torcida, depende de cada jogador. ?Não tenho problema em jogar dentro da Arena, ou não, procuro dar o máximo de mim?, explicou.

Segredo é não desistir nunca

André Rocha pode ser considerado um símbolo de persistência e exemplo para os jogadores que não estavam sendo aproveitados no grupo principal e que, agora, brigam para continuar no elenco atleticano durante o vestibular de Lopes. O volante estava ?esquecido? no plantel e treinava no Atlético B. Com a chegada do novo técnico, renasceu a esperança de voltar a jogar. ?Passei a treinar mais forte em busca de uma oportunidade. Quando não se é aproveitado, passam mil coisas pela sua cabeça?, contou André, que já havia colocado em dúvida sua permanência no Furacão.

Entretanto, a sonhada chance apareceu no amistoso contra o Iguaçu, na semana passada. ?O professor viu o vídeo (do jogo) e no coletivo (seguinte) me colocou como titular?, contou um dos homens de confiança de Lopes, em 2005, e que, inclusive, passou a jogar como volante por determinação do atual técnico. André chegou ao Atlético para ser lateral-direito, mas se adaptou bem à marcação no meio-campo. Desde a saída de Lopes, em 2005, André enfrentou um inferno astral. Sentiu dores no púbis e iniciou um tratamento que não surtiu efeito. Em 2006, sofreu cirurgia e passou muito tempo se recuperando. Quando retornou aos treinamentos não agradou ao ex-técnico Vadão e caiu no ostracismo.

Com o Delegado, tudo mudou. André voltou aos gramados contra o Fluminense, foi elogiado pelo técnico, e deve ser titular no domingo.

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