Atlético passa pelo América de Cali no sufoco

Foi duro, suado, no sacrifício e com uma pitada de sorte, mas foi um jogo para entrar na história. Mesmo não jogando mal, o Atlético se superou na vontade e na garra e, empurrado pela torcida, conseguiu superar o América de Cali por 2 a 1. Foi uma vitória para dar um chega-pra-lá na crise e ganhar moral para enfrentar o Coritiba, domingo. Com o resultado, o Rubro-Negro assumiu a segunda colocação no grupo 1 da Libertadores e deu um passo importante para conseguir a classificação para a próxima fase da competição.

O técnico era novo, mas o futebol atleticano não mudou nada de quando o comando era de Casemiro Mior. A zaga continuou perdida e sem definição sobre quem é líbero. Os alas também não ajudaram em nada e Jancarlos chegou a ser vaiado quando pegava na bola. Do lado esquerdo, Marín apenas ocupava espaço. Como Fernandinho ainda não voltou a jogar o que sabe, a criação ficou a cargo de Fabrício. Sozinho, esbarrou na forte marcação dos colombianos e na falta de com quem tocar a bola.

Faltou emoção, faltou raça e a torcida teve que gritar para o time acordar. Com a equipe nervosa, as jogadas não saíam e o América ia fazendo a sua parte: segurando o máximo as jogadas para levar um ponto da Baixada. Os colombianos quase marcaram quando Ferreira viu Diego adiantado e tentou por cobertura. O goleiro atleticano salvou a pátria.

Essa defesa do arqueiro parece ter acendido o time que foi para cima e só foi parado nas faltas. A mais perigosa foi a deixa para Fabrício chutar no canto e abrir o placar. A alegria rubro-negra durou pouco e, numa bobeira da zaga, Banguero completou uma sobra sem chance para Diego. Para piorar, Fernandinho foi chutado dentro da área, mas o pênalti não foi aproveitado pelo próprio meia.

Cauteloso ao excesso, Edinho também repetiu Mior e não mexeu no intervalo. O time voltou o mesmo na formação e no futebol. Pobre, por sinal. Enfrentando uma equipe que queria pouco com o batente, o Furacão não conseguiu abrir brechas para furar o bloqueio. O treinador demorou demais a mexer e foi obrigado e ver a ira da torcida contra o time e contra o presidente do conselho deliberativo, Mário Celso Petraglia.

Vendo o barco afundando, Edinho, com os conselhos do auxiliar Lio Evaristo, tentou com Maciel e Ticão, que deram mais vida ao time, mas foi o pé salvador de Lima que fez explodir de vez a Arena, agora de alegria. Após lançamento na área, Alan Bahia aproveitou o rebote e deixou o atacante na área para se livrar da marcação e chutar no canto do goleiro Viáfara e selar o resultado. Se serve de consolo, Libertadores tem toques de conquistas épicas. O próximo compromisso na competição será na quarta-feira, contra o Libertad, em Assunção.

LIBERTADORES DA AMÉRICA
Grupo 1 – 2.ª Fase – 4.ª Rodada
Local: Kyocera Arena
Árbitro: Jorge Larrionda (Fifa-URU)
Assistentes: Fernando Cresci (Fifa-URU) e Edgardo Acosta (Fifa-URU)
Gol: Fabrício aos 40 e Banguero aos 44 do 1.º tempo; Lima, aos 44 do 2.º
Cartão amarelo: Mina Polo, Aloísio, Baloy, Bustos, Ferreira
Renda: R$ 239.898,00
Público pagante: 13.090
Público total: 15.412

Atlético 2 x 1 América de Cali

Atlético
Diego; Danilo, Baloy e Marcão; Jancarlos (Ticão), Alan Bahia, Fabrício, Fernandinho e Marín (Maciel); Dênis Marques (Lima) e Aloísio. Técnico: Edinho

América
Viáfara; Romero, Andres Gonzáles, Elías e Bustos; Banguero, Valencia, Villarreal (Londoño) e Ferreira; Mina Polo (Chará) e Salazar (Arechea).
Técnico: Alberto Suárez

Justiça tira parte do CT do Caju

 

Uma área de 3.570 metros quadrados no CT do Caju, que abrange parte do miniestádio, não pertence mais ao Atlético. Em janeiro, o Tribunal de Justiça julgou procedente a ação de reintegração de posse proposta pela família Pussoli contra o clube. O prazo dado pela Justiça para que a área fosse desocupada terminou quarta-feira, e o departamento jurídico rubro-negro admite que nada mais resta senão devolver o terreno aos proprietários.

Os Pussoli, que mantêm uma grande construtora, eram os donos do hotel e do terreno que seriam comprados pelo Atlético para construção do CT. Alegando que oito lotes excluídos no contrato haviam sido "incorporados" indevidamente pelo Atlético, a família entrou com a ação em 1997. "À época, a área não estava cercada. Não tínhamos como saber se ela fazia parte do terreno comprado", alegou o advogado do Atlético, Marcos Malucelli. Depois de algumas derrotas o clube tentou recorrer em Brasília, mas o Superior Tribunal de Justiça ordenou que o caso fosse julgado em última instância em âmbito local.

O Tribunal de Justiça do Paraná, ao confirmar a sentença da 19.ª Vara Cível de Curitiba, deu prazo de 90 dias para que o Atlético devolvesse o terreno. A área em conflito inclui parte do gramado do miniestádio e um gerador de energia, entre outras benfeitorias, mas exclui os alojamento das categorias de base e demais aposentos construídos debaixo das arquibancadas. Desde ontem, os proprietários têm autorização judicial para murar e demolir o que estiver construído no terreno reintegrado.

Além de readquirir parte do CT do Caju, os Pussoli ameaçam pedir uma indenização milionária contra o Atlético. Segundo o advogado José Rodrigo Sade, que representa a família, o valor giraria em torno de R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão, referentes ao pagamento de IPTU e ao prejuízo por não explorar comercialmente a área nos últimos 8 anos.

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