A piada é velha e nem tem mais graça, mas ainda vale para o Atlético. De tanto esconder o futebol no CT do Caju, o Rubro-Negro parece não ter encontrado mais.
Foi assim contra a Adap no Campeonato Paranaense e se repetiu ontem, agora contra o Volta Redonda, pela Copa do Brasil. Com o empate por 0 a 0, o Furacão está eliminado de mais uma competição no ano e só aumenta a crise em que o clube mergulhou. Jogo agora, só no dia 16, contra o Fluminense, pelo Brasileiro.
Na estréia do técnico Givanildo de Oliveira, a responsabilidade era grande. Quer dizer, enorme. O técnico pernambucano teve que juntar os cacos da infeliz passagem de Lothar Matthäus pela Baixada e remotivar um elenco triste. Mudou o esquema tático, voltou aos velhos hábitos brasileiros de treinar mais coletivos e sem inventar muito, como mandar a campo o time que trabalhou. A feição dos jogadores era outra, mais alegre, mas sem as presenças fundamentais de Dagoberto, Evandro e Michel Bastos.
Mesmo assim, o treinador queria pressão e mandou o time para cima, que demorou a esquentar. Quando esquentou, mostrou que estava mais aceso e nem lembrava mais a apatia dos últimos jogos. No entanto, parou nas boas defesas do goleiro Adriano e na retranca montada por Dário Lourenço. Sem ter tido sucesso no seu estadual, o Voltaço mostrou que não é bobo. Com os veteramos Sérgio Manoel e Túlio dando as cartas, os fluminenses começaram a equilibrar a partida e até ameaçaram a meta de Cléber.
Vendo a situação se complicar, os velhos erros de passe e a bronca da torcida com Moreno, Fabrício e Dênis Marques começaram a pesar. O time ficou intranqüilo e o que era para ser um jogo favorável, virou contra, com a arquibancada vaiando e exigindo mais raça. Até Dênis ameaçou se reconciliar com os Fanáticos ao cabecear uma bola perigosa. Ficou aí mesmo. Parecia que a bola não entraria mais e não entrou mesmo.
Tentando mudar a situação, Giva apostou em dois jogadores que nem estavam mais nos planos do clube. O meia Cléverson e o atacante Ricardinho são bons, mas entraram numa fogueira, e não conseguiram reverter a situação. Para piorar, presisando ganhar, o treinador ouviu a torcida e trocou um volante por outro e mandou Alan Bahia a campo.
Com tudo isso, a vitória poderia até chegar com o meia Fabrício, que mandou uma bola rente, e o zagueiro Paulo André, que quase acertou o canto no final da partida. Mas quem perde o gol que Rodrigão perdeu na cara de Adriano não pode se classificar mesmo.
O atacante Ricardinho o deixou na frente do goleiro e Rodrigão fez o mais difícil, andando para fora.
COPA DO BRASIL
Segunda fase Jogo de volta
Local: Estádio Joaquim Américo
Árbitro: João Fernando da Silva (SC)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Eberval Lodetti (SC)
Cartão amarelo: Fabrício, Cléber, Túlio, Ferreira, Márcio Gabriel
Expulsão: Léo
Renda: não divulgada
Público: não divulgado
Atlético 0 x 0 Volta Redonda
Atlético
Cléber; Jancarlos, Danilo, Paulo André e Moreno; Bruno Lança (Alan Bahia), Erandir, Fabrício (Cléverson) e Ferreira; Dênis Marques (Ricardinho) e Rodrigão. Técnico: Givanildo de Oliveira
Volta Redonda
Adriano; Márcio Gabriel, André, Aílson e Hamílton; Léo, Cadu, Orlando (Weber) e Sérgio Manoel; Túlio (Élson) e André Norat (Ratinho). Técnico: Dário Lourenço
Galera chia muito e pede reforços
Depois dos vexames no Campeonato Paranaense e na Copa do Brasil, a torcida do Atlético explodiu em ira contra a equipe e contra a diretoria. Além de xingar jogadores e cartolas, a organizada Os Fanáticos pediu a contratação de mais jogadores. ?Timinho, timinho?, ?Ô, ô, ô, queremos jogador? e ofensas a Mário Celso Petraglia, ecoaram pelas arquibancadas do Joaquim Américo. Acuado após sua estréia, o técnico Givanildo de Oliveira prometeu conversar hoje com os dirigentes e indicar reforços.
?Temos que nos reunir e ver o que precisa. Eu trabalho sempre indicando jogadores. Amanhã, nós vamos conversar?, disse o treinador. Se antes, o time era apontado como favorito no estadual e uma grande força na Copa do Brasil, agora as perguntas dirigidas a Givanildo são em torno do rebaixamento no Brasileirão. ?Temos que trabalhar em todos os setores?, admitiu.
