O Atlético, líder do campeonato, enfrenta amanhã, em Campinas, a Ponte Preta, nona colocada. A distância entre as equipes na tabela também deixam distantes os objetivos do time no campeonato.
Enquanto o rubro-negro tenta se manter na liderança, confirmando desta forma o título, a Ponte tem como única possibilidade se classificar para a Sul-Americana, competição que ainda está longe de ter o prestígio de uma Libertadores.
No entanto, a aparente falta de objetivo da Macaca não ilude o técnico Levir Culpi, que acredita que o destino das equipes já estará praticamente traçado daqui a apenas duas rodadas. "Por enquanto, muita coisa ainda pode acontecer. Não acredito nessa história de equipe desmotivada por enquanto", diz Levir. A afirmação serve de justificativa para a concentração total para o jogo com a Macaca. "É mais uma batalha da guerra pelo título. A luta tem que ser igual, até o fim".
Além de bater o adversário com suas motivações naturais – mesmo que não sejam as maiores -, o Atlético corre o risco de ter que lutar contra outro tipo de motivação: o famoso "homem da mala". A essa altura do campeonato, onde qualquer pontinho é precioso, não é de se estranhar se um dos concorrentes ao título – Santos, São Caetano, Palmeiras e São Paulo -, der um incentivo a mais aos adversários do rubro-negro. Em entrevistas com jogadores da Macaca em São Paulo, alguns deixaram escapar a difícil situação financeira pela qual passa o clube. "Essa história de homem da mala sempre existiu. Pode até motivar, mas não torna o adversário um supertime. Estamos preparados para lutar contra equipes motivadas ou nem tanto", diz o treinador.
Coincidência ou não, a Ponte promete jogo duro e vai entrar com um esquema tático idêntico ao usado pelo Criciúma na última rodada: o 3-6-1. A idéia é segurar o Furacão ao máximo e tentar matar o jogo nos contra-ataques. Para esse tipo de jogo, o Atlético tem o "antídoto". "Nós passamos dificuldades no início do jogo com o Criciúma e aprendemos a lição. Não podemos ficar ansiosos para marcar e dar espaços para os contra-ataques. Fazendo o nosso jogo, certamente os gols sairão", diz o zagueiro Marcão, grande destaque do jogo contra os catarinensses.
Ontem, o técnico Levir Culpi comandou novo treino secreto, mas a escalação não deve ter maiores mistérios. Com o retorno do suspenso Ivan, o rubro-negro deve pegar a Ponte Preta com Diego; Marinho, Rogério Correia e Marcão; Fernandinho, Fabiano, Alan Bahia, Jádson e Ivan; Washington e Denis Marques.
Alan já foi artilheiro
Alan Bahia mata saudades do júnior, lembrando a artilharia com 12 gols. |
O volante Alan Bahia é conhecido pela raça e poder de marcação no meio de campo atleticano. Apesar de não ser um jogador alto, ele compensa com força e antecipação. Se Alan está na jogada, o adversário dificilmente passa.
No esquema 3-5-2, ele joga como segundo volante, dando uma força extra para o pessoal da zaga. Talvez por jogar mais recuado, muitos torcedores que vão à Arena se surpreenderam ao ver o primeiro gol do jogador com a camisa profissional do time, contra o Criciúma, no último domingo. Para Alan, fazer gols é muito mais comum do que se possa imaginar. Tudo bem que no profissional foi como debutar, mas no passado, quem diria, o jogador já foi artilheiro.
"Foi na Copa Tribuna do ano passado, quando voltei do profissional por ainda ter idade de júnior. Fiz 12 gols e fui o artilheiro. Também faço os meus golzinhos", brinca. Agora que marcou o primeiro como profissional, ele gostou da "brincadeira" e já está ensaiando até coreografia para o próximo que marcar. "Naquele dia eu não tinha nada planejado. Daí o Fernandinho e o Denis se juntaram e fizemos uma dancinha boba." No próximo, que ele espera que seja logo, ele promete uma coreografia animada, bem ao estilo baiano – o jogador é da calorosa Itabuna. "Com o Ivan em campo fica ainda mais legal, pois somos parceiros há muito tempo." Ivan ficou de fora do último jogo por estar suspenso. "Tomara que o próximo não demore tanto", conclui.