Com uma equipe totalmente desfalcada, o Atlético foi a Campinas e perdeu por 2 a 1 para o Guarani, ontem, na estréia no Campeonato Brasileiro. Em nenhum momento, o Rubro-Negro lembrou o time que foi campeão brasileiro e, mesmo saindo na frente no placar, deixou o adversário jogar à vontade e virar o jogo. Agora, o time volta a Curitiba para se preparar para a próxima partida, que será na quarta-feira, na Arena, contra o Bahia.
O Bugre começou com tudo, pressionando, mas foi o Furacão quem chegou às redes do adversário. Numa boa jogada de Rodrigo pela direita, a bola foi cruzada para o capitão Kléber, que chutou rasteiro no canto do goleiro Edervan. O gol acabou fazendo com que o time da Baixada recuasse e permitisse o avanço do Guarani. Com um bom toque de bola, o atacante João Paulo foi o nome do primeiro tempo. De seus pés saíram as principais jogadas de ataque, mas que acabaram esbarrando na trave ou no goleiro Flávio, que parecia fazer mais uma de suas grandes atuações.
No entanto, a estrela do goleiro atleticano acabou perdendo brilho no segundo tempo. Do outro lado, acendeu a categoria do meia Martinez, que acabou sendo o protagonista da partida e garantindo os três pontos para o time de Campinas. Tudo em dois levantamentos na área e em dois minutos. O goleiro Flávio saiu mal de sua meta e permitiu o empate e a virada bugrina nas duas oportunidades. No desespero, o Furacão partiu para cima, mas sempre desorganizado. O meio-de-campo se perdeu, não produziu e deixou isolados os dois atacantes. O técnico Valdyr Espinosa ainda tentou modificar o panorama colocando os novatos Jadílson e David, mas sem o resultado esperado.
Para o lateral-esquerdo Fabiano, o Atlético não conseguiu usar sua principal arma, que é o contra-ataque. “A equipe tentou fazer o que o professor quis, mas é difícil enfrentar o Guarani diante de sua torcida”, analisou. De acordo com o jogador, o Rubro-Negro não poderia ter se deixado envolver pelo toque de bola campineiro. “Aceitamos a pressão, mas a defesa fez o que pôde”, concluiu.
Espinosa pede pressa com os dois meias
O técnico do Atlético, Valdyr Espinosa, vai exigir da diretoria pressa na regularização das documentações dos meias Preto e Adriano. Os dois não puderam jogar ontem devido a questões burocráticas e ainda correm o risco de também não poder atuar contra o Bahia, na quarta-feira. De acordo com o treinador, os jogadores eram as peças que poderiam ter ajudado o time a reter mais a bola e não deixar o Guarani jogar tão facilmente.
“Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai à montanha”, filosofou Espinosa. Indiretamente, ele criticou a postura dos dirigentes na liberação dos dois atletas. “Se não vier alguém aqui trazer o papel, temos que mandar alguém buscar esse papel”, alertou, em tom de desabafo. Tanto Preto quanto Adriano dependem de autorizações de seus clubes (Vitória de Guimarães e Olympique, respectivamente) para jogar.
“Era um jogo bom para eles porque precisávamos de jogadores para trabalhar mais a bola no meio-campo”, analisou. Mesmo com os desfalques, Espinosa considera que é apenas o início de um trabalho e que a derrota não deve modificar os planos. “O Guarani foi melhor, mas não significa terra arrasada”, garante. Quanto às falhas, ele promete mais treinamento para corrigir os erros cometidos. “Isso é um defeito do futebol brasileiro (marcar a bola dentro da área). Temos que treinar, treinar, repetir até que os jogadores acertem”, aponta.