Muito perto de conquistar o último objetivo do ano – uma vaga à Copa Sul -Americana -, o Atlético tenta acabar com a síndrome de ?time pijama? no Campeonato Brasileiro. Se em casa, o Rubro-Negro é quase imbatível, quando entra no avião, a coisa muda de história. Nos 18 jogos do Furacão longe da Baixada pelo Nacional, foram 12 derrotas, dois empates e quatro vitórias. Assim, a meta é reverter esse quadro contra Goiás e Cruzeiro, os próximos adversários na competição.
?É difícil explicar o que acontece. Temos a força da Arena na torcida, que nos ajuda muito e fora de casa deveríamos ter um rendimento melhor, mas, talvez, estejamos nos acuando um pouco, ficando atrás e por isso saímos prejudicados?, tenta explicar o zagueiro Paulo André. Já o lateral-esquerdo Marcão vai mais além e diz que o time ficou devendo nas partidas fora de casa. ?Eu acho que não fomos aquilo que poderíamos ser, temos três jogos fora de casa e vamos dar o máximo para conseguir essas vitórias e chegar lá em cima na tabela?, aponta.
A receita para reverter esse quadro no final da competição varia conforme os jogadores. ?Temos que entrar pensando no torcedor que está em casa torcendo pela gente e imaginar que eles estão lá com a gente também?, visualiza o volante Alan Bahia. Ele também aposta na mesma determinação usada no Caldeirão para trazer os três pontos do Serra Dourada.
Para Paulo André, a tendência é tudo mudar contra Goiás e Cruzeiro. ?São equipes que deixam a gente jogar, então a gente espera jogar bem, com espaço e conseguir a vitória?, analisa.
Mesmo assim, o zagueiro espera dar a resposta dentro de campo e parar de ter que dar explicação sobre o que acontece com o Rubro-Negro longe de Curitiba. ?É difícil ficar explicando e achar justificativa, mas, sem dúvida, não fomos bem e temos que assumir e tentar melhorar?, destaca. Pelo menos, desde
a chegada de Evaristo de Macedo, essa história começou a mudar. Em quatro jogos, o Rubro-Negro conseguiu duas vitórias (Fortaleza e Coritiba) e duas derrotas (Fluminense e Vasco da Gama).
Boas lembranças de ?casa?
O atacante Finazzi deu um susto na torcida atleticana no treinamento de ontem, ao sentir uma fisgada na coxa. Mas garante que estará em campo no domingo, para enfrentar o Goiás, às 16h, no Serra Dourada. Ele sentiu dores musculares devido aos treinamentos intensivos e foi poupado para estar em ?sua casa? na partida contra o Alviverde do Cerrado.
Além de ter a sua base em Goiânia, o artilheiro do Atlético fez o gol considerado o mais belo do principal estádio goiano, além de não querer perder a chance de seguir como titular do rubro-negro, assim como melhorar sua posição na tabela de artilheiros do Brasileirão.
?O que aconteceu foi que fizemos uma grande partida contra o Palmeiras e o desgaste foi grande. Ontem (terça-feira) o trabalho físico foi desgastante e não deu ainda para me recuperar totalmente?, explicou o atleta. No início do coletivo, ele sentiu a musculatura e resolveu parar para não correr riscos. ?Já que alguns companheiros, como Dagoberto e Aloísio, apresentaram lesão muscular, eu preferi parar. O treinador e o departamento médico acharam melhor que eu ficasse de fora mesmo?, destacou.
Hoje, no entanto, ele garante que retornará aos treinamentos, pois demonstra não querer ficar de fora por nada da partida de domingo. ?Minha casa fica ao lado do estádio. Joguei em três clubes lá e ao longo de minha carreira, fui atleta cinco vezes por clubes de Goiânia, e tive algumas felicidades no Serra Dourada, estádio que me traz boas lembranças?, apontou.
Entre essas lembranças, um gol é especial tanto para Finazzi, quanto para os goianos, que não conseguem se esquecer do lance, considerado o mais bonito já anotado naquele estádio.
?Foi um gol marcado quanto defendia o Fortaleza (equipe de Finazzi à época), em partida disputada contra o Vila Nova, pela Copa do Brasil de 2002. Eliminamos o Vila vencendo por 4 a 2, e eu marquei três; entre eles, o mais bonito da minha carreira?, fala emocionado Finazzi. ?Muita gente considera esse gol como o mais belo já marcado na ?minha casa??, completou o matador.
Modesto, entretanto, Finazzi aponta para o ex-companheiro Fernandão como autor do tento mais fenomenal já marcado no estádio goiano. ?Eu vi um gol dele, num lance no qual ele mata a bola no peito e manda uma bicicleta. Mas as pessoas acham que o meu gol foi o mais bonito?, comparou.
Essas são recordações que Finazzi não cansa de comentar. ?Fui campeão pelo Vila (em 2001) e fiz o gol da final. No ano seguinte, fui campeão pelo Goiás e outra vez marquei na decisão. Tenho ótimas recordações?, completa.