Atlético-MG vence na prorrogação e fatura a Recopa

Neste 24 de julho, o Atlético Mineiro comemora um ano do título da Libertadores. O torcedor, porém, não imaginava que o dia fosse começar de forma tão sofrida. Já madrugada a dentro desta quinta-feira, no Mineirão, a equipe perdeu do Lanús no tempo normal, com um gol aos 48 minutos do segundo tempo, mas fez 2 a 0 na prorrogação, com dois gols contra (um deles anotado para Luan), e faturou pela primeira vez o título da Recopa Sul-Americana.

Diego Tardelli marcou para o Atlético logo no início da partida e saiu aos 42 minutos do segundo tempo para ser ovacionado, quando o placar apontava 2 a 2. Acosta, porém, faria 3 a 2 para os argentinos, levando o jogo para a prorrogação, uma vez que o Atlético havia vencido por 1 a 0 na Argentina, quarta-feira passada. Diante de um Mineirão assustado, sem Tardelli quem decidiu para os mineiros foi Luan, num cruzamento que desviou na zaga. Mesmo assim o gol foi marcado para ele. No segundo tempo, Ayala encobriu o próprio goleiro e, com um gol contra, definiu o jogo.

A Recopa é o quarto título internacional do Atlético, que também venceu duas vezes a Copa Conmebol em 1992 e 1997. Agora, se quiser jogar novamente uma competição continental, precisa vencer a Copa do Brasil ou ficar entre os quatro primeiros do Brasileiro. No domingo pega o Sport, no Recife.

Em má fase, Ronaldinho foi substituído aos 19 minutos do segundo tempo, apagado, e foi direto para o vestiário, sem assistir ao restante da partida no banco. Ele é esperado sexta em Portugal para um jogo festivo de Deco e, de acordo com a imprensa argentina, é desejado pelo Boca Juniors.

O JOGO – A partida ainda era morna quando, aos 5 minutos, Leonardo Silva cabeceou na área e a bola bateu na mão de Carlos Araujo. Diego Tardelli conversou com Ronaldinho e pegou a bola para bater o pênalti. Ao deslocar Marchesín, fez 1 a 0 para o Atlético e fez seu 100.º gol com a camisa do clube.

Parecia, porém, que era o gol do título – ou que, por outro lado, o jogo era amistoso. Tardelli pegou uma camiseta promocional deixada na beirada do gramado, a vestiu mesmo sabendo que levaria o amarelo faltando pelo menos 84 minutos de uma final, e festejou com a torcida.

O Lanús estragou a festa em seguida. Aos 8 minutos, Ayala recebeu livre na área, dominou e bateu sem chances para Victor. Era o aviso dos argentinos de que o jogo ainda não havia acabado. Pelo contrário: só estava começando.

Aos 25, Veláquez bateu falta na área, Victor se esticou todo para salvar depois de resvalo na bola no meio do caminho, mas Santiago Silva fez no rebote, marcando 2 a 1 para o Lanús. O resultado levaria o jogo para a prorrogação, mas o Atlético tratou de empatar. Doze minutos depois, Marcos Rocha cruzou com perfeição e Maicosuel apareceu no primeiro pau para completar para o gol.

Na segunda etapa, o Atlético tentou manter o ritmo do primeiro tempo e matar o jogo. Com Ronaldinho apagado, Tardelli chamou a responsabilidade de armar o time e deixou o meia na cara do gol aos 6. Ronaldinho tirou de Marchesín, mas Braghieri salvou antes de bola chegar no gol.

Aos poucos, o Lanús passou a dominar o jogo e ameaçar principalmente com Santiago Silva. Aos 17, ele foi desarmado por Marcos Rocha na hora do chute. Dois minutos depois, longo bate-rebate na área deixou o Atlético em perigo três vezes, mas Victor salvou.

O desafogo veio com Tardelli, o melhor em campo na final. O atacante quase fez o 101.º dele numa pancada de fora da área, mas Marchesín não deixou a bola entrar no ângulo. No finalzinho, saiu ovacionado, para dar lugar a Dátolo. Levir, porém, não imaginava que o Lanús faria o terceiro. Já com 48 minutos passados, Rever deixou Santiago Silva cabecear, Victor pegou, e Emerson Conceição marcou bobeira, permitindo a Acosta marcar.

O gol calou o Mineirão, surpreendido assim como quando viu a Alemanha fazer 7 a 1 no Brasil, na Copa. Logo aos 3 minutos da prorrogação, porém, Réver mandou uma bola no travessão e acordou a torcida, que explodiu com o gol de Luan, aos 12. O atacante recebeu na ponta esquerda e tentou cruzar, sem ângulo para o chute. Mas bola bateu em Gómez e foi direto para o gol.

O Lanús lutou como deu, mas sucumbiu a si mesmo. Aos 6 minutos do segundo tempo, Ayala foi ajeitar de cabeça uma bola para o goleiro e não viu que Marchesín estava ao seu lado. Acabou encobrindo o companheiro e mandando direto para o gol.

Só para não deixar sem emoção o final do jogo, Victor fez duas grandes defesas aos 14 minutos. Pouco antes, Acosta recebeu o vermelho e pegou o árbitro pelo colarinho. Mas nada que estragasse a enorme festa atleticana.

FICHA TÉCNICA:

ATLÉTICO-MG 4 X 3 LANÚS

ATLÉTICO-MG – Victor; Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Emerson Conceição; Pierre, Leandro Donizete e Ronaldinho Gaúcho (Luan); Diego Tardelli (Dátolo), Maicosuel (Guilherme) e Jô. Técnico – Levir Culpi.

LANÚS – Marchesín; Carlos Araujo (Melano), Braghieri, Gustavo Gómez (Oscar Benítez) e Velázquez; Ayala, Diego Gonzalez, Somoza e Ortiz; Acosta e Santiago Silva. Técnico – Guillermo Schelotto.

GOLS – Diego Tardelli, de pênalti, aos 6, Ayala, aos 8, Santiago Silva, aos 25, e Maicosuel, aos 37 minutos do primeiro tempo; Acosta, aos 48 minutos do segundo tempo; Luan, aos 13 minutos do primeiro tempo da prorrogação; Ayala, contra, aos 6 minutos do segundo tempo da prorrogação.

ÁRBITRO – Roberto Silvera (Fifa/Uruguai).

CARTÕES AMARELOS – Réver, Pierre e Diego Tardelli (Atlético-MG); Diego Braghieri, Gustavo Gómez, Ayala, Diego Gonzalez, Somoza, Acosta e Ortiz (Lanús).

CARTÃO VERMELHO – Acosta (Lanús).

RENDA – R$ 5.732.930,00.

PÚBLICO – 54.786 pagantes.

LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).

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