Quando entrar em campo nesta quarta-feira para enfrentar o Jorge Wilstermann, da Bolívia, às 21h45, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, o Atlético Mineiro não estará disputando apenas uma vaga nas quartas de final da Copa Libertadores. Na partida, que determinará um dos oito clubes classificados para a próxima fase da competição, também estará em jogo o futuro do clube nesta temporada e até mesmo em 2018.

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Com um dos elencos mais elogiados do futebol brasileiro, o Atlético Mineiro vem colecionando decepções nas últimas semanas, tanto que já trocou de técnico nesta temporada – Roger Machado foi demitido e acabou sendo substituído por Rogério Micale. E a queda nas oitavas de final da Libertadores, grande objetivo antes do começo da temporada, será encarada como um grande fracasso.

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Afinal, a Libertadores é a última chance de salvação do Atlético Mineiro em 2017. O time até foi campeão mineiro, mas caiu nas quartas de final da Copa do Brasil e ocupa uma modesta 14.ª posição no Campeonato Brasileiro, mais próximo da zona de rebaixamento do que do grupo dos seis primeiros colocados que se garantem na próxima edição da Libertadores.

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O futebol irregular e as más atuações tem provocado cobranças e protestos da torcida e, diante da péssima campanha no Brasileirão, a eliminação pode representar o fim da sequência de cinco Libertadores disputadas pelo clube, representando também o encerramento dos altos investimentos recorrentes no clube nos últimos anos e até mesmo na abreviação da passagem de algumas estrelas, como Robinho, pelo clube.

Além disso, o confronto é importante para Rogério Micale. Recém-contratado, ele tem no seu currículo o título olímpico pela seleção brasileira nos Jogos do Rio-2016, mas também experiência quase nula em clubes profissionais. O fracasso pode atrapalhar a sua carreira, mas o sucesso seria fundamental para o time iniciar uma recuperação e poderia ajudar a elevar o status do treinador em caso de sucesso.

Derrotado no jogo de ida por 1 a 0, quando ainda era dirigido por Roger Machado, o Atlético Mineiro precisa de uma vitória por dois ou mais gols de diferença para avançar na Libertadores. Para isso, o clube tem as suas armas e uma das principais será a sua torcida, tanto que o jogo foi transferido para o Mineirão, sendo que a expectativa é de estádio lotado, pois mais de 28 mil ingressos foram vendidos até a manhã desta terça-feira.

“A gente tem uma competição do quilate da Libertadores, é o jogo da nossa vida. Temos que ganhar, passar de fase. Conto muito com a nossa torcida. Peço que nos dê esse voto de confiança, que nos auxilie. Vamos fazer o nosso melhor. Vá lá, nos ajude”, disse o treinador atleticano.

A escalação também terá novidades, sendo que a expectativa é de um time descansado, pois mesmo com a campanha ruim no Brasileirão, os titulares foram poupados no último final de semana na derrota para o Grêmio, ainda que tenham viajado a Porto Alegre, onde treinaram para o duelo contra o Jorge Wilstermann.

Precisando de gols, o Atlético Mineiro terá novidades na escalação. E a principal delas será a entrada de Luan, livre de dores musculares, no setor ofensivo. A comissão técnica também aguardará até momentos antes do jogo para saber se poderá utilizar o centroavante Fred, ainda em recuperação de lesão e artilheiro do time em 2017 com 23 gols. A situação do volante Gustavo Blanco, último jogador inscrito pelo clube na Libertadores, é parecida, com Rogério Micale esperando que possa contar com ele.

E a comissão técnica, diretoria e torcedores também aguardam para ver estrelas com passagem por seleções nacionais – como Elias, Victor e Cazares – brilharem em campo. Entre esses, o goleiro pode ter mais uma vez papel decisivo, pois vitória atleticana por 1 a 0 levará a definição do classificado para a disputa de pênaltis, situação que o consagrou no clube em 2013, quando o time mineiro foi campeão da Libertadores.

O Jorge Wilstermann, por sua vez, tentará manter a vantagem adquirida no primeiro duelo. O time venceu os dois jogos que disputou no recém-iniciado Torneio Clausura da Bolívia, o que o leva a dividir a liderança com o Oriente Petrolero. Agora tentará avançar pela quarta vez na sua história às quartas de final do torneio continental, tendo a estratégia o clima de tensão do oponente.