Daqui a uma semana, Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, deixará o cargo que ocupa desde outubro de 2008. Ele será sucedido no dia 3 de dezembro, quarta-feira, pelo atual vice-presidente, Daniel Nepomuceno, candidato único na eleição. Nos seis anos em que Kalil esteve no comando do clube, a torcida atleticana pôde soltar o grito de campeão em seis oportunidades. Foram três campeonatos estaduais e os títulos inéditos da Libertadores, Recopa Sul-Americana e agora Copa do Brasil.

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No período, o Atlético-MG multiplicou suas receitas, que saltaram de R$ 66 milhões em 2009 para R$ 227 milhões em 2013, ano especialmente lucrativo para o clube, graças à conquista da Libertadores. As dívidas, porém, também se acumularam. Entre 2013 e 2014, o saldo devedor do Atlético junto ao governo Federal mais do que dobrou – pulou de R$ 120 milhões para R$ 272 milhões. Em agosto, foi feito um acordo com a Receita Federal para que a dívida seja saldada em 180 parcelas ou 15 anos.

O novo presidente do clube mineiro não terá vida fácil em 2015. O orçamento para o próximo ano, aprovado terça-feira pelo Conselho Deliberativo, prevê redução de aproximadamente 20% na verba destinada ao futebol profissional. Os valores reservados para contratação de jogadores serão duramente afetados. Caem de R$ 22,5 milhões de 2014 para modestos R$ 2,5 milhões na próxima temporada.

Para piorar a situação, o BMG, banco que estampa sua marca na camisa do Atlético-MG, optou por encerrar todos os contratos de patrocínio que mantém com clubes de futebol. Com a economia brasileira desacelerada, vários times da Série A, como Palmeiras, Santos e São Paulo, têm enfrentado dificuldades para atrair patrocinadores. O Atlético-MG terá mais esse problema para resolver.

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Em entrevista à rádio Band News, Kalil sinalizou que a Caixa Econômica Federal pode ser a futura patrocinadora do clube. “Eu acho que está na hora de a Caixa Econômica Federal pegar o dinheiro do contribuinte e distribuir no futebol. Não é entregar o dinheiro que meia dúzia de diretor da Caixa acha que tem de entregar, para Flamengo e Corinthians. O dinheiro é meu, é seu, é de todo mundo. A Caixa é do povo. Acho que nós temos de ir lá conversar sobre a Caixa.”

A euforia pelo título da Copa do Brasil foi além do mérito esportivo. A premiação pela conquista, de cerca de R$ 3 milhões, era vista como fundamental para o clube tentar equilibrar as contas e acertar salários atrasados. O título também assegurou a presença da equipe na próxima edição da Libertadores, o que assegura também um aumento nas arrecadações de bilheteria e premiação. Mas, com o orçamento apertado para contratações, será difícil trazer reforços e montar um time competitivo para disputar o torneio. Segurar os principais jogadores será a proposta da nova administração.

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