Atual campeão, o Atlético Mineiro levou um susto em sua estreia na Copa do Brasil. Jogando no Independência, o time de Levir Culpi perdia por 1 a 0 para o Figueirense até os 47 minutos do segundo tempo, quando Leonardo Silva salvou os mandantes e evitou a derrota no jogo de ida das oitavas de final na noite desta quarta-feira. Clayton, bronze com a seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, anotou o gol dos catarinenses.
O resultado deixou o Figueirense em vantagem para o jogo da volta, na próxima quarta-feira. Além de decidir em casa, no estádio Orlando Scarpelli, a equipe catarinense se garante nas quartas de final com um empate sem gols. Para este duelo, o Figueirense já estará sob o comando de René Simões. O substituto de Argel Fucks assistiu ao jogo das tribunas nesta quarta, enquanto o interino Hudson Coutinho estava no banco.
Para o Atlético, a estreia na defesa do título conquistado em 2014 não foi a esperada. Mesmo dominando a partida desde o início, sofreu com os contra-ataques, principalmente pelo lado direito da defesa, de Marcos Rocha. Em um deles, no primeiro tempo, Clayton abriu a vantagem.
O empate só veio aos 47 minutos da segunda etapa, em cabeçada de Leonardo Silva. O gol evitou a derrota, mas manteve a sequência indigesta de quatro partidas sem vitória no Atlético. Por causa desta série negativa, o time perdeu a liderança do Brasileirão no fim de semana e já é ameaçado pelo Grêmio na segunda colocação.
O JOGO – Há três partidas sem vencer, no Brasileirão, o Atlético entrou em campo tentando impor ao Figueirense a pressão da qual é alvo nas últimas semanas. Com Dátolo entre os titulares, o time mineiro conquistou rapidamente o meio-campo, mas não exibia a mesma intensidade no ataque, principalmente nas finalizações.
O Atlético passou os primeiros minutos da partida cercando a área do Figueirense. Afora uma pequena chance, em lance tumultuado, aos 11, os mineiros só ameaçaram a partir dos 24. E o goleiro Alex Muralha começou a se tornar um dos protagonistas da partida. Giovanni Augusto, destaque do próprio Figueirense na temporada passada, acertou forte cabeçada, mas parou em linda defesa de Muralha.
O Figueirense, então recuado, respondeu em seguida com Clayton, principal referência do ataque catarinense. O jovem atacante girou dentro da área e bateu rasteiro, parando em Victor. Sem o meia Carlos Alberto e outros seis desfalques, o time visitante apostava nos contra-ataques, quase sempre pelo lado esquerdo do seu ataque.
A boa chegada deu mais confiança ao time de Florianópolis, que ganhava consistência no meio-campo. Por consequência, o Atlético tinha mais dificuldade para chegar com perigo. O time de Levir Culpi só voltou a ameaçar aos 41, quando Luan escapou pela direita e cruzou. A bola atravessou toda a área e Pratto não alcançou. Um minuto depois, Giovanni Augusto acertou chute colocado e exigiu nova grande defesa de Muralha.
Apesar do maior volume de jogo do Atlético no ataque, foi o Figueirense que balançou as redes. Em contra-ataque pela esquerda, Clayton invadiu a área e bateu no canto de Victor, aos 48. O time mineiro ainda tentou responder antes do intervalo, em cabeçada de Leonardo Silva, mas Muralha defendeu novamente, aos 50 minutos.
Para o segundo tempo, Levir Culpi trocou Leandro Donizete por Guilherme e deixou o Atlético mais ofensivo. Mas foi o Figueirense que levou perigo logo no primeiro minuto da etapa. Rafael Bastos bateu por cima do gol ao tentar encobrir Victor. Os mandantes responderam aos 14, em cruzamento de Marcos Rocha que Muralha espalmou dentro da área. No rebote, Giovanni Augusto quase empatou.
Com Guilherme mantendo maior coesão no setor ofensivo, o Atlético não se afastava da área do Figueirense. E Pratto infernizava a zaga catarinense. A pressão, contudo, não resultava em chances mais agudas, geralmente em bolas aéreas.
Enquanto isso, a equipe catarinense tentava surpreender em contra-ataques e bola parada. Em uma das melhores chances da etapa, João Vitor bateu falta, a bola desviou na barreira atleticana e Victor fez um “milagre” ao evitar o gol.
Do outro lado, o Atlético seguia em busca do empate. Na melhor oportunidade, Luan finalizou de fora da área, a bola parou no meio da área e Jemerson quase aproveitou. A defesa afastou quase na linha, aos 34 minutos.
A pressão, cada vez maior nos minutos finais, culminou no gol de empate aos 47 do segundo tempo. Douglas Santos cruzou da esquerda e Leonardo Silva, herói frequente do Atlético em lances em fim de partida, desviou de cabeça e amenizou a agonia da torcida atleticana no Independência.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-MG 1 x 1 FIGUEIRENSE
ATLÉTICO-MG – Victor; Marcos Rocha (Carlos César), Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete (Guilherme), Giovanni Augusto, Dátolo; Luan e Lucas Pratto. Técnico: Levir Culpi.
FIGUEIRENSE – Alex Muralha; Pedroso, Bruno Alves, Simon, Leandro; João Vitor, Fabinho, Dener, Rafael Bastos (Yago); Clayton (Thiago Santana) e Dudu (Jefferson). Técnico: Hudson Coutinho (interino).
GOLS – Clayton, aos 48 minutos do primeiro tempo. Leonardo Silva, aos 47 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Leandro Donizete, Rafael Bastos, Dener, Marcos Rocha, Yago.
ÁRBITRO – Rodolpho Toski Marques (PR).
RENDA – 16.123 pagantes.
PÚBLICO – R$ 389.000,00.
LOCAL – Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG).