A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou, nesta quarta-feira, Atlético Mineiro e Cruzeiro pela “desordem e lançamento de objetos no campo”, durante o clássico do último domingo, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. Denunciados por infração dupla ao artigo 213, os times, caso condenados, podem perder até 20 mandos de campo por infração, além de pagar multa de R$ 200 mil.
A Procuradoria se baseou na súmula do árbitro Marcelo de Lima Henrique. Ele relatou que precisou interromper o clássico após “estouros de artefatos explosivos que vinham da divisa das duas torcidas”. Segundo ele, a Polícia Militar informou que os artefatos explosivos foram lançados pelas torcidas Galoucura, do Atlético, e Pavilhão Independente, do Cruzeiro, uma contra a outra. “Interrompi a partida aos 41 minutos do primeiro tempo. Solicitei a administração do estádio e ao policiamento encarregado, que tomassem as devidas providências para o prosseguimento da mesma”, relatou o árbitro na súmula.
Após tomar conhecimento da denúncia, o diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha informou as essas denúncias formalizadas pela procuradoria do STJD fazem parte do campeonato. Segundo ele, após tomar conhecimento do teor da denúncia, o departamento jurídico irá preparar a defesa. “Vamos esperar a notificação do STJD. Com elas em mãos, vamos fazer uma defesa apropriada”, disse.
A diretoria do Cruzeiro também tem a mesma posição. Vai aguardar a notificação para preparar a defesa e se pronunciar. Porém, o departamento jurídico do clube adiantou que já está analisando as imagens de TV para tentar responsabilizar os torcedores do Atlético pelos atos de vandalismo no clássico.
Além das confusões dentro do estádio, quatro torcedores do Atlético foram baleados, quando se encaminhavam para o Mineirão, ainda no Centro da capital mineira. Thiago Ramalho de Souza, 29, integrante da organizada Máfia Azul, do Cruzeiro, foi preso na última terça-feira, sob suspeita de ter sido o autor dos disparos. Os torcedores do Atlético foram socorridos e nenhum deles corre risco de morrer. Dos quatro feridos, só um, de 16 anos, continua internado. Os demais receberam alta.