O técnico Mário Sérgio já colocou o bloco na rua e definiu qual vai ser o enredo do carnaval do Atlético este ano: muito trabalho no CT do Caju. No lugar de confetes e serpentinas, a bola. Em vez de fantasia, o uniforme de treinamento. Tudo no ritmo do apito, não do mestre de bateria, mas do preparador físico Flávio Trevisan e do próprio treinador, que querem manter o ritmo e não dar chance para o azar na busca do título do campeonato paranaense.
Isso não quer dizer que o elenco ficará confinado e não poderá se divertir nenhum dia. A rotina normal de trabalho será mantida e os jogadores ganharão um dia de folga após a partida contra o Rio Branco. Só isso, em nome do profissionalismo. “Eles (jogadores) sabem que a aspiração de todos é jogar na Europa, que é um mercado que paga melhor. Se você chegar lá com essa mentalidade de Carnaval, de festa, de saudade do feijão com arroz, você vai voltar em um mês”, aponta Mário Sérgio.
Para ele, somente com o profissionalismo é que os atletas podem buscar uma boa condição financeira. “Esse é o objetivo das pessoas inteligentes, que estão no meio. Os burros, não permanecem, sucumbem”, dispara. O comandante rubro-negro garante que seus jogadores entendem esse posicionamento e vão seguir à risca o ritmo de trabalho. “A maioria deles sabe que jogando bem, e ganhando os jogos, eles estão abrindo perspectivas para o exterior. O Atlético é um clube exportador e vai continuar sendo. Essa é a política do clube e basta que eles se apresentem no mercado com competitividade, com seriedade, com responsabilidade e fatalmente eles estarão no exterior”, analisa.
Após o folga de ontem e depois de vencer o Iraty por 3 a 1, o elenco do Furacão volta a trabalhar fisicamente, hoje pela manhã, no CT do Caju. O próximo compromisso é o Rio Branco, às 15h30 de domingo, na Arena. Para esta partida, o técnico Mário Sérgio não poderá contar com o zagueiro Rogério Correia e o lateral-esquerdo Marcão, que tomaram o terceiro cartão amarelo. Além deles, o goleiro Diego continua no departamento médico tratando do dedo indicador da mão direita e também vai desfalcar o time na próxima rodada.
Com isso, Cléber permanece no gol. Na zaga, Alessandro Lopes volta e retoma o lugar de Ígor e Fabiano já está confirmado para o lugar de Rogério Correia. Na ala esquerda, Fabrício deverá ser o escolhido para substituir Marcão.
Baixada será toda com cadeiras
Mesmo que a Copa do Mundo de 2014 ainda não esteja confirmada para o Brasil, o Atlético já começa a preparar a Arena para ser exemplo e, quem sabe, sediar jogos da competição da Fifa. O primeiro passo será a colocação de cadeiras em todos os setores de arquibancada a partir da próxima semana. O clube já adquiriu 20 mil unidades, que somadas às já exigentes, deverão adequar o estádio ao Estatuto do Torcedor, com capacidade para 23 mil espectadores.
“Nós queremos que o nosso estádio seja usado em competições internacionais”, sonha o presidente João Augusto Fleury da Rocha. De acordo com ele, a intenção do clube é tornar a Arena modelo no Brasil para a competição que está cada vez mais próxima de vir para o País em 2014. Segundo ele, o Joaquim Américo leva vantagem por seguir conceitos modernos e, principalmente, as recomendações da entidade que controla o futebol no mundo.
Como a Arena é um estádio moderno, precisa de pouca coisa para se candidatar a ser sede de Copa do Mundo. Uma das exigências da Fifa e, agora, do Estatuto do Torcedor, é a demarcação dos lugares. A entidade internacional ainda exige que as cadeiras sejam padronizadas e são estes assentos que começarão a ser instalados na próximas semana.
“Nós já superamos a parte burocrática, a parte técnica, a financeira e estamos finalizando a parte operacional”, revela Fleury. Segundo ele, a última etapa, que será definida até o Carnaval, é saber por onde começar a colocação das cadeiras, já que o clube continuará disputando normalmente o campeonato paranaense. A idéia é colocar o novo equipamento por setores e, ao mesmo tempo, lançar uma campanha educativa para o torcedor. “Quando alguém vai ao teatro, compra ingresso com antecedência. Quando vai ao futebol, decide no domingo mesmo após a macarronada. Isso tem que mudar”, aponta.
As novas cadeiras serão semelhantes às que já estão colocadas no próprio estádio. “Nós encontramos uma cadeira no Brasil com a mesma tecnologia espanhola e até superior porque houve evolução de 1999 até 2004”, informa o dirigente.