Se o jogo de hoje do Atlético pudesse ser resumido pelo nome de um filme, provavelmente este seria "A Hora do Pesadelo", clássico trash que tinha como protagonista o famigerado Freddy Kreguer e abriu as portas para o então novato Johnny Depp.
Divagações à parte, o jogo e a derrota por 3 a 0 contra a instável equipe do Goiás, em casa, com certeza deve ter causado preocupações e pesadelos na torcida rubro-negra, pois a exibição do time foi uma das piores neste ano.
Durante os pouco mais de 90 minutos de jogo, o Atlético pouco incomodou o goleiro Harlei, tanto é, que o primeiro chute a gol do rubro-negro aconteceu apenas aos 44 minutos de jogo, numa falta batida por Erandir, que acertou a trave, e no rebote dessa mesma jogada, em que Evandro carimbou a trave novamente e Alan Bahia chutou pra fora.
O Goiás fez o que bem entendesse na partida. Embora teve um começo tímido, a equipe comandada pelo técnico Paulo Bonamigo percebeu as inúmeras fragilidades do esquema montado por Vadão. Aos 12 minutos, o Goiás chegou com perigo pela primeira vez, num chute de Diego, na pequena área, em que Guilherme fez uma grande defesa.
A pressão goiana continuou e aos 20 minutos Paulo Henrique cabeceou com perigo. Guilherme bateu roupa no lance e o zagueiro João Leonardo afastou o perigo dali. Dois minutos depois, em um novo contra-ataque, Paulo Baier entrou na área e chutou forte. A bola ia entrando quando Danilo mandou para escanteio.
Entretanto, na batida do escanteio, a zaga atleticana, em especial o volante Alan Bahia, falhou e a bola sobrou livre para Paulo Henrique abrir o placar. A torcida atleticana nem tinha assimilado o golpe quando, aos 28 minutos, o Goiás ampliou. O atacante Wellinton ganhou na corrida de Danilo, contou com uma furada incrível do goleiro Guilherme e, mesmo caindo no chão, conseguiu se levantar, driblar Jancarlos e bater para o gol vazio.
Com dois a zero no marcador, o Goiás tratou de tocar a bola, mas sempre levando perigo ao gol atleticano. Quase no final do primeiro tempo, Fábio Bahia quase ampliou quando escapou pela direita, invadiu a área e, em vez de tocar de lado, arriscou o chute, que foi pra fora.
Torcida protesta
Para tentar salvar a lavoura, Vadão tirou o "inoperante" Alan Bahia e o "enceradeira" Evandro para as entradas de Netinho e Tiago. Com essa nova formação e passando do 3-5-2 para o 4-4-2, o time atleticano deu um pouco de esperança aos seus torcedores, que passou a atacar mais e a ocupar os espaços em que o Goiás explorava.
Mesmo mais atuante e dinâmico, o Atlético não conseguia superar o rival. De perigo, o Atlético levou apenas em dois lances. Primeiro aos 11 minutos, quando Netinho mandou um chute cheio de veneno e obrigou Harlei a praticar uma grande defesa. A segunda foi aos 21 minutos, num escanteio em que a zaga goiana falhou e a bola sobrou para João Leonardo, que dividiu com o goleiro e levou a pior.
Aliás, por conta desta jogada, ocorreu um dos lances mais bizarros do futebol. O técnico Vadão levou cinco minutos para perceber que João Leonardo não tinha mais condições de jogo, para desespero dos torcedores atleticanos, que viam o técnico com a mão no queixo sem tomar nenhuma atitude. Só depois de perceber que o zagueiro estava sendo carregado é que o técnico tomou uma providência, colocando Moreno em jogo.
Indignada com a indiferença dos jogadores e do comando técnico, a torcida começou a pedir a cabeça do treinador e a vaiar o time. Alheio a isso, o Goiás ia jogando e quase marcou o terceiro gol aos 30 minutos, quando Paulo Baier recebeu a bola livre na área. O ala goiano estava passando por Guilherme quando Nei apareceu bem na cobertura.
Nos minutos finais, a torcida, ironicamente, começou a gritar ‘olé’ para cada jogada do Goiás. E aos 44 minutos, os atleticanos comemoraram o terceiro gol do Goiás, com Diego escorando um cruzamento.
Após o apito final, sobraram insultos para o técnico Vadão e para alguns jogadores, como Denis Marques, que foram muito cobrados pela péssima exibição. Ao rubro-negro, resta pensar no próximo jogo, que será contra o Fluminense, campeão da Copa do Brasil, em Curitiba.