Atlético junta cacos da eliminação na Copa do Brasil

Após a desclassificação vexatória da Copa do Brasil, já que o clube bradava em alto e bom som que brigaria pelo título da competição, o dia de ontem foi de muita conversa no CT do Caju, pois o foco agora é a conquista do Paranaense. Ou seja, um prêmio de consolação neste primeiro semestre.

Mas pela queda de rendimento da equipe nos últimos jogos e considerando que o grau de dificuldade aumenta na segunda fase do campeonato, o Rubro-Negro terá que trabalhar muito para levantar a taça e evitar uma futura crise.

O treinador Ney Franco afirmou que o elenco não está nada satisfeito com a eliminação precoce e que cabe a ele cobrar seus comandados para que o bom futebol apresentado no início da temporada retorne. ?Tem que ter cobrança. Não vamos aceitar passivamente a derrota na Copa do Brasil. Agora a responsabilidade nossa é maior ainda?, afirmou, referindo-se à necessidade que o time tem de conquistar títulos este ano.

O goleiro Vinícius, que tem se destacando nas partidas, disse que a equipe tem que aprender com os erros e trabalhar para que não se repitam. ?A responsabilidade pelo título aumenta. Se não for campeão e não Ter boas apresentações na seqüência, o clima pode pesar e prejudicar ainda mais a gente?, explicou.

Receita

Para evitar esse clima pesado e reencontrar o caminho da vitória, a primeira medida é levantar a moral do elenco e ter consciência de que agora começa o período de críticas. O treinador sabe disso e já conversou com seus comandados. Também tem noção da importância em ter a torcida jogando junto nesses momentos difíceis. ?Precisamos ter um desempenho muito bom para trazer a torcida de novo para o nosso lado. Nos cabe agora entrar em campo, trabalhar forte e reconquistar a credibilidade?, finalizou.

O próximo desafio do Rubro-Negro em busca da reafirmação é amanhã nos Campos Gerais, contra o Iraty, equipe que tem uma campanha equilibrada e está jogando bem.

Time é limitado e precisa de reforços

A ineficiência e apatia contra o Corinthians (AL), time sem nenhuma relevância nacional e que ainda busca se estruturar, revelou um cenário que o Atlético insiste em não enxergar. Futebol se decide no campo, 11 contra 11. Naqueles 90 minutos de disputa, não importa se o clube possui o melhor CT da América Latina e o melhor estádio do Brasil. O que importa é qualidade em campo. E o Furacão perdeu essa qualidade ao negociar dois de seus mais eficientes jogadores neste início de temporada e não buscou peças à altura.

Contra o Tricolor alagoano, visivelmente faltou opções no banco de reservas para o Atlético reverter a situação e isso tem incomodado o treinador. ?Está evidente que temos de achar peças de reposição. E não me interessa de onde vão vir essas peças; se já estão no grupo, na categoria de base ou se vão ser contratados. Tenho que achar o mais rápido possível?, comentou Ney Franco. Ainda conforme avaliação dele, atualmente está utilizando o que há de melhor à disposição e que com a saída de atletas, ele perdeu opções de jogo e o planejamento feito desde o ano passado foi prejudicado.

Mesmo diante de tantas limitações, Franco não desanima. ?Estou aqui para remontar a equipe e meu papel vai ser esse. Prefiro colocar toda minha competência em jogo e como treinador não quero transferir responsabilidade para ninguém; jogadores e nem diretoria?, afirmou.

Torcida cobra diretoria pelo vexame

A eliminação precoce da Copa do Brasil fez com que a torcida atleticana mais uma vez demonstrasse todo o seu descontentamento. Voltaram as vaias, os xingamentos e a cobrança pela contratação de reforços. A desclassificação também ressuscitou na cabeça do torcedor a imagem de um clube perdedor, que no ano passado lutou para sair da zona de rebaixamento do Brasileirão. E se bem analisado, o time atual é praticamente o mesmo de 2007, com mais conjunto. Por isso, o grito da torcida por novas contratações.

Sobre reforços, a diretoria tem como política não se pronunciar antes das transações serem devidamente concretizadas. Porém dois nomes ganharam força nos últimos dias. O lateral Erivelton, do Iguaçu, e o meia Renato, da Ponte Preta. ?Me parece que existe a negociação com o Erivelton. O Renato é um jogador que está se destacando mas não há nada de concreto?, comentou Ney Franco.

Jogador

Renato, 23 anos, é a revelação do Paulistão. Defende a Ponte Preta mas está emprestado pela Ferroviária, clube que tem parceria com o Atlético. Segundo a imprensa paulista, a transação para o Atlético seria facilitada pelo bom relacionamento entre os clubes. Em entrevista ao site Futebol Interior, o diretor de futebol da Ferroviária, Bruno Ópice, confirmou o interesse do Rubro-Negro. ?A parceria nos faz dar preferência ao Atlético. Se eles depositarem o valor exigido, a Ponte Preta terá que liberá-lo antes mesmo do final do Paulistão?, afirmou o dirigente. Os direitos federativos do jogador estariam avaliados em R$ 1 milhão.

Iraty 100% em casa

O Iraty aposta na vantagem de jogar em seus domínios para desbancar o líder do campeonato e assegurar o terceiro lugar na fase de classificação, o que evitaria um embate futuro contra o próprio Atlético. A confiança na vitória vem do aproveitamento que a equipe de Antônio Lopes Júnior tem atuando no Estádio Emílio Gomes: 100% de aproveitamento. O respeitável retrospecto significa que o Azulão ainda não conhece o gosto da derrota quando apoiado pelo seu torcedor.

Além da força das arquibancadas, o Iraty espera encontrar um Atlético ainda cabisbaixo e abatido devido à desclassificação precoce da Copa do Brasil. O time dos Campos Gerais possui a terceira defesa menos vazada do campeonato (9 gols), atrás apenas de Atlético e Coritiba.

Torcedor mostra fidelidade

Cahuê Miranda

Foto: Fábio Alexandre

Ontem movimento foi fraco, mesmo assim quase 200 novos sócios.

Não foi o momento ideal, mas a torcida do Atlético deu uma boa resposta no relançamento da campanha ?Sócio Furacão?. Por uma infeliz coincidência, após 47 dias de paralisação, as associações foram retomadas poucas horas depois de o time dar vexame em casa e ser eliminado da Copa do Brasil pelo Corinthians-AL. Mesmo assim, o movimento na Baixada foi bom e o clube terminou o dia com cerca de 200 novos associados.

Os torcedores reagiram de formas distintas à eliminação na primeira fase de um torneio que era considerado prioridade pelo Atlético. O Paraná-Online recebeu dezenas de mensagens de rubro-negros revoltados, dizendo que haviam desistido de se tornar sócios do clube e até mesmo ameaçando cancelar associações já efetivadas. Além do fracasso na Copa do Brasil, as negociações dos jogadores Claiton e Ferreira foram motivo de desilusão para um grande número de atleticanos.

Porém, quando o Espaço Sócio Furacão reabriu suas portas, às 10h de ontem, muita gente apareceu, com o discurso de fidelidade ao Furacão. ?Estou bastante decepcionado, mas não desisti de me associar. Pelo contrário. É uma oportunidade única, já que o número de torcedores é maior que o de lugares no estádio. Assim, o meu está garantido e não preciso brigar por ingressos?, diz o bancário José Carlos Soté, 34 anos.

Soté estava acompanhado por seu sobrinho Felipe, 17 anos, que aproveitou uma das modalidades mais vantajosas para também se tornar sócio. Enquanto o torcedor em geral paga uma mensalidade de R$ 50 para assistir a todos aos jogos do Atlético na Arena, menores de 18 anos têm o mesmo benefício por apenas R$ 25 mensais.

Apesar da eliminação na Copa do Brasil, ambos estão otimistas com o futuro do time na temporada, desde que a diretoria invista na contratação de novos reforços. ?O salto alto foi grande, mas ainda bem que aconteceu agora, pois vai dar uma balançada no clube. Todos viram que o time precisa se preparar melhor para o Brasileiro e investir para brigar pelo título estadual?, avalia Soté.

Quatro categorias pra se associar

Para se associar ao Atlético, o torcedor deve comparecer ao Espaço Sócio Furacão, localizado junto à entrada da Arena na Rua Buenos Aires. São quatro modalidades de associação disponíveis.

Quem mora em Curitiba pode se tornar sócio pagando uma mensalidade de R$ 50. Assim, tem entrada livre em todos os jogos do Atlético na Baixada, além de participar de diversas promoções realizadas pelo clube. Quem tem menos de 18 anos (nascidos até 1990), paga apenas R$ 25 pelos mesmos benefícios.

Quem torce pelo Furacão e mora longe de Curitiba também pode se associar com a mensalidade de R$ 25. Para isso, basta comprovar residência em um município que não faça divisa com a capital paranaense.

Para quem mora na cidade e não pode ir a todos os jogos, o Atlético deu a opção de se associar por R$ 25 mensais. Mas nessa modalidade o torcedor tem que pagar metade do preço de um ingresso (R$ 15) para assistir às partidas.

Outras informações sobre a campanha podem ser obtidas pelo telefone (41) 2105-5682.

Apesar dos problemas, já são 6.500 associados

Apenas este ano, apesar de todos os problemas, cerca de 3.500 atleticanos se associaram ao time da Baixada. Assim, o Furacão conta atualmente com aproximadamente 6.500 sócios, pois 3 mil já haviam aderido à campanha em 2007, segundo dados divulgados pelo clube.

O Atlético lançou em 14 de janeiro, com grande divulgação, suas novas modalidades de associação. O preço das mensalidades caiu significativamente em relação a 2007 (na época, R$ 60 ou R$ 80, de acordo com o setor do estádio). Além disso, um novo sistema permitiria um atendimento mais ágil e associações pela internet.

Porém, o Sócio Furacão funcionou por pouco tempo, e de forma precária. O programa de computador que gerencia o sistema entrou em pane e, após três dias tentando atender uma multidão que tentava se associar, o clube decidiu suspender a campanha.

Desde então, apenas os associados antigos eram atendidos. Além de renovar seus contratos, eles podiam indicar amigos e parentes para novas associações. Desta forma, o Furacão ganhou 2.700 sócios este ano, mas o público em geral continuava sem poder aderir à campanha.

Durante os 47 dias de ?apagão? do Sócio Furacão, o Atlético viveu um grande momento em campo. No Paranaense, conquistou 12 vitórias consecutivas, batendo um recorde que perdurou por 59 anos. Feito que poderia fazer a campanha decolar rumo à meta de 20 mil sócios traçada pelo clube.

A demora para retomar as associações, em momento tão positivo, gerou desconfiança. Infelicidade na avaliação de alguns, incompetência da diretoria para outros. Teve gente que chegou a dizer que a suspensão era de propósito e insinuou uma conspiração para beneficiar o grupo do presidente Mário Celso Petraglia na política do clube.

O burburinho diminuiu quando o Atlético anunciou, na última quarta-feira, que iria reabrir ontem as associações, ainda de forma provisória, com o sistema antigo. Mas o destino foi cruel. Justamente na véspera da retomada da campanha, o Furacão sofreu, de forma vexatória, seu primeiro revés no ano.

A eliminação na Copa do Brasil diminuiu bastante o entusiasmo da torcida, inclusive na avaliação dos funcionários que atendem aos torcedores no Espaço Sócio Furacão. Mesmo assim, o clube recebeu ontem 200 novos sócios, atingindo o limite diário permitido pelo sistema. Mas não conseguiu apagar a impressão de que uma grande oportunidade  foi desperdiçada.

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