Mas, para acrescentar ingredientes à essa partida, o técnico Heriberto da Cunha fará mistério em torno da escalação, que só será divulgada momentos antes da partida. Nem o sistema de jogo está definido, segundo o treinador. Existe a possibilidade da manutenção do 4-4-2 com Fabrício na meia-cancha e até mesmo a volta do 3-5-2 com a entrada de Daniel com o líbero (ou o zagueiro da sobra). Tudo isso será definido na última conversa dos jogadores com Heriberto, ainda na concentração.
“Ontem (quinta-feira), eu fiz um treinamento com o Daniel e ele ficou 70 minutos do trabalho como líbero. Ele me disse que tem dificuldades de atuar na sobra, mas é o melhor zagueiro que tem essa condição de fazer o líbero”, explica o técnico. Segundo ele, há as duas possibilidades de o time entrar em campo e até mudar durante a partida. “Podemos colocar o Cocito para fazer esse papel, já que no futebol você tem que ter variações. Na própria partida saber usar as variações e o jogador ter essa versatilidade para poder envolver o adversário”.
A tendência é que o comandante atleticano mantenha a mesma base que vem atuando e opte mesmo pelo 4-4-2. De concreto mesmo, só os retornos do volante Cocito, do lateral-direito Alessandro e do atacante Ilan. O primeiro se recuperou de uma lesão na panturrilha e os outros dois cumpriram suspensão automática. Com isso, deixam o time o volante Douglas Silva (machucado), o lateral David e o atacante Jadílson. Nas demais posições, o time será o mesmo que enfrentou e venceu o Rio Branco, na quarta-feira, na Arena.
Diego não entra na “fogueira”O respeito do Rubro-Negro ao encarar um clássico do porte de um Atletiba é tão grande que a expectativa em torno da estréia do goleiro Diego ficará armazenada para o jogo contra o Grêmio Maringá, quarta-feira, na Arena. Escaldada por exemplos do passado e conscientes de que é muita responsabilidade estrear numa fogueira dessas, a comissão técnica do Atlético resolveu poupar o jogador e esperar mais um pouco para contar com o melhor camisa 1 do Brasileirão 2002. Com isso, Cléber permanece como titular e o recém contratado irá figurar apenas no banco de reservas.
No primeiro clássico do ano passado, o técnico do Alviverde, Joel Santana, resolveu tirar o seguro Fernando para colocar o pupilo Wéllerson. Numa falta cobrada por Luisinho Netto, o goleirão praticamente rebateu a bola para dentro de sua meta e deixou o Furacão abrir caminho para a vitória. O preparador de goleiros do Atlético, Ricardo Pinto, estava lá e não quer ver a cena novamente, desta vez contra si.
“O problema é o seguinte: é um jogo diferente, é um jogo muito especial para todos nós. O Diego é um jogador do clube e não há a necessidade de jogá-lo numa partida em que ele não tem a menor noção do que acontece”, explica. De acordo com o preparador, a decisão de manter o garoto Cléber com a camisa 1 foi do técnico Heriberto da Cunha. “Nós chegamos a uma conclusão juntos. Mas o Heriberto é quem resolve tudo e é quem manda. Eu apenas passei a minha idéia para ele”, revela.
Apesar de Diego vir credenciado com o melhor jogador na posição no nacional do ano passado e já ter vivido muitos clássicos no Rio Grande do Sul, Ricardo expõe que o momento atual é de Cléber. “Ele (Cléber) está dando uma continuidade, é um jogador muito frio. O Diego tem que entender que vai ter a sua oportunidade e, no momento certo, vai jogar e vai ser titular, sem problema nenhum”, aponta.
Além do clássico ser um jogo à parte, o ex-atleta do Juventude está há três meses sem jogar. No CT do Caju, Diego participou apenas de um coletivo e com os jogadores reservas enfrentando um combinado de atletas sem-clube. Provavelmente, ele fará a estréia com a camisa do Furacão na partida contra o Grêmio Maringá. Sem a pressão por ser um Atletiba, o arqueiro terá todas as condições de começar a se firmar no time mais tranqüilamente. E, sem correr o risco de se queimar na “fogueira” chamada Atletiba.