Atlético joga mal e empata com o Grêmio

Se serve de consolo para o torcedor, pelo menos o Atlético não sofreu uma goleada, como vinha se repetindo na esteira das vitórias anteriores. No entanto, o Rubro-Negro perdeu uma grande oportunidade de conquistar mais três pontos e continuar subindo na tabela do Campeonato Brasileiro. Enfrentando um Grêmio desfalcado, o time do técnico Levir Culpi não conseguiu transpor a forte retranca gaúcha e acabou empatando por 0 a 0, sábado, na Arena. Como já era esperado, os torcedores não gostaram e acabaram vaiando a equipe após o apito final do árbitro.

Mas não era apenas o Tricolor que estava sem alguns dos principais atletas, já que Christian e Cláudio não puderam atuar. O Furacão também não pôde contar com o atacante Dagoberto e o meia Jádson, peças que poderiam fazer a diferença. Poderiam, porque com os atacantes Ilan e Washington, os meias Fernandinho e Morais (depois William), todos do mesmo nível técnico, o time não encontrou espaço para poder furar o bloqueio implantado por José Luís Plein.

Chances até que aconteceram algumas. Entre um chute e outro de fora da área, que os goleiros seguraram com firmeza, o ala-esquerdo Ivan poderia ter desmontada a tática gremista com pouco mais de 20 minutos de jogo. Ele recebeu de Ilan e chutou no travessão. Na seqüência, Washington, sem esperar pela bola, perdeu uma oportunidade debaixo do gol. A resposta veio quase no final do primeiro tempo com Guto, que roubou de Marcão, dentro da grande área, mas não teve competência para chutar em gol. No mais, apenas muita disputa no meio-de-campo e poucas chegadas com perigo.

Na segunda etapa, o panorama pouco mudou e a torcida passou e pedir mais raça aos jogadores. Na verdade, disposição não faltou, mas enquanto o Grêmio se contentava em se defender, o Atlético não conseguia criar jogadas de perigo. Levir tentou com William no lugar de Morais, adiantando Fernandinho para a armação, mas nem isso. Quem chegou mais perto de abrir o placar foram os gaúchos com uma cabeceada de Claudiomiro, mas Diego estava atento e voou para salvar a lavoura. Sem muitas opções táticas no banco de reserva, o treinador rubro-negro preferiu apostar em quem estava em campo e acabou se contentando com o empate.

Sonho para quatro juniores

O sonho da maioria dos meninos brasileiros está sendo realizado por quatro juniores do Atlético: fazer parte do elenco principal de um clube da primeira divisão. Nesta semana, o volante Marcus Vinícius, o lateral-direito Murilo, o meia Evandro e o atacante Edivaldo ganharam o status de “profissionais” e passam e ser comandados pelo técnico Levir Culpi. Saídos das categorias de base do Rubro-Negro, eles querem fazer da oportunidade um trampolim para carreiras vitoriosas no mundo da bola, seguindo os mesmos passos já traçados por Kléberson, Jádson, Dagoberto e tantos outros.

“Desde que eu cheguei aqui o meu objetivo é esse, agora o que eu tenho que conseguir é manter, porque o mais difícil é manter”, analisa Marcus Vinícius. Os outros jogadores fazem coro com o colega. “O meu pensamento sempre foi o de chegar no profissional, agora é trabalhar bastante para se firmar”, destaca Evandro, com sólida carreira nas categorias de base da seleção brasileira.

O mesmo vale para Murilo, aliviado por ter subido, já que estava “estourando” a idade (o jogador só pode atuar pelos juniores até o ano em que completa 20 anos). “Faz tempo que eu estava esperando essa oportunidade, comecei no salão do Atlético e agora o meu objetivo é buscar meu espaço no grupo”, destaca.

Além deles, quem também já está trabalhando com o elenco de cima é o volante Ticão. Desde o início do ano ele já vem figurando entre as estrelas do time e está próximo de poder jogar a primeira partida no Brasileirão. “Nós trabalhamos para ter oportunidades, essa vinda para o elenco de profissional é fruto de muito trabalho, de muito tempo e a maioria desses moleques tem quatro, cinco anos de clube”, aponta o mais “experiente” da nova geração.

Bom, chegar eles já chegaram no elenco principal. Agora, o objetivo é permanecer. Para tanto, eles dizem o que querem fazer para permanecer em evidência. “Eu tenho que fazer o mesmo que vinha fazendo nos júniores: muito desempenho, força de vontade e o meu futebol”, destaca Marcus Vinícius. Segundo Evandro, o mais importante é receber o apoio dos colegas na hora que for solicitado para jogar. “Tenho que trabalhar bem forte para quando tiver a oportunidade entrar confiante, fazer boas partidas e conseguir as vitórias”, diz.

Para Ticão não dá para ficar parado. “Estou procurando fazer aquilo que eu fazia no júnior e um pouco mais. A concorrência é maior, mas o campeonato é longo e, no dia-a-dia, a gente vai tentando pegar a confiança do treinador. Para nós, que estamos subindo agora, cinco minutos de coletivo, cinco minutos de amistoso é muito importante”, finaliza. Todos eles foram observados e recomendados pelo técnico Levir Culpi, que garante dar chances para todos eles durante o Brasileirão.

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