O filme vai se repetindo. Após utilizar nada menos que 75 jogadores no ano passado, somente no elenco principal, o Atlético inicia a temporada 2006 com excesso de gente e sem um time definido. Até agora, em 14 jogos pelo Campeonato Paranaense e um pela Copa do Brasil, o Rubro-Negro já mandou a campo 31 atletas diferentes. Como ainda tem profissional que nem jogou e a diretoria está buscando mais nomes a pedido do técnico Lothar Matthäus, a tendência é que este recorde seja quebrado.
Esse número já poderia ser maior, mas deve aumentar bastante nos próximos meses com o andamento das competições nacionais. Treinando no CT do Caju e esperando para poder vestir a camisa do Furacão estão o lateral-direito Carlos Alberto,
o meia Válber e o atacante Herrera. Fora esses, jogadores como o meia Caetano e o zagueiro Ígor fazem parte da ?geladeira?, mas também podem ser aproveitados dependendo do humor dos dirigentes. Outros, nem pisaram em campo e foram emprestados, mas também fazem parte do enorme elenco atleticano.
A diretoria não comenta o assunto da mesma forma que não permite mais a entrada da imprensa no CT. No entanto, os dirigentes mostram que têm usado a política de formalizar parcerias com outros clubes e empresários para aumentar o contigente no centro de treinamentos. A mais notória delas foi um acordo fechado com o Guarani, que possibilitou a chegada dos zagueiros Paulo André, Juninho e João Leonardo, dos meias Netinho e Simão e do atacante Jônatas. Somente o primeiro aprovou e é titular. Os outros esperam oportunidade de se firmar ou já foram emprestados.
Também notórios são os jogadores que ganham o carimbo ?Atlético? a pedido. O empresário uruguaio Juan Figer mantém na Baixada o meia Pezzolano, que demorou mais de três meses para estrear, marcou dois gols em dois jogos e quase não é mais aproveitado. No ano passado, foi a vez do lateral-esquerdo Badé pedir para ingressar no Rubro-Negro. Ele cedeu os direitos federativos ao clube, jogou algumas partidas e logo foi emprestado ao Bahia. Hoje, está no Criciúma.
Com tanta gente disputando um lugar ao sol, algumas crias da casa com futuro promissor precisam sair para ter o futebol reconhecido. O meia William é um deles. Brilha em qualquer lugar, menos no Rubro-Negro. Assim como ele, este ano, os volantes Douglas e Marcus Vinícius, o meia Samir e o atacante Ânderson Aquino estão brilhando no Paulista, Bragantino e Sport, por exemplo.
Alemão pega 30 dias de gancho
O técnico Lothar Matthäus, do Atlético, pegou 30 dias de gancho por ter se manifestado de forma desrespeitosa ao árbitro José Ricardo Bigarski Stolle. O treinador chamou a arbitragem de ?arrogante? após a partida Atlético 1 a 1 J. Malucelli, não foi se defender e acabou punido por 3 votos a 2. Ele estava incurso no artigo 188 do CBJD e poderia ficar até 180 dias sem sentar no banco de reservas, mas acabou levando a pena mínima. A defesa irá recorrer.
?Entro com recurso pedindo efeito suspensivo porque a pena é maior que 15 dias e a Lei Pelé prevê isso?, disse Domingos Moro, advogado de Matthäus. De acordo com ele, o técnico não pôde comparecer porque teve que cuidar de assuntos familiares na Europa. O Tribunal considerou isso uma deselegância porque havia até contratado uma intérprete para traduzir o que o alemão falasse. Se conseguir o efeito suspensivo, Matthäus deverá dirigir o time domingo contra a Adap. Isso se ele voltar da viagem à Alemanha. Votaram pela condenação o procurador Adão Laslowski, o auditor Célio Torres e o presidente Levi Rocha. Pediram a absolvição Otacílio Sacerdote e Sandro Faraco.
Time
O auxiliar-técnico Vinícius Eutrópio comanda os trabalhos hoje no CT do Caju. A tendência é de que ele realize mais um treino enquanto Matthäus não chega a Curitiba. Ontem, o grupo fez um trabalho técnico/tático.A imprensa continua proibida de entrar no CT e acompanhar os treinamentos. Hoje, após o treino, está prevista apenas uma entrevista com dois jogadores.
