Kléber honrou o apelido e incendiou o clássico, marcando quatro gols. |
O Atlético voltou a ser Furacão e fez história ontem na Arena. Detonou o Paraná Clube por 6 a 1 na primeira partida da final do supercampeonato paranaense e está muito próximo do inédito tricampeonato do estado. Numa partida de gala, principalmente de Kléber que anotou quatro vezes, o clube humilhou o adversário com um futebol que há muito tempo não se via do campeão brasileiro. O próximo jogo será no domingo na Vila Capanema, e, para reverter a situação o Tricolor terá que vencer por cinco gols de diferença.
Após muito mistério na escalação, o técnico do Atlético arriscou tudo já de início. Riva revolucionou o esquema 3-5-2 pondo Cocito na defesa e Alex Mineiro na armação. Deu certo. O time partiu para cima e buscou o abafa em cima do Paraná Clube que vinha no tradicional 4-4-2. Mas também contou com a sorte e com as vistas grossas de Francisco Carlos Vieira. Aos dois minutos, Cocito pôs a mão na bola dentro da área e ficou por isso mesmo. Sorte do árbitro que as reclamações não foram muitas e jogo seguiu normalmente com os times se respeitando. Daí em diante, o que se viu foi o melhor jogo da competição.
A necessidade de vencer era do Furacão e foi o time da Baixada que se atirou ao ataque. O atacante Kléber vestiu a camisa 10 e parece que incorporou o espírito do craque Kléberson. Marcou dois golaços que fizeram a torcida esquecer das péssimas apresentações anteriores do artilheiro. Aos nove minutos, Adauto sofre falta que é cobrada magistralmente pelo atacante. Neneca nem foi. O gol acalmou os ânimos rubro-negros que continuou pressionando. O segundo acabou saindo em outra obra-prima. Fabiano lançou Kléber que tabelou com Adauto, avançou e chutou no ângulo de Neneca. Nova explosão na Arena.
Com a desvatagem no placar, foi a vez do Tricolor partir para cima. Mas parou em mais uma boa atuação de Flávio. O Rubro-Negro ainda fez mais um mais a arbitragem invalidou alegando impedimento. O Atlético reclamou, descuidou da marcação e acabou sofrendo o primeiro gol. Após um cruzamento de Alexandre, Luciano aparece sozinho e só tem o trabalho de colocar no canto de Flávio.
A derrota não era a pretensão de Caio Júnior que pôs Márcio para dar força ao ataque. Não foi o suficiente. Mesmo sem Adauto que não aguentou o ritmo, o Furacão continuou perigoso e usou os contra-ataques de forma fatal. Aos 22, Fabiano recebe lançamento açucarado de Alex Mineiro, avança e chuta forte rasteiro. Era o terceiro. O Paraná nem conseguiu absorver o golpe. Dois minutos depois, foi a vez de Kléber receber sozinho, passar pela zaga e tocar na saída de Neneca. Mas o massacre rubro-negro não parou por aí. O incendiário Kléber ainda tinha mais cartuchos para gastar. Aos 33, novamente Alex serve à Kléber que não tem pena do Paraná. Marca mais um e se transforma no artilheiro da competição. E, já nos acréscimos, é a vez de Alex Mineiro ser retribuído com um belo passe e fazer o seu.
Observado, Kléber dá show
O atacante atleticano Kléber cumpriu a promessa feita esta semana e voltou a mostrar porque ele foi o Chuteira de Ouro do ano passado. Ganhou a camisa dez do treinador e incorporou o espírito do manto. Jogou como craque e presenteou com quatro gols a torcida atleticana. Além disso, encaminhou bem uma transferência para um clube europeu na próxima temporada.
“Eu dei a camisa dez para o Kléber e falei: resolve aí, hoje é com vocês”, revelou o técnico Riva Carli após a partida. E não é que o espírito de Kelly e Kléberson baixaram no artilheiro. O atacante fez jogadas dignas dos últimos craques que vestiram o consagrado número, comandou o time e humilhou o Paraná Clube.
“Eu sei que estava devendo, mas continuei trabalhando forte porque uma hora voltaria a jogar assim”, descreveu Kléber. Emocionado com a atuação e com o título virtual, o jogador fez questão de presentear um torcedor paraplégico que não perde uma partida do Furacão. Com os quatro gols anotados, ele se tornou o artilheiro do supercampeonato paranaense com quatro gols e o principal marcador do time na temporada com 11 tentos.
A boa atuação também deve valer ao jogador uma transferência para a Europa. Ontem, dois emissários de clubes europeus estiveram na Arena para ver o craque: o presidente do Porto e o técnico do Hannover. Com a volta do bom futebol do atacante, seu passe se valoriza ainda mais e pode render pelo menos US$ 10 milhões aos cofres do clube. A diretoria não se manifesta, mas as negociações já estão em andamento. A final de domingo deverá ser a última partida do artilheiro no Rubro-Negro. (RS)