O time deixou o gramado cabisbaixo, com
poucos destaques. Adriano foi uma exceção.

O Atlético terminou, ontem, a sua participação no Campeonato Brasileiro de forma burocrática, aplaudido pela pequena torcida presente na Arena, mas longe das expectativas criadas a partir da conquista do Brasileirão do ano passado. A defesa do escudo da CBF em sua camisa esbarrou numa sequência de erros e transformou um time campeão numa equipe apenas mediana, que lutou – nas últimas rodadas – apenas para se manter na zona intermediária da tabela. Uma campanha que deve gerar muitas mudanças estruturais e de elenco a partir de hoje.

Uma reunião entre os integrantes do conselho gestor está programada para o começo da noite na Arena e a roupa suja deverá ser lavada. Em pauta, além dos erros, a discussão em torno da comissão técnica e dos jogadores. Ainda não há um consenso em torno da manutenção de Abel Braga no comando da equipe. Em Florianópolis, a imprensa local já dá como certa a vinda de Muricy Ramalho para o Rubro-Negro. No entanto, a informação não é confirmada pelos dirigentes. “É conversa”, despista o diretor-superintendente Alberto Maculan.

O certo mesmo é que a diretoria deve conversar com Abel Braga e a goleada sobre o Juventude deve favorecer a situação do treinador. Se continuar, Abelão vai pedir a contratação de Gílson Kleina para a preparação física. O profissional se somaria ao auxiliar técnico Leomir de Souza, que já faz parte da comissão técnica atuando junto com Abel Braga. Com isso, outras mudanças também seriam desencadeadas na comissão técnica e administrativa. Especula-se que o preparador físico Carlinhos Neves assuma a direção-técnica no lugar de Antônio Carlos Gomes. Neves não confirma uma proposta, mas não descarta a possibilidade de trabalhar no Atlético.

No elenco, uma grande reformulação deverá ser iniciada. A reapresentação está marcada para amanhã, às 16 horas, e vários jogadores deverão ser liberados para as férias. Outros permanecerão ainda para a realização do amistoso contra o Dois Vizinhos, dia 28, no oeste paranaense. A tendência é que poucos, que tenham seus contratos terminados em 31 de dezembro, sejam renovados. Entre eles estão os de Fabiano, Adriano Basso e Ígor. Já Flávio, Reginaldo Vital, Preto e Sílvio Criciúma devem deixar o clube a partir desta semana.

Aplauso para Jadilson, vaias para Wellignton

Rodrigo Sell

 

O Atlético goleou o Juventude por 4 a 0, ontem, na Arena, e melhorou um pouco a sua imagem na despedida do Campeonato Brasileiro. Chamuscado por uma série de vexames na competição, o atual campeão da competição chegou na última rodada jogando apenas para cumprir tabela. Como os gaúchos não mostraram muita disposição no confronto, o jogo se transformou num verdadeiro amistoso de luxo para o Rubro-Negro encerrar a temporada e testar alguns jogadores.

O grande nome da partida (exceção ao sempre regular Adriano) acabou sendo o atacante Jadílson. Ele entrou aos 15 minutos do segundo tempo e transformou a partida. Não foi brilhante tecnicamente, mas mostrou oportunismo para fazer aquilo que o time não conseguiu na maior parte do ano: os gols. O artilheiro da tarde marcou três, saiu festejado e, ainda por cima, carregando vários troféus de melhor em campo. “Foi uma grande partida, tentei as jogadas de velocidade e meus companheiros me ajudaram colocando as bolas na medida certa”.

Apesar de vaiado em outras partidas, desta vez a arquibancada aplaudiu o jogador pela conquista. Principalmente no segundo tempo, já que na primeira etapa, o Furacão não mostrou nenhuma melhora em relação às últimas apresentações. Além de Jadílson, o técnico Abel Braga também apostou no júnior Evaldo na ala-esquerda e de Alan na cabeça-de-área. “Os garotos entraram bem e mostraram personalidade. O Atlético precisa dessa renovação e nós estamos vendo que o clube tem peças para substituir alguns jogadores”.

Quem não teve a mesma sorte foi o zagueiro Wellington Paulo, que fez uma partida discreta, mas nada comprometedora. Substituído por Jadílson, o atleta saiu de campo vaiado. Foi para o banco de reservas e passou a ser xingado pela torcida até se levantar e ir para o vestiário chorando. A torcida o acompanhou pela arquibancada pedindo a sua saída do clube com cuspidas e palavrões.

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