Jádson fez várias assistências e |
Um troco com sobra. Assim pode ser definida a goleada por 6 a 1 do Atlético sobre o Criciúma, ontem à tarde, na Arena da Baixada. O Furacão devolveu a "sacola" de 4 a 1 sofrida diante da equipe catarinense, no primeiro turno, com dois gols a mais. Com o resultado, o Rubro-Negro se mantém na liderança isolada do campeonato e melhorou consideravelmente o seu saldo de gols. O Santos continua na vice-liderança, dois pontos atrás, após vencer o Goiás ontem, de virada.
Entretanto, à primeira vista, em função da elasticidade do placar, vem a impressão de que o Furacão passeou na Arena. Só depois dos 30 minutos. Mesmo com um sistema extremamente defensivo, o Criciúma comandou as ações do jogo pelos pés da dupla Saulo e Douglas e, até a primeira meia hora, criou as principais jogadas. Exigente, a torcida atleticana, não acreditando no que estava vendo, chegou a pedir raça em coro. Vale lembrar que a partida de ontem marcou a volta do Furacão pra casa, após quatro rodadas disputadas longe da torcida.
Na pressão, a equipe catarinense chegou a ter quatro escanteios seguidos, mas não marcou. E, como diz o ditado, quem não faz, leva. Para tentar vencer o domínio de meio-campo catarinense, a saída foi usar a velocidade atleticana como arma nos contra-ataques. Foi assim que o Rubro-Negro construiu a vitória. Após uma jogada rápida, o Atlético conseguiu um escanteio e Jádson deixou Fernandinho livre para abrir o placar. Com maior tranqüilidade e qualidade técnica visivelmente superior, a construção do placar foi uma questão de tempo. Ainda na primeira etapa, Alan Bahia deixou o seu. Em contrapartida, apesar de continuar valente no jogo, o Criciúma levou azar nos momentos de conclusão.
Conscientes do mau primeiro tempo, os jogadores deixaram o gramado fazendo o mea culpa. "Estamos na frente, mas levamos sufoco. Erramos muitos passes fáceis, dando a bola para eles", reconheceu o meia Jádson.
Feitos os devidos ajustes no vestiário, o Atlético voltou com outro astral para a segunda etapa. Caprichando nos passes e mantendo a velocidade com o diferencial, Washington marcou dois. Com 30 gols, ele ficou a apenas um de quebrar o recorde de Dimba, que, no ano passado, balançou as redes 31 vezes. Mas não foi só ele quem marcou. Moraes, que entrou na etapa final, e Denis Marques, que fez ótimas assistências o jogo todo, foram premiados com um gol cada. Como consolo, o Criciúma ainda descontou numa cobrança de pênalti. Mas, não há como negar, saiu de campo arrasado pelo Furacão.
Elogio após uma bronca
Não foi só a torcida que não gostou do comportamento do Atlético nos primeiros trinta minutos de jogo ontem, contra o Criciúma, na Arena. O técnico Levir Culpi viu seu time ser envolvido pelos catarinenses e teve que dar um puxão de orelha na turma. "Eles vieram num esquema defensivo, mas o Saulo e o Douglas, jogadores de muita qualidade, estavam ganhando na armação".
Na opinião do treinador, o Atlético só melhorou depois que passou a usar a velocidade como arma. "É a nossa maior virtude, ter um time veloz. Quando engrenou, os gols foram saindo".
Sobre o lateral-esquerdo Ronildo, que substituiu o suspenso Ivan, Culpi foi sincero: "Ele foi razoável. Mas é natural, já que lhe faltou ritmo de jogo". Os elogios acabaram sobrando para o atacante Denis Marques. "Ele foi muito bem. Aliás, vem vindo. Quando não marca, dá assistências importantes. Está evoluindo a cada dia".
O elenco atleticano folga hoje e amanhã se reapresenta às 9h30, no CT do Caju. Para a partida contra a Ponte Preta, no próximo domingo, em Campinas, o técnico Levir Culpi poderá contar com força máxima, já que Ivan terá condições de jogo.