A partir de hoje o estádio atleticano deixa de ser Kyocera Arena. O contrato de patrocínio com a multinacional terminou ontem (31 de março) e o clube já está em busca de uma nova parceria, já que, após três anos, não houve renovação.
O novo patrocinador master deverá estampar sua marca no estádio, dando continuidade ao projeto de ?naming rights? adotado pelo clube, ao passo que a camisa poderá trazer um patrocinador diferenciado. Especula-se que as empresas Emirates Group (conglomerado que atua em diversos ramos como hotelaria, engenharia, aviação comercial dentre outros) e HDI seguros – que já é um patrocinador secundário – estejam na briga.
Conforme o diretor Mauro Holzmann, o marketing relacionado ao futebol valorizou muito nos últimos anos e o Atlético quer procurar melhores negociações. Principalmente por causa dos altos valores acertados pelos clubes paulistas com seus patrocinadores e a iminência da Arena ser um dos estádios utilizados para a Copa de 2014. ?Houve uma valorização da Arena, o mercado cresceu e nossa expectativa era de negociar por mais do que o dobro do que foi fechado em 2005?, disse Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético ao site do clube.
Valores não foram divulgados, porém acredita-se que o contrato entre Atlético e Kyocera rendia ao clube cerca de US$ 1 milhão/ano, aproximadamente R$ 1,77 milhão/ano.
O Rubro-Negro também procura uma empresa para associar sua marca à estrutura do CT do Caju, também no formato ?naming rights?. Para tanto, há um grupo especializado nesse tipo de negociação trabalhando para o Furacão.
Três titulares não enfrentam o Iraty
Clewerson Bregenski
Após a segunda-feira de folga, jogadores do Atlético voltam aos treinos hoje no CT do Caju e o técnico Ney Franco terá que trabalhar para achar a melhor forma de enfrentar o Iraty, na Arena, no próximo domingo. Mesmo com o Azulão eliminado da competição, o Rubro-Negro ainda não está classificado à semifinal e precisa de um empate para não depender de outros resultados da rodada. Para esse confronto, três titulares – Marcelo Ramos, Antônio Carlos e Valencia -estão fora. Por orientação técnica, eles levaram o terceiro cartão amarelo e terão que cumprir suspensão automática para entrar ?zerado? na próxima fase.
Com a perda de atletas nos três setores (defesa, meio-campo e ataque), o treinador terá tempo suficiente para trabalhar e achar os substitutos, já que no meio da semana haverá rodada da Copa do Brasil, competição que o clube não participa mais.
Disputa
Na zaga, Alex Fraga deve assumir a vaga de Antônio Carlos. No meio-campo é acirrada a briga por posição. Alan Bahia está de volta. Zé Antônio e Léo Medeiros completam a lista caso Ney Franco mantenha a formação adotada nos últimos jogos. São três volantes para duas vagas. E, no ataque, Pedro Oldoni pode ganhar mais uma oportunidade. Porém os rápidos Willian, Wallysson e Rogerinho são opções.
Objetivo
Voltar a jogar bem para entrar com força total na semifinal. Esse é o principal objetivo do Atlético no momento, já que o técnico Ney Franco admitiu que, diante do Beltrão, seu time deu ?um passinho atrás? em relação às boas apresentações feitas contra o Azulão e Paraná Clube.
Essa oscilação foi creditada às substituições feitas no decorrer da partida, com a entrada de jogadores que ainda não adquiriram ritmo ideal de jogo – os recém-contratados. ?Essa classificação está sendo sofrida. Na hora que achamos que vai ficar bom, a gente dá um passinho atrás. Tivemos um primeiro tempo muito travado, não jogamos bem. No segundo tempo, fizemos bons 30 minutos, mas daí demos uma caída?, avaliou Franco.
Jogadores do Atlético vão pra platéia
Foto: Alberto Melnechuky |
O zagueiro Rhodolfo e o atacante Willian viveram uma experiência inédita no domingo. Após o jogo contra o Engenheiro Beltrão, os dois foram conferir a peça Metegol, do Festival de Teatro de Curitiba. |
Há relação entre futebol, dança e dramaticidade? Os envolvidos nessas artes acreditam que sim. No último dia de apresentação do Festival de Teatro de Curitiba, jogadores do Atlético foram convidados a assistir a peça Metegol que tem como tema ?o esporte das multidões?.
E como no campo de jogo, a má fase do Furacão parece ter se dissipado, para os atletas nada melhor do que aproveitar o tempo livre para espairecer e, quem sabe, ampliar horizontes com um programa cultural. E se for inédito então, melhor ainda. Assim o zagueiro Rhodolfo e o atacante Willian, ambos com 21 anos, compareceram ao Teatro Ópera de Arame depois da partida contra o Engenheiro Beltrão. Para eles, uma sensação diferente, pois nunca haviam acompanhado uma peça de teatro em suas vidas.
Rhodolfo é natural de Barra do Jacaré, pequena cidade localizada no Norte Pioneiro paranaense. Já Willian nasceu em Três Fronteiras(SP), município com pouco mais de 5 mil habitantes. Em ambas as cidades não há muita opção de divertimento cultural. ?Lá em Barra do Jacaré não tem teatro, não?, afirmou o zagueiro. ?Em Três Fronteiras só tem um banco e mais nada?, complementou Willian.
E como futebol também é marketing, os dois compareceram ao teatro vestidos com os novos uniformes lançados pela empresa Umbro, fornecedora oficial do material esportivo do Furacão, para a torcida.
Sensações
Durante pouco mais de uma hora de apresentação, os atletas permaneceram entretidos e ao final, inclusive, foram ?trocar uma idéia? com o diretor da peça e também ator, Renato Linhares. Ele explicou que inicialmente a peça havia sido concebida para imitar movimentos de um jogo de pebolim. Porém evoluiu e foi decidido incluir movimentos simulando uma partida de futebol com todos os seus ingredientes: o contato físico entre os jogadores, o balé da movimentação e também a torcida. ?Tudo bem coreografado e voltado para o coletivo?, afirma Linhares.
?Gostei bastante, principalmente da parte da torcida vibrando e da movimentação dos jogadores (atores). Até o empurra-empurra dos atletas em campo, eles mostraram. Foi uma realidade divertida. Se tiver uma nova oportunidade voltarei ao teatro com certeza?, disse Rhodolfo. ?Foi bem interessante?, resumiu Willian.
Indagados se há semelhanças entre o futebol e o espetáculo de dança, o zagueiro disse que sim. ?A movimentação, a força explosiva e (no caso da peça) os tapas e empurrões?, afirmou. Para Willian, além desses aspectos, também há o lado emocional que ficou evidenciado pela representação da torcida. ?Assim como no futebol, vive-se momentos felizes e tristes?, finalizou.