Atlético faz seu primeiro ponto no campeonato

Dos males, o menor. O Atlético não conseguiu vencer ontem a primeira partida no campeonato brasileiro, mas terminou o sábado com o primeiro ponto na competição. Em um Couto Pereira sem torcedores, não só os portões estiveram fechados, mas o placar também. Em uma partida de baixa qualidade técnica, o Furacão ficou no 0x0 com o Figueirense, não sai da lanterna do brasileiro e volta todas as suas atenções para a partida de quarta, contra o Santos, pela Libertadores – um empate, como o de ontem, coloca o rubro-negro entre os quatro melhores times da América.

Era muito estranho. O Couto Pereira, assim como todo estádio de futebol, é preparado para receber torcedores, e estes nem foram para o Alto da Glória. Os atleticanos se reuniram nas proximidades do Joaquim Américo, enquanto coxas-brancas aproveitavam o sábado de sol para participar da festa junina do Coritiba, que começou três horas antes de Atlético x Figueirense. Na hora em que a bola começou a rolar, o som que se ouvia era do bingo realizado no estacionamento do estádio.

Nem os profissionais de imprensa estavam tranqüilos. Narradores, comentaristas e repórteres de rádios, jornais e TV foram orientados a não se movimentar muito nas cabines do Couto Pereira, para que o Atlético e a Federação Paranaense de Futebol não sofressem punições. Em campo, os profissionais também eram ‘vigiados’, para que nada fugisse às regras. Mas o que mais estranhava – e assustava – era o silêncio, impensável para uma partida de futebol.

E nesse silêncio ‘ensurdecedor’ o jogo só poderia ser modorrento. Por mais que as equipes buscassem o gol (e nesse aspecto Atlético e Figueirense se esforçaram), o ritmo da partida era lento. Não havia empolgação, e a marcação sobrepujava a criatividade. Lima, do lado rubro-negro, e Edmundo, pelos catarinenses, eram os únicos a conseguir boas jogadas – mas eles tiveram apenas uma oportunidade cada, ambas desperdiçadas.

Antônio Lopes percebeu o problema tático do Atlético. "Nós temos que aproximar mais os setores, fazer a bola chegar no ataque", comentou o Delegado no intervalo. Para melhorar o meio-campo, o treinador sacou André Rocha e colocou Rodriguinho, instruindo-o a chegar no ataque. O goleiro Diego também viu o que estava faltando. "Para ganharmos, vamos precisar jogar bem mais", resumiu.

Só que aconteceu exatamente o contrário. O rubro-negro perdeu terreno no meio, abrindo espaços para os visitantes. Bilu e Edmundo tinham mais espaço. Alexandre era perigosíssimo. E Lima e Aloísio ficavam tão isolados que acabavam voltando para ajudar na marcação, aumentando ainda mais o controle tático do Figueira.

Com tantas dificuldades (que não foram sanadas com a entrada de Etto e Marín no lugar de Jancarlos e Ticão), o Furacão teve que contar com uma atuação consagradora de Diego. Ele teve pelo menos quatro intervenções decisivas, numa delas defendendo uma cabeçada à queima-roupa do zagueiro Bebeto. Se o Atlético termina a rodada com um ponto, o primeiro no brasileiro, o crédito é todo para o camisa 1.

CAMPEONATO BRASILEIRO
ATLÉTICO 0x0 FIGUEIRENSE

Atlético: Diego; Jancarlos (Etto), Danilo, Durval e Marcão; André Rocha (Rodriguinho), Cocito, Ticão (Marín) e Fabrício; Lima e Aloísio. Técnico: Antônio Lopes

Figueirense: Édson Bastos; Paulo Sérgio, Bebeto, Cléber e Michel Bastos; Axel, Bilu, Marquinhos Paraná e Nildo (Rogerinho); Edmundo e Alexandre. Técnico: Marco Aurélio

Súmula
Local: Couto Pereira
Árbitro: Luís Marcelo Vicentin Cansian (SP)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Francisco Rubens
Feitosa (SP)
Cartões amarelos: André Rocha, Lima, Marcão, Rodriguinho (CAP); Axel (FIG)
Renda e público: portões fechados

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