Atlético faz lambança no Sul

Entra técnico, sai técnico, mas a rotina não muda. Basta sair de casa para o Atlético jogar mal e perder boas oportunidades de somar pontos e subir na tabela. Ontem, o filme voltou a se repetir e, mesmo com vários esquemas táticos estudados e treinados durante a semana, o Rubro-Negro não soube como superar o Criciúma, que estava em campo com um jogador a menos na maior parte do segundo tempo. Maltratando a bola, o Furacão sucumbiu perante ao Tigre por 2 a 0 no Estádio Heriberto Hülse e voltou a dar vexame no campeonato brasileiro.

Após jogar no ar a possibilidade de atuar com quatro zagueiros em linha, o técnico Mário Sérgio voltou atrás e lançou mão do lateral-direito Alessandro para formar o consagrado 3-5-2. A proposta do treinador era bloquear as bolas aéreas do adversário, mas o resultado acabou não sendo o esperado e os catarinenses aproveitaram a bagunça em campo para truncar o jogo no meio-de-campo e arriscar nas bolas de média distância. O atacante Dejair e o meia Luciano testavam Diego, que teve que se esticar todo para salvar a sua meta.

Do outro lado, os atleticanos dependiam dos chutes da intermediária e das cobranças de falta de Douglas Silva para chegar perto do gol de Fabiano. Nenhum com o perigo necessário para furar o bloqueio catarinense. O próprio volante foi para os vestiários alertando que a desatenção custaria o resultado positivo.

O alerta entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Enquanto Gílson Kleina mudou o time para tentar sorte melhor, Mário Sérgio preferiu acreditar que teria sorte melhor com três zagueiros e dois volantes. O bate e rebate, os chutões e a bagunça geral continuou. Nem a expulsão de Léo Oliveira melhorou as coisas para o Rubro-Negro, que manteve o esquema tático defensivo mesmo com um jogador a mais.

Empurrado pela torcida, o Tigre foi mais operante e aproveitou uma falha da zaga do Furacão para abrir o placar. Após um cruzamento do lado direito, Léo Mineiro aproveitou uma bola sobrada para tocar e abrir o placar. Perdendo, o treinador atleticano resolveu dar mais ofensividade ao time e colocou Fernandinho e Rodriguinho, que não produziram o que era esperado. Pelo contrário, com menos marcação na meia-cancha, o Criciúma armou um contra-ataque fulminante com Dejair, que invadiu a área e tocou na saída de Diego. O resultado só não foi pior porque o mesmo Dejair ainda perdeu um gol da marca do pênalti.

CAMPEONATO BRASILEIRO
2.º Turno – 29.ª Rodada
Local: Heriberto Hülse (Criciúma)
Arbitragem: Sálvio Spindola Fagundes F.º (SP), auxiliado por Evandro Luís Silveira (SP) e Geraldo José Vollet Pinheiro (SP)
Gol: Léo Mineiro aos 27 e Dejair aos 42 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Adriano, Rogério Correia, Rodriguinho
Expulsão: Léo Oliveira

CRICIÚMA
2 X 0
ATLÉTICO

CRICIÚMA
Fabiano, Duílio, Léo Oliveira, Luciano, Eto, Léo Mineiro, Cléber Gaúcho, Douglas (Sandro Fonseca), Rômulo (Alonso), Dejair, Tico (Alexandre) Técnico: Gílson Kleina.

ATLÉTICO
Diego, Ígor, Daniel, Rogério Correia, Alessandro, Douglas Silva, Juliano (Fernandinho), Adriano, Ivan (Rodriguinho), Ilan, Alex Mineiro Técnico: Mário Sérgio.

Reclusão no CT para mexer com a cabeça

O Atlético começa hoje uma intertemporada de 12 dias de retiro no CT do Caju para tratar, principalmente, a cabeça dos jogadores. Esse foi o fator preponderante apontado pelo técnico Mário Sérgio para a equipe ter perdido a partida de ontem para o Criciúma. Apesar do jogo feio e truncado, o treinador viu virtudes em sua equipe e pede o apoio da torcida para que o time ganhe as partidas em casa e não corra risco de rebaixamento nas rodadas que restam do campeonato brasileiro.

“É o problema emocional que prejudica na hora da decisão, principalmente na definição”, disparou o comandante rubro-negro. Para ele, o time dominou a partida até sofrer o gol e se descontrolou somente após levar o 1 a 0. “Eu estava satisfeitíssimo com o primeiro tempo. Estava tranquilo porque acho a equipe do Criciúma muito boa equipe. Fica uma sensação ruim porque além de perder o jogo, perdemos para uma equipe que jogou com dez”, apontou.

De acordo com Mário Sérgio, os jogadores, “por serem jovens”, perderam a noção de organização. “Eles acham que, afoitamente, vão conseguir um resultado, com o desespero eles vão conseguir tirar a diferença, mas o desespero é o caminho mais longo para conseguir o resultado objetivo”, disse. Para ele, o ponto positivo foi a volta do lateral-direito Alessandro. “A volta do Alessandro foi a grande satisfação de todos aqui porque ele voltou a jogar o que jogava.”

Agora, Mário Sérgio conta com a ajuda da torcida para tentar, pelo menos, terminar a competição de maneira honrosa. “Só depende dela e, lógico, depende de nós. Só depende dela no sentido de empurrar o time assim como fez a torcida do Criciúma quando o time ficou com dez”, destacou. Realista, ele sabe que é complicado para o torcedor apoiar o time em baixa, mas lembra que a hora é essa. “É melhor apoiar agora do que apoiar na segunda divisão. Todos têm que ter essa consciência e trabalhar dobrado”.

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