No dia em que a história foi escrita, ela foi escrita com letras vermelhas e pretas. O Atlético venceu o Coritiba ontem por 2×0, no Couto Pereira, e conquistou o título paranaense de 2016. Um título marcante por ter sido o primeiro em sete anos, o primeiro no Alto da Glória em 26 anos, o primeiro sobre o Coxa na casa do rival neste século. Um triunfo completo, com duas vitórias na final – e ontem uma superioridade tática que resistiu inclusive à pressão alviverde nos minutos iniciais.
Claro que a construção deste título não começou ontem. E nem no domingo passado, quando o Furacão encaminhou o título com a vitória por 3×0. Se não fossem os gols de André Lima contra o Operário, a falta de Vinícius contra o Londrina e mesmo a goleada sobre o PSTC, talvez o time sequer tivesse chegado às quartas de final, como houve o risco.
A arrancada iniciou na contratação de Paulo Autuori, que substituiu Cristóvão Borges. Depois de conseguir se adaptar ao clube e ao futebol paranaense, ele tomou uma decisão radical – ia mudar o jeito do time jogar. E fez isso na hora em que o bicho pega, no mata-mata. Assim eliminou o Londrina e ganhou o jogo de ida das semifinais contra o Paraná. A vaga para a final só veio nos pênaltis, mas confirmou o que o treinador pensava.
E se aplicou na final. Evidentemente, nos primeiros minutos do jogo de ontem o Atlético ficou marcando. Foi jogado para trás pelo Coritiba, que teve alguns momentos daqueles que podemos chamar de ‘poderia mudar a história‘. Leandro perdeu um gol com Weverton batido. Ruy chutou fraco quase da pequena área. E o goleiro do Furacão abafou o chute de Alan Santos. Uma pressão que terminou sem um gol sequer.
Aí veio a vitória tática, que encaminhou a vitória em campo. O Atlético percebeu que tinha um caminho escancarado para contra-atacar. Era pela esquerda, em cima do fraco Reginaldo. E por ali escreveu as linhas finais do título paranaense. Primeiro com Walter, o melhor em campo, lançando Jadson. O volante cruzou, ninguém cortou e nas costas de Reginaldo apareceu o camisa 18 para marcar. Ele, que não fazia um golzinho desde novembro do ano passado, fez o mais importante do campeonato.
Walter se emocionou muito após o gol, o primeiro na temporada. Foto: Daniel Castellano |
Ali o jogo terminou. O Coritiba se enervou e deu ainda mais espaços, e de novo nas costas do lateral alviverde Walter apareceu. Livre, apenas rolou para Ewandro finalizar. Aposta de Paulo Autuori, o jovem atacante foi o dono das finais. Torcedores do Coritiba começaram a ir embora. Os atleticanos só queriam saber de gritar.
O segundo tempo foi apenas protocolar. Era uma questão de tempo – que demorou um pouco mais porque a torcida rubro-negra acendeu silenciadores e a partida foi interrompida. Mas como conter a emoção de quem não falava ‘é campeão‘ há sete anos. Quando Edivaldo Elias da Silva encerrou a partida, o torcedor tirou da garganta um grito parado no ar.
Weverton fez a festa com a galera atleticana. Foto: Daniel Castellano |