O Atlético terá um difícil adversário pela frente e precisa somar pontos para não voltar a figurar na zona de rebaixamento. O Goiás, atuando no Serra Dourada, só perdeu uma partida neste Brasileirão, na 2.ª rodada, e exatamente contra o Flamengo, que na época era treinado por Ney Franco. De lá pra cá foram dez jogos com sete vitórias e três empates do time esmeraldino. A ótima campanha em casa fez Paulo Baier afirmar que se o Goiás disputasse todos os jogos no Serra Dourada a equipe seria campeã brasileira.
O treinador atleticano relatou que enfrentar o Goiás em qualquer estádio é sempre uma pedreira e aproveitou a oportunidade para relembrar que a única derrota do adversário, em seu estádio, foi para uma equipe dirigida por ele. ?Para enfrentar o Goiás, você tem que ter uma equipe com qualidade técnica e, para vencer, tem que jogar muito. Tem que jogar acima de seu limite?, explicou.
O colombiano Ferreira, que vem desempenhando uma nova função no Atlético – jogando mais à frente -, afirmou que o objetivo do Furacão é buscar mais vitórias fora de casa para manter uma seqüência de resultados e assim ganhar mais confiança para o restante da competição. Os últimos três pontos obtidos pelo Atlético, longe da Arena, foram contra o Palmeiras, no Parque Antártica, há mais de dois meses.
Contra o Goiás, Atlético mantém time que bateu o Galo
Valquir Aureliano |
Edno espera que a equipe faça um bom jogo hoje e que saia com os três pontos. |
Em seu quarto jogo no comando do Atlético, o técnico Ney Franco já consegue uma proeza nesta temporada. Hoje, às 19h30, no Serra Dourada contra o Goiás, ele repete a mesma equipe que venceu o Atlético Mineiro no domingo. Seus antecessores, Oswaldo Alvarez e Antônio Lopes não tiveram a mesma sorte. Vadão não conseguiu repetir a mesma escalação uma única vez e o Delegado apenas uma. E um recente levantamento do Datafolha comprova que o time que menos muda de formação é o que obtém o melhor rendimento.
Quanto menos jogadores forem utilizados por um técnico, mais conjunto a equipe ganha e, conseqüentemente, melhor rendimento ela terá no campeonato. O São Paulo, líder disparado da competição, usou apenas 24 jogadores em 22 rodadas e não efetuou nenhuma troca de treinador. Em compensação, os três times que amargam as últimas posições do Brasileirão tiveram uma grande rotatividade de jogadores, assim como o Atlético Paranaense. No mesmo número de rodadas, o Juventude utilizou 42 atletas, o América/RN 41 e o Náutico, 39. O Furacão testou 38, mas esse número já foi ultrapassado, pois na última apresentação, a equipe estreou Geílson e, dentro em breve, espera a entrada do atacante Taílson. Além disso, o clube continua atrás de contratações e trocou de treinador por três vezes. Esse contexto revela possíveis explicações para o fraco desempenho do time paranaense neste ano.
Time
Ontem, Ney Franco comandou um treino-apronto em Goiânia para definir o time. Pelos treinamentos, a tendência é o Atlético entrar jogando com três zagueiros (Rhodolfo, Antônio Carlos e Danilo) e manter o meio-campo com dois volantes (Valencia e Claiton), um armador (Ramon) e os dois alas (Jancarlos e Edno). Na frente, o colombiano Ferreira terá a companhia de Pedro Oldoni, que ganha mais uma chance para demonstrar sua veia de artilheiro.
Após a vitória de domingo, os jogadores demonstram uma maior confiança na possibilidade de recuperação do time no campeonato. Para o ala-esquerda Edno, a situação do Atlético ainda é delicada. Ele destacou que a equipe vinha realizando bons jogos, mas os resultados não estavam acontecendo. ?Contra o Goiás esperamos fazer mais uma boa partida, mas desta vez sair com os três pontos?, afirmou.
Quanto à mudança no esquema de jogo (4-4-2 para 3-5-2), o jogador disse ter aprovado a nova formação, pois a equipe ganha ofensividade e os alas podem auxiliar os atletas do meio na criação de jogadas para os atacantes.
Petraglia pede união de todos os atleticanos
Cahuê Miranda
Valquir Aureliano |
Humildade: em carta publicada no site do clube, presidente do Conselho Deliberativo fala em ?rever posições? e ?ajustar a rota?. |
A mobilização dos atleticanos pela virada no Brasileirão está cada vez mais forte. Para afastar o Atlético da luta contra o rebaixamento, o próprio presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia, decidiu fazer um apelo pessoal pela união de todos os rubro-negros.
Um texto publicado no site oficial do clube (www.atleticopr.com.br), assinado por Petraglia, surpreendeu pelo estilo adotado. Em tom de modéstia, o dirigente fala em ?rever posições? e ?ajustar a rota?, para superar divergências e promover uma reaproximação entre toda a nação atleticana. Bem diferente da reação agressiva e implacável que, nos últimos anos, caracterizou as respostas do clube às críticas.
?Houve divergências entre nós, naturais, todos queremos o bem do clube que amamos. Pois é hora de nos reaproximarmos. Estamos revendo nossas posições, ponderando, fazendo ajustes em nossa rota. É preciso que a nação atleticana também reflita e veja tudo de bom que foi feito e analise o que pode fazer para ajudar ainda mais neste nosso projeto. Eu e os companheiros de diretoria, com humildade, fizemos esta reflexão. É importante que todo atleticano também a faça, estamos no mesmo barco?, diz o texto assinado pelo cartola rubro-negro.
Novo rumo
E parece que o discurso está mesmo sendo colocado em prática. Afinal, ao diminuir pela metade o preço dos ingressos na Baixada (setor reta, de R$ 40 para R$ 20, e setor gols, de R$ 30 para R$ 15), a diretoria já reconheceu que o torcedor tem papel fundamental na luta para fugir da Segundona. ?É na dificuldade que revemos conceitos e renovamos nossos ideais. Vamos renascer no campeonato e permanecer no lugar que nos é cativo: a elite do futebol brasileiro?, conclama o presidente rubro-negro.
A torcida dos atleticanos é para que as palavras de Petraglia indiquem mesmo um novo rumo: um Atlético mais aberto e democrático e, por isso, mais unido e forte.
24ª Rodada do Campeonato Brasileiro
Goiás x Atlético-PR
Hora: 19h30
Local: Estádio Serra Dourada, em Goiânia
Goiás: Harlei, Leonardo, Paulo Henrique e Ernando; Fábio Bahia, Cléber Gaúcho, Felipe, Paulo Baier e Diego; Rinaldo e Cristiano. Técnico: Paulo Bonamigo.
Atlético/PR: Viáfara; Rhodolfo, Antônio Carlos e Danilo; Jancarlos, Valencia, Ramon, Claiton e Edno; Ferreira e Pedro Oldoni. Técnico: Ney Franco.
Árbitro: Cleber Welington Abade (SP)
Auxiliares: Valter José dos Reis (FIFA-SP) e Aline Lopes Lambert (SP)