Rogério ainda sente dores, mas deve jogar. |
A liderança isolada do campeonato brasileiro e o favoritismo matemático, que coloca o rubro-negro com 53% de chances de erguer a taça, provocaram um fenômeno natural. Guardadas as devidas proporções, a tendência agora é de que as disputas sejam como as da seleção brasileira contra seleções de menor expressão mundial. Ou seja: muita retranca dos adversários, ainda mais jogando em casa.
Uma prova do “fenômeno” será dada já amanhã, quando o Furacão enfrenta o Criciúma, na Arena, a partir das 16h. O técnico do time adversário, Lori Sandri, já anunciou de antemão que jogará no 3-6-1, com seis homens povoando o meio-de-campo e apenas um atacante, que provavelmente será acionado apenas em contra-ataques. Toda a precaução tem a ver com o fato de o Atlético ter o segundo melhor ataque do Brasileirão. “Não adianta só jogar com três zaguerios, temos que apertar a marcação em todos os setores”, diz o zagueiro Duílio, que deve ser o marcador implacável de Washington.
Alheio ao modo de jogar do adversário, o técnico Levir Culpi garante que não está preocupado em furar o bloqueio, já que não vai mudar o estilo de jogo do Furacão. “Temos que pensar na gente. Vamos do nosso jeito. dependendo da situação do jogo, temos opções de mudança”, diz o treinador. De fato, o rubro-negro tem se mostrado verdadeiro camaleão ao longo do campeonato. É bem verdade que o estilo “tradicional” é o 3-5-2, com três zagueiros – um fazendo as vezes de líbero e laterais soltos dando apoio ao ataque. Entretanto, como aconteceu contra o Fluminense, o time se encaixa bem também no 4-4-2. “Temos jogadores versáteis, que permitem a utilização de várias opções táticas.”
Se Culpi evita falar do adversário, os jogadores não se privam de comentar o fato de o adversário vir na retranca. “Na verdade, isso já vem acontecendo há algum tempo. Já sentimos dificuldades em alguns jogos. Mas é natural. Somos os líderes”, diz o artilheiro Washington.
Rogério Correia ainda é dúvida
Já não é novidade o hábito de o técnico Levir Culpi não revelar o time titular com antecedência. Entretanto, desta vez ele até tem motivos para manter o mistério. É que apesar de ter conseguido treinar ontem à tarde, entre os titulares, o zagueiro Rogério Correia ainda sente dores no pé direito, problema que o tirou do último compromisso.
“Melhorei bastante, mas ainda sinto dores. Vamos ver como estarei amanhã (hoje). Se amenizar um pouco mais, vou pra luta”, diz o beque. A ansiedade do jogador para voltar a campo não é à toa. Desde que chegou ao Atlético, em 2000, nunca se machucou tanto. “Não é normal. Estou levando azar. Mas espero estar melhor no domingo.”
Se Rogério for confirmado na zaga, o xerifão Fabiano deve jogar um pouco mais avançado, fazendo a proteção no meio com Alan Bahia. Caso contrário, Fabiano fica na zaga e Pingo entra no time.
Tirando essa dúvida – dificilmente o treinador deve surpreender mudando o esquema tático, o time estaria confirmado. Na zaga acontece o retorno natural de Marinho e Marcão, que cumpriram suspensão contra o Fluminense. Na lateral esquerda, Ronildo entra no lugar do suspenso Ivan.
Negociação de zagueiro atleticano pode furar
Em meio a concentração para o jogo contra o Criciúma, surgiu ontem uma informação que agitou os bastidores atleticanos. A imprensa de Jundiaí divulgou amplamente que o zagueiro Danilo, do Paulista, está com um pé no Atlético Paranaense.
Entretanto, apesar de o jogador ter confirmado que seu empresário, Márcio Rivelino, mantém contato com a diretoria atleticana, o clube paranaense nega. A sinceridade de Danilo acabou causando uma grande polêmica em Jundiaí, já que ele garantiu que faltavam poucos detalhes para assinar em definitivo com o Furacão. Revelado pelo Paulista, Danilo, 20 anos, terá seu primeiro contrato com o clube finalizado em 28 de fevereiro. Mas alegando o interesse do Atlético, o jogador afirmou à imprensa paulista que tentaria um acordo com o presidente Eduardo Palhares para poder vir a Curitiba já em janeiro. “O Brasileiro termina no dia 19 de dezembro e já no dia 5 de janeiro eles viajam para a pré-temporada. Se eu for junto, aumento minhas chances de jogar a Libertadores”, declarou ao Jornal de Jundiaí.
A afirmação do jogador levou Palhares à loucura, já que a negociação estaria sendo tratada sem o consentimento do clube. Injuriado, ele disse que se o martelo for batido sem sua concordância, ele entrará com uma ação judicial contra o jogador, exigindo que o clube seja ressarcido financeiramente. Pelo que reza a lei, ao final do primeiro contrato, o clube formador tem prioridade numa renovação. Danilo só pega seus direitos federativos caso o Paulista não cubra uma possível proposta de outro interessado.
Toda a confusão gerada por Palhares acabou fazendo o jogador medir as palavras. Contatado pela Tribuna, ele não negou que foi procurado pelo Atlético, mas preferiu não detalhar o caso. “Há o interesse, mas tenho contrato com o Paulista até 28 de fevereiro. Se for para eu sair antes, as diretorias terão que entrar em acordo”, diz. o procurador do atleta, Márcio Rivelino, disse que o interesse do Atlético vem desde o começo do ano, mas que pelo andar da carruagem, o mais provável será aguardar até fevereiro para tocar no assunto. “As coisas estão no mesmo pé de sempre, ou seja, em pé nenhum. Por ora, são só especulações”, disse. O empresário negou a informação de bastidores, que davam conta de que o Rubro-Negro já teria pago R$ 300 mil adiantados ao atleta, informação dada pelo presidente do Paulista.