Ilan tentou se deslocar à procura de espaços mas parou na marcação do Galo. |
“Temos que parabenizar o adversário por ter jogado melhor”. Essa tem sido a resposta mais comum dada nos últimos tempos por jogadores e comissão técnica do Atlético para explicar os seguidos fracassos sofridos nesse início de campeonato brasileiro. Assim como aconteceu contra o Paraná Clube, o Rubro-Negro voltou a errar demais e deixar o xará de Minas Gerais à vontade para vencer de maneira natural a partida de sábado, na Arena. Com a derrota por 2 a 1, o Furacão também deixou os mineiros quebrarem um tabu de 20 anos sem vitória na Baixada. Agora, o time do técnico Osvaldo Alvarez vai tentar a reabilitação fora de casa. O próximo jogo está programado para quarta-feira, em Florianópolis, contra o Figueirense.
Após uma semana conturbada provocada pelo goleada levada do Tricolor da Vila, o Atlético tinha uma grande oportunidade de passar uma borracha no vexame e voltar a sorrir no Brasileirão. Mais de 11 mil pessoas foram ver a estréia de Kléberson na competição e empurrar a equipe para cima do Galo, ainda engasgado por algumas eliminações em campeonatos recentes. Tudo na medida para o time de Vadão acertar o passo e cozinhar os mineiros no Caldeirão. Nada deu certo. Nem o gol rubro-negro foi limpo. Ilan ajeitou com a mão antes de tocar para o fundo da rede. Mesmo assim, a torcida acreditou. Mas, o time voltou a não corresponder e decepcionar a arquibancada.
Numa tarde fria, um jogo apenas morno. A equipe da Baixada levou 13 minutos para dar o primeiro chute a gol. E, de falta, que passou longe da meta de Velloso. Mesmo assim, foi o Furacão quem mais buscou o resultado positivo. No entanto, as finalizações se mantiveram as mesmas. Ou iam para fora, ou paravam nas mãos de goleiro mineiro. Do outro lado, apenas o atacante Alessandro tentava em jogadas isoladas furar o gol de Diego.
Na segunda etapa, o panorama não mudou muito e forçou Vadão a mexer em sua equipe. O meia Rodrigo entrou no lugar de Fabrício, que jogou mais na marcação do que na armação. A alteração trouxe Kléberson mais para trás e liberou Rodrigo para pôr o time no ataque. As bolas chegaram com mais freqüência para os atacantes, mas estes se complicaram no posicionamento. Na maior parte dos lances se colocaram em impedimento e desperdiçaram boas oportunidades de abrir o placar.
Mas, como diz o ditado, quem não faz, leva. Atabalhoado, o zagueiro Rogério Correia agarrou Alessandro dentro da área, cometendo pênalti, que Guilherme chutou por cima. Mas, a sorte não costuma bater na porta duas vezes seguidas. Logo na sequência, o mesmo Guilherme recebeu na área e passou para Alexandre estufar a rede de Diego. Com o gol, o Furacão foi para cima e chegou ao empate com Ilan, após cruzamento de Dagoberto. No entanto, com uma zaga que não se acerta, Alessandro recebeu na intermediária, passou por três e chutou na saída do goleiro rubro-negro para fechar o placar.
Vadão não confirma mudanças
As duas derrotas seguidas deverão forçar o técnico Osvaldo Alvarez a alterar a equipe que vai a Florianópolis buscar a reabilitação diante do Figueirense, na quarta-feira. O treinador atleticano terá a possibilidade de promover as estréias do zagueiro Tiago e do atacante Ricardinho. Os dois vieram do interior de São Paulo e já terão toda a documentação regularizada para poder vestir a camisa rubro-negra. Além disso, o clube deverá resolver se irá aproveitar ou não o húngaro Tüske, que há quase um mês espera uma oportunidade de mostrar seu futebol.
Mesmo assim, Vadão ainda não dá mostras de que vai efetivamente mudar a escalação para corrigir os erros que vêm sendo cometidos. “Nós vamos pensar e raciocinar com mais calma o que nós vamos fazer para o jogo seguinte”, desconversa. No entanto, com as seguidas falhas na defesa e a falta de pontaria dos atacantes, existe a possibilidade do aproveitamento dos recém Contratados. “Eu não costumo ficar crucificando esse ou aquele, a defesa teve uma postura de deixar o adversário jogar muito pouco e eles tiveram uma felicidade muito grande quando nós pecamos.”
Essa definição deverá ser feita no trabalho de hoje. Os jogadores se reapresentam pela manhã e trabalham em dois períodos. Amanhã, o time treina pela manhã e viaja à tarde para Santa Catarina.
Preocupação
Os pontos perdidos para Paraná Clube e Atlético-MG já começam a preocupar. “Nós não podemos, a toda hora, deixar de somar pontos. Isso preocupa por que é um campeonato de pontos corridos e, se fosse um campeonato de oito colocações, nós estaríamos mais tranqüilos”, diz. Para ele, se o time tivesse vencido estaria numa média normal de aproveitamento. “Para você almejar alguma coisa, você tem que trabalhar em cima de 65 a 70% para você estar brigando. Se tivéssemos vencido, nós estaríamos dentro do padrão com 66% de aproveitamento”.