Dentro da Arena, o Atlético tem de ser invencível. É com esse pensamento que o time encara o Botafogo, hoje, às 21h45, precisando somar três pontos para se afastar da temível zona de rebaixamento. Mais do que isso, a vitória significa o retorno da confiança ao grupo, abatido depois da vexatória derrota sofrida para o Náutico, no último sábado. Mas o confronto contra o Bota não será nada fácil. O time carioca está em crise devido à desclassificação da Sul-Americana e do péssimo resultado do fim de semana -derrota para o Goiás por 3 a 0 – e precisa se reabilitar. Isso, sem contar o grande número de desfalques. Pelo lado atleticano, o ala-esquerdo Piauí e o atacante Geílson estão entregues ao departamento médico.
Já no Botafogo são sete ausências. O apoio da torcida é tudo que o Atlético mais precisa nesse momento conturbado. ?Na situação em que nos encontramos, o mando de campo é importantíssimo. Entendemos que são jogos difíceis (Botafogo e Vasco) e esperamos encontrar o apoio da torcida. Dessa forma é criada uma química muito forte que nos possibilita somarmos pontos?, afirmou o treinador. Sob o comando de °Ney Franco, o time está com 100% de aproveitamento na Arena e para manter esse retrospecto favorável, haverá novidades em relação ao time que foi facilmente abatido em Pernambuco. No meio-de-campo, estão certos o retorno de Valencia – recuperado de uma contusão – e Netinho – que cumpriu suspensão. As novidades são as entradas de Rhodolfo e Michel que substituirão Rogério Correa (opção técnica) e Piauí (contundido).
No treinamento de ontem, Franco testou duas formações táticas para surpreender o Botafogo. O tradicional 3-5-2 e a variação para o 4-4-2, com a saída de um zagueiro (Antônio Carlos) para a entrada de uma meia (Ramon). A tão falada crise no Botafogo sequer foi abordada pelo treinador como uma arma para o time paranaense. ?O Botafogo está em melhor posição na tabela. Mesmo com os desfalques e turbulência pela qual passa, é uma equipe forte?, explicou.
A zona de rebaixamento ainda é a grande preocupação no Atlético e somente a vitória poderá dar a tranqüilidade necessária ao elenco para a continuidade do campeonato. Caso seja derrotado, o Furacão corre o risco de voltar ao inferno.
Ninguém se firma como ala-esquerda
Valquir Aureliano |
Michel, depois de um longo período afastado, reaparece como solução para a posição. |
A ala esquerda tem sido uma maldição neste ano para o Atlético. Piauí, contratado recentemente para solucionar o problema, fez três apresentações como titular e se machucou contra o Náutico, no último fim de semana. Ele sofreu uma entorse no joelho direito, a qual afetou ligamento, e que poderá render algumas partidas de afastamento. De acordo com o departamento médico, Piauí passará por novos exames e será reavaliado durante a semana.
O ala nordestino será substituído pelo praticamente esquecido Michel, que fez sua última apresentação como titular diante do Vasco, em 12 de julho, e acabou substituído no início do 2.º tempo. Entretanto, na era Ney Franco, o jogador tem treinado muito bem e foi elogiado pelo técnico.
Apesar do momento do Atlético não ser o melhor, Michel disse que espera desempenhar um bom futebol e ajudar o clube a vencer. ?Tenho feito bem meu trabalho a espera de uma chance. Pretendo entrar e não sair mais. Esperava voltar num momento melhor, mas não dá para escolher. Tem que agarrar a oportunidade?, afirmou. A falta de ritmo de jogo é um fator que preocupa, mas Michel acredita que está preparado para enfrentar o desafio de ser novamente titular no Furacão.
Sobre o afastamento da equipe, o jogador mostrou-se bem consciente. ?Acho que o jogador tem que manter uma média e eu não estava mantendo. Acabei saindo e ficando de lado depois de uma lesão. Estou voltando e espero que eu possa mostrar porque vim para o Atlético?, finalizou.
Somente no Campeonato Brasileiro, o Furacão já contou com quatro jogadores na ala-esquerda. Por lá passaram Nei, Michel, Edno e agora Piauí. E no Paranaense, Netinho e Chico jogaram improvisados naquela posição.
Lembranças nada boas
As recentes lembranças dos confrontos com o Botafogo não são nada agradáveis para o Furacão. Em julho passado, o time carioca, aproveitando o seu mando de campo, venceu o Rubro-Negro (2 a 0). E em 2006, na Arena, o Botafogo detonou o Atlético e calou o Caldeirão ao aplicar uma sapatada de 5 a 0, com dois gols de Zé Roberto, jogador que tem presença garantida hoje à noite. Pelo lado atleticano, os únicos remanescentes daquela goleada são o zagueiro Danilo e o atacante Ferreira.
Outro reencontro agendado para logo mais será da torcida com dois velhos conhecidos: o lateral Alessandro (campeão brasileiro em 2001 pelo Furacão) e o comandante Mário Sérgio.
O técnico assumiu o Botafogo na rodada anterior e conhece como ninguém o que é jogar na Arena, diante da torcida atleticana. Neste ano, Mário já enfrentou o Furacão por duas vezes, quando dirigia o Figueirense. Em Floripa foi derrotado por 6 a 3, na rodada inaugural do Brasileirão. Em agosto, conseguiu o empate em 1 a 1, na Arena, jogando fechado e explorando o contra-ataque. O resultado causou a demissão do técnico Antônio Lopes.
Alex Mineiro no Verdão em 2008
Rodrigo Feres, especial para a Tribuna do Paraná
Valquir Aureliano |
Artilheiro atleticano vem sendo assediado desde o 1.º semestre. |
A provável transferência do atacante Alex Mineiro, o herói do título brasileiro de 2001, para o Palmeiras no ano que vem pegou todos os atleticanos de surpresa. A notícia foi veiculada no programa Linha de Passe, da ESPN Brasil, na noite da última segunda-feira e repercutiu ontem em toda a imprensa paulista. O procurador do jogador, Bruno Paiva, garante que a informação não procede. ?Realmente houve um contato por parte do Palmeiras apenas na metade do ano. Agora não existe absolutamente nada. Não sei de onde eles tiraram essa notícia?, completou.
No final do 1.º semestre, a equipe paulista fez uma proposta considerada irrecusável a Alex Mineiro. No entanto, a diretoria rubro-negra bancou sua permanência na Baixada, pelo menos até o fim deste ano.
Melhor momento
O presidente do Conselho Gestor do Atlético, João Augusto Fleury da Rocha, acredita na permanência do ídolo. ?Vamos fazer o possível. Ele ficou parado e houve uma desvalorização. Acredito que o Alex vai querer renovar até devido a essa ausência. No meio do ano que vem, quando se abrem as janelas do futebol europeu, será o melhor momento para uma negociação.? Opinião que é compartilhada pelo procurador Bruno Paiva. ?O Alex gosta muito de Curitiba. Ele teve propostas mais vantajosas, mas preferiu permanecer pelo carinho que ele tem pelo Atlético. Vamos nos reunir com a diretoria no final do ano para definirmos se renovamos ou não.?
Alex Mineiro está se recuperando de uma contusão na face, sofrida dia 28 de julho, quando foi atingido por um chute involuntário do meia Tcheco, do Grêmio. Segundo o médico do Atlético, Paulo Broffman, o artilheiro poderá retornar ao time em breve. ?O Alex está treinando com bola. Os coletivos com o restante do grupo ainda não estão liberados, para evitar um possível choque e agravar a lesão. No início de novembro, ele estará de volta aos gramados.?
Atlético investe no marketing pra levantar R$ 55 milhões e terminar Arena
Cahuê Miranda
O Atlético não quer sacrificar o futebol para construir a nova Arena da Baixada. A meta do Furacão é fazer do próprio estádio a fonte dos R$ 55 milhões necessários para a obra. Para isso, o clube aposta alto nas parcerias de marketing, que vão desde anúncios publicitários e locação de espaços até uma nova negociação dos direitos sobre o nome da Arena.
No projeto apresentado no último sábado não faltam lugares para anunciantes, em diversos tipos de mídia. No total, são 10.482 metros quadrados disponíveis para publicidade, em painéis eletrônicos, de sinalização indicativa, placas convencionais nas áreas de circulação do público e no campo de jogo, etc. O clube ainda pretende locar espaços para promoções e ações de relacionamento.
Os planos do novo estádio atleticano mostram pelo menos três grandes painéis eletrônicos. Um deles ocupará boa parte da fachada da Arena, na Rua Buenos Aires. Outros dois serão fixados na cobertura do estádio, atrás dos gols, e funcionarão como placares.
Também está prevista a instalação de 250 monitores de televisão e um novo sistema de som, audível dentro e fora da Arena. Além de transmitir informações ao público, todo esse equipamento será usado para divulgação das marcas dos parceiros comerciais do Furacão.
Segundo o presidente Mário Celso Petraglia, as negociações estão adiantadas. ?Não vamos tirar nenhum dinheiro do bolso e nenhum do torcedor. Os projetos estão em andamento. Contratamos uma empresa internacional para buscar patrocinadores. Queremos vender nossos espaços e com esse dinheiro vamos concluir a nossa Arena?, declarou Petraglia em entrevista no último dia 23.
Para erguer a 1.ª fase do Joaquim Américo, inaugurada em 1999, o Atlético usou dinheiro vindo principalmente da venda de jogadores. As negociações dos atacantes Oséas e Paulo Rink, em 1997, foram as principais fontes dos recursos aplicados para colocar no chão a velha Baixada e construir a Arena.
Novo nome?
A principal parceria de marketing negociada pelo Atlético é um novo acordo de ?naming rights?. O contrato com a Kyocera, que atualmente dá seu nome à Arena, termina no final desde ano. A multinacional japonesa tem a prioridade de renovação, mas terá que desembolsar bem mais do que os R$ 6 milhões pagos ao longo dos três anos de vigência do atual acordo.
?Queremos vender o nome desse complexo por infinitamente mais do que nós vendemos o nome da Arena?, declarou Petraglia ainda em 2005, falando sobre o projeto que prevê também a construção da ?Areninha?, uma estrutura para shows e esportes de quadra que ficará ao lado do estádio.
29.ª rodada do Campeonato Brasileiro
Atlético-PR x Botafogo
Atlético PR: Viáfara; Rhodolfo, Danilo e Antônio Carlos; Jancarlos, Valencia, Netinho, Claiton e Michel; Ferreira e Marcelo Ramos. Técnico: Ney Franco.
Botafogo: Júlio César; Alessandro, Juninho, Renato Silva e Moreno; Coutinho, Adriano Felício, Joílson e Zé Roberto; Reinaldo e Dodô. Técnico: Mário Sérgio.
Local: Arena da Baixada, em Curitiba
Hora: 21h45
Árbitro: Lourival Dias Lima Filho (BA)
Auxiliares: Alessandro Matos (BA) e Marcelo Barison (RS)
Ingressos: R$ 15 setor Gols; R$ 20 setor Retas